Iniciada em 2012, a Pesquisa Nacional
por Amostra de Domicílios Contínua - PNAD Contínua vem, desde então, levantando
trimestralmente, por meio do questionário básico, informações sobre as
características básicas de educação para as pessoas de 5 anos ou mais de idade. Tendo em vista retratar o panorama
educacional da população, são apresentados os resultados do questionário anual
de educação com referência no segundo trimestre de 2019, com algumas
comparações com resultados anteriores. Os resultados a seguir referem-se ao
estado do Pará.
Número médio de anos de estudo
No Pará, em 2019 o número médio de anos
de estudos entre as mulheres continua maior que o dos homens. Enquanto homens
com 15 anos ou mais costumam estudar em média 8 anos e meio, as mulheres na
mesma faixa etária estudam aproximadamente 9 anos e meio.
O nível de instrução dos moradores do
Pará também tem aumentado: em 2016 a porcentagem de pessoas com 25 anos ou mais
e ensino superior completo era de 9% e em 2019 pulou para 11%.
Os dados presumem que o acesso ao
ensino superior tem sido cada vez maior, no entanto, não se distribuem
igualmente pela população: 20% da população branca tem superior completo, em
contrapartida 9% da população preta ou parda possui o mesmo nível de
instrução.
Taxa de analfabetismo
Nota-se que a taxa de analfabetismo
diminui gradativamente no estado. Entre pessoas de 15 ou mais anos de idade, no
ano de 2019 a taxa caiu para 8,8%, redução significativa quando comparada ao
ano de 2016, em que a taxa era de 9,2%. No entanto, entre os idosos (60 anos ou
mais) o analfabetismo ainda é uma realidade comum, com taxa de 26,7%.
Entre os estados da Região Norte, o Pará
ainda ocupa a terceira posição entre as maiores taxas de analfabetismo (8,8%),
ficando abaixo apenas do Acre (11,1%) e do Tocantins (9,7%). As menores taxas
de analfabetismo estão em Roraima (5%), no Amazonas (5,4%) e no Amapá
(5,5%).
Taxa de escolarização
A maior taxa de escolarização foi
identificada entre os 6 e 14 anos, período em que 99% da população declarou
estudar. À medida em que a idade vai avançando, a taxa de escolarização vai
diminuindo, registrando 32% entre os 18 e 24 anos e caindo para 5% aos 25 anos
ou mais.
A pesquisa indica também que no Norte o
contato com a educação inicia a partir de idades mais avançadas. Enquanto de 2
a 3 anos a taxa de escolarização é de 32%, de 4 a 6 anos a taxa sobe para
aproximadamente 86%. O principal motivo apontado é “por opção dos pais”.
A taxa de escolarização se manteve
equilibrada entre a população branca (31,7%) e a população preta ou parda
(32,3%).
Taxa de frequência escolar
Em 2019, 96,5% das crianças e
adolescentes de 6 a 14 anos estavam na faixa etária ideal para o curso
frequentado. De forma geral, percebe-se que eles se mantêm adequadamente na
idade/etapa correta nos anos iniciais do ensino fundamental, porém ao passar para
os anos finais, o atraso começa a acentuar.
Os jovens, pessoas de 18 a 24 anos de
idade, são aquelas que idealmente estariam frequentando o ensino superior, caso
completassem a educação escolar básica na idade adequada. Contudo, o atraso no
ensino médio aparece bem mais acentuado, com apenas 57% dos adolescentes entre
15 e 17 anos na série regular.
Consequentemente, muitos jovens entre
18 e 24 anos já não frequentavam mais a escola e alguns ainda estavam
frequentando as etapas da educação básica obrigatória.
Desse modo, a taxa de jovens no ensino
superior é a mais baixa entre as ideais para a idade: 17%. Quando desdobrado em
raças, outra diferença se acentua: enquanto 25% dos jovens brancos estão no
ensino superior, 15% dos jovens negros estão na mesma etapa.
Pará é o 5° colocado em frequência
escolar na Região Norte, o primeiro colocado é Roraima.
Bruna Araújo – Ascom IBGE
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