
PARIS,
MADRI E ROMA - A pandemia do
novo coronavírus continua a causar estragos nos países europeus. Espanha,
França e Itália aprofundaram a crise no segundo trimestre e registraram tombos
históricos de suas economias, sinalizando que a economia mundial terá um baque
neste ano.
A economia francesa sofreu um colapso de 13,8% entre abril e junho devido ao confinamento imposto pela pandemia de Covid-19, o maior desde o início da série histórica, em 1949, anunciou o Instituto Nacional de Estatística (Insee) nesta sexta-feira.
A queda da atividade no segundo trimestre é menor do que a prevista pela maioria dos analistas e pelo próprio Insee, que em junho previa um recuo de 17%. No entanto, foi mais forte do que a queda de 10,1% da Alemanha, informada na quinta-feira. Nos Estados Unidos, nos meses de abril a junho, o PIB desabou 32,9%.
O resultado ocorre após a queda de 5,8% entre os meses de janeiro e março. Frente ao segundo trimestre do ano passado, o tombo do PIB francês foi de 19%, acrescentou o instituto.
"A evolução negativa do PIB no primeiro semestre de 2020 está relacionada à interrupção de atividades 'não essenciais' no contexto do confinamento em vigor entre meados de março e início de maio", afirmou o instituto em comunicado.
No entanto, o Insee espera uma recuperação no terceiro trimestre do ano de +19%.
A maior queda trimestral do PIB antes da crise do coronavírus havia sido registrada no segundo trimestre de 1968, como conseqüência da greve geral em maio daquele ano.
Recessão em Espanha, Itália e Portugal
Na Espanha, a economia registrou uma queda histórica de 18,5% no segundo trimestre deste ano em relação ao anterior, em consequência das medidas de confinamento adotadas para interromper o avanço do coronavírus.
Com o resultado, o pior desde pelo menos a Guerra Civil, a Espanha entra tecnicamente em recessão, que é definida quando a economia de um país apresenta dois trimestres sucessivos de crescimento negativo. De janeiro a março, a queda da atividade econômica foi de 5,2%, segundo os dados do Instituto Nacional de Estatísca (INE).
Já
o Produto Interno Bruto (PIB) da Itália registrou queda de 12,4% no segundo
trimestre, também levando o país à recessão, anunciou o Instituto Nacional de
Estatísticas (ISTAT).
Com a queda sem precedentes, após a contração de 5,4% no primeiro trimestre, o PIB italiano "registra o menor valor desde o primeiro trimestre de 1995", destaca o ISTAT em um comunicado.
Na comparação com o segundo trimestre de 2019, a queda da terceira maior economia da zona euro é ainda mais vertiginosa, de 17,3%. No primeiro semestre do ano, a economia italiana teve contração de 14,3%.
A Itália,
país mais afetado da Europa pela pandemia, impôs um confinamento drástico em
março e abril que paralisou grande parte de sua atividade econômica.
Portugal também entrou em recessão, ao registrar uma contração de 14,1% do PIB no segundo trimestre, anunciou nesta sexta-feira o Instituto Nacional de Estatística (INE) em uma estimativa provisória. No primeiro trimestre do ano, a economia portuguesa retraiu 3,8% em relação ao período anterior.
Na comparação anual, o PIB português no segundo trimestre teve um retrocesso de 16,5%, após uma queda de 2,3% no primeiro trimestre.
Para o
conjunto do ano de 2020, o governo prevê um retrocesso de 6,9% do PIB. Em 2021,
Lisboa aposta em uma recuperação de 4,3%. O Banco de Portugal é um pouco mais
pessimista e prevê para este ano um retrocesso do PIB de 9,5%.
Fonte: Agências Internacionais
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