O número de casos de COVID-19 segue crescendo no Brasil, preocupando as autoridades. A ampla testagem da população, com método eficaz, é um dos caminhos apontados por especialistas para que a retomada das atividades seja mantida de forma segura. Porém, a maioria dos testes disponíveis no mercado até então identifica se a pessoa está infectada, mas não se já adquiriu imunidade à doença.
No entanto, um teste inovador, desenvolvido por cientistas do
Rio Grande do Sul, pode mudar o paradigma de enfrentamento à pandemia, uma vez
que pode identificar indivíduos que apresentam imunidade e, portanto, poderiam
retornar às suas atividades com mais segurança. O exame deve ser coletado cerca
de 15 dias após primeiro contato com pessoas confirmadas por RT-PCR para Sars-CoV-2.
O teste laboratorial desenvolvido pela empresa Imunobiotech é capaz identificar e quantificar a presença de anticorpos tipo IgG, contra a proteína S total, que é responsável pela entrada do Coronavírus nas células. Este teste permite saber quem já esteve em contato com o vírus, e se desenvolveu imunidade ao mesmo.
Devido ao impacto global desta tecnologia, a Imunobiotech depositou o registro de patente no United States Patent and Trademark Office (USTPO), nos Estados Unidos, o pedido deverá ser estendido para outros países - inclusive para o Brasil, através do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), órgão governamental brasileiro de registro de patentes. O registro desta patente refere-se a características dos antígenos para detectar e/ou gerar anticorpos contra o Sars-CoV-2 e métodos, ensaios e vacinas relacionados, compreendendo os mesmos.
O teste já está disponível em diversas cidades do país, através de laboratórios parceiros. “É importante ressaltar que empresas podem realizar este exame em seus funcionários e parceiros para tentar identificar pessoas que tiveram contato como vírus e que desenvolveram imunidade ao mesmo. Desta forma, podendo criar um ambiente de maior segurança para o retorno das atividades, mantendo ainda as medidas de segurança ”, explica Alberto Stein, médico que trabalhou no desenvolvimento do projeto. Ele afirma que a rede de laboratórios parceiros está sendo ampliada, mas empresas interessadas podem contatar diretamente a Imunobiotech e se informar sobre os procedimentos.
Como funciona o exame?
O teste é realizado a partir de uma amostra de sangue, analisada em
laboratório, determinando e quantificando a presença destes anticorpos que
reagem contra a proteína S inteira e na conformação tridimensional. Este fator
é extremamente importante, visto que a maioria dos testes imunológicos
disponíveis hoje no mercado não quantificam o nível de anticorpos contra a
proteína S (pois eles avaliam anticorpos contra a proteína N), e nem avaliam a
possibilidade de imunidade contra o vírus.
Qual é a diferença deste teste em relação aos testes rápidos?
Os testes rápidos produzem resultado a partir da identificação de
anticorpos contra a proteína N, da COVID-19. Essa proteína encontra-se no
interior do Coronavírus e sinaliza que a pessoa teve contato com o vírus, mas
não dá informação sobre a imunidade contra ele, porque estes anticorpos contra
a proteína N não são neutralizantes.
Já o teste inovador é capaz é identificar e quantificar a presença de anticorpos que reagem contra a proteína S da COVID-19, que é responsável pela entrada do Coronavírus nas células. Ou seja, este teste permite identificar e quantificar a imunidade de cada pessoa com relação à doença.
Sâmela Lauz
MTB 16.752
51 998441641
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