Osvaldo Bezerra - De
repente, R$ 400 milhões se tornou um número mágico da velha ladroagem
brasileira. Seja por lavagem de dinheiro, seja por sonegação este valor se
repetiu nas páginas policiais dos jornais do Brasil. Isso demonstra o quanto de
dinheiro que poderia ser aplicado em nosso desenvolvimento social e econômico
está sendo desperdiçado.
Já em fevereiro, deste ano, a Justiça de São Paulo pôs em leilão 100 itens de luxo que pertenceram a Pablo Henrique Borges e sua mulher, a modelo Marcella Portugal. Ele foi acusado de liderar uma quadrilha de hackers que desviou R$ 400 milhões por meio de golpes na internet, em que capturavam informações de correntistas e usuários de cartões de crédito. O ladrão e a sua bela esposa já estão soltos.
Em abril, o juiz federal Friedmann Anderson Wendpap, da 1ª Vara Federal de Curitiba, determinou o bloqueio de R$ 400 milhões de supostos crimes na Petrobras. De quebra, bloqueou o fundo partidário do Partido dos trabalhadores até que o dinheiro fosse encontrado. Foram dois coelhos com uma cajadada, a Petrobras e o PT. Ninguém está preso neste caso.
Em junho deste ano, o TCU apontou irregularidade de R$ 400 milhões no Ministério da Economia. O valor pode ter sido maior já que não foi possível auditar as informações da Receita Federal, por conta de obstáculos de sigilo fiscal. Ninguém foi preso.
Em junho também, um homem foi preso tentando fazer transferência após desvio de R$ 400 milhões do Banco do Brasil. Foi em Lucas do Rio Verde no Mato Grosso. Após a prisão foi identificada uma quadrilha envolvida na lavagem de dinheiro.
Soltos após liminares, empresário bolsonarista Ricardo Nunes, fundador e ex-principal acionista da Ricardo Eletro, foi preso no estado de São Paulo, em uma operação do Ministério Público de Minas Gerais (MP-MG), Receita Estadual e Polícia Civil. Este cidadão de bem praticou sonegação fiscal e lavagem de dinheiro em um valor adivinha de quanto? Foi de R$ 400 milhões.
Depois de tanta corrupção, lembramos de uma organização que foi criada com o intuito de acabar com estes crimes. Foi em novembro de 2014. A organização era o MBL que prometia ser o bastião da justiça nacional e que acabaria com a corrupção do PT e também com as regalias dos trabalhadores. Foi descoberto depois que a organização era financiada pelo PMDB e PSDB.
Sua sigla significa Movimento Brasil Livre, logo passou a ser identificada como Movimento Boca Livre. Ontem veio a notícia da batida da Polícia na sede desta organização. A Polícia Civil de São Paulo prendeu dois empresários ligados ao MBL por envolvimento no desvio de R$ 400 milhões, segundo informações do Ministério Público Estadual. O órgão diz que o MBL recebia “doações de forma suspeita” por meio de “cifras ocultas” em uma “confusão jurídica empresarial” com o MRL (Movimento Renovação Liberal).
O fundador da Ricardo Eletro sonegou só em Minas Gerais R$ 400 milhões valor este sem contar ICMS, ISS, e sem contar no resto do Brasil. Ricardo já está livre como um passarinho ou livre como o Queiroz, este deu até direito a vaga no STF.
Por falar em STF, a ministra Rosa Weber negou liminar para o jovem que furtou 2 shampoos. Ele continua preso. Outro jovem negro, que foi condenado a 5 anos e meio de prisão, por portar menos de 10g de maconha, morreu na prisão por Covid-19. Estes casos resumem o Brasil.
Segundo o STF, o ladrão de shampoo é incapaz de viver em sociedade. Já os que roubaram R$ 400 milhões são muito capazes de viver na sociedade brasileira. A justiça pode até ser cega, mas as injustiças podemos muito bem ver.
RG 15 / O Impacto
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