domingo, julho 12, 2020

A trajetória política de Diomar Figueira, que nos deixou, hoje

         


Morreu na manhã de hoje em sua residência, no bairro da Liberdade, o ex-vereador Diomar Figueira. Ele lutava contra um câncer desde seu último mandato, tendo enfrentado uma longa batalha contra a doença, que evolui levando-o à morte.

          Diomar foi presidente da Câmara Municipal de Itaituba, de 1º de janeiro de 1997 a 31 de dezembro de 2.000, no primeiro período daquela legislatura, no governo de Edilson Botelho. Sua eleição entrou para a história da política de Itaituba.

          O então vereador Adalberto Viana (Cabano), com apoio do Edilson Botelho, chegou na tarde do dia 1º de janeiro de 1997 com as honras de favorito e com a certeza da vitória, que havia sido costurada durante a semana.

A eleição estava marcada para as seis da tarde. 6x5 era o placar que já estava definido em favor de Cabano, e apesar de todos o esforço do grupo de Wirland, nenhum vereador eleito da chapa tida como vencedora topou trocar de lado.

Foi aí que entrou o então deputado Wilmar Freire em ação para virar o jogo a poucos minutos de começar a votação, que até aquele momento tentara, sem êxito, conseguir mais um voto para o seu candidato.

Wilmar aproveitou um cochilo do outro lado, que já dava a eleição como certa, para conversar a sós com Diomar, propondo-lhe a presidência da Casa de Leis, com os cinco votos que a chapa apoiada por Wirland tinha.

Depois de balançar pra lá e pra cá, Diomar Figueira topou e, sem que nenhuma dos vereadores do seu lado soubesse, votou em si mesmo, o que, juntando com os cinco votos dos vereadores do lado de Wirland totalizaram os seis votos que precisava para virar presidente.

Houve tumulto, gritaria e tudo que tinha direito numa reviravolta como aquela, mas, a votação obedeceu a todas as exigências do Regimento Interno, e ponto final. O vereador Diomar Figueira assumiu assim, a presidência.

Na 12ª Legislatura da Câmara Municipal de Itaituba, de 1º de janeiro de 1993 a 31 de dezembro de 1996, Diomar Figueira foi um dos vereadores eleitos, na chapa de oposição ao prefeito eleito Wirland Freire, comandada por Edilson Botelho.

Poucas semanas depois de assumir o mandato de vereador, Diomar recebeu um convite meu para um almoço no Restaurante do Caçador, na Estrada do BIS.

O prato principal foi política, com direito a convite para que ele passasse a fazer parte da base de apoio ao governo municipal. Ele, como era de se esperar, pediu um tempo para pensar e para conversar com sua base. Poucos dias depois Diomar disse que aceitava o convite. E foi dessa maneira que ele passou para o lado de Wirland.

          Ele participou de quatro legislaturas. De 1º de janeiro de 1993 a 31 de dezembro de 1996, na décima segunda legislatura; de 1º de janeiro de 1997 a 31 de dezembro de 2000, na décima terceira legislatura, quando foi presidente por dois anos, em 1997 e 1998; de 1º de janeiro de 2011 a 31 de dezembro de 2012, na décima sexta legislatura, cumprindo os dois anos finais do mandato de Hilton Aguiar, que elegeu-se e assumiu o cargo de deputado estadual, e de 1º de janeiro de 2013 a 31 de dezembro de 2016.

          Como se diz que brasileiro tem memória curta, esse relato é importante para que se resgate a memória política de Diomar Figueira, cuja passagem pela Câmara Municipal foi muito mais longa do que muita gente imagina. Ele, como escreve o apóstolo Paulo, combateu o bom combate em todos os campos da vida.

          Descanse em paz, Diomar.

          Jota Parente

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