As circunstâncias conspiram a favor dos atuais ocupantes de cadeiras nas câmaras municipais nos 5.570 municípios do Brasil. A afirmação vale para todos, mas, vai variar de município para município, dependendo da avaliação de cada câmara e de cada vereador.
Vamos nos ater ao caso da disputa por uma das vagas na Câmara Municipal de Itaituba, que conta com 15 vereadores.
Os atuais representantes da população itaitubense no parlamento municipal contam com uma vantagem nada desprezível sobre os demais postulantes a cadeiras. Estão em evidência há mais de três anos e meio, e podem continuar em destaque, sem nenhum impedimento legal enquanto vereadores.
Continuam liberados para apresentar requerimentos, discursar na Tribuna e falar na imprensa sobre assuntos de interesse da coletividade. Não podem insinuar na mídia, nem de forma dissimulada, que tentam se reeleger.
Os demais pretendentes têm que se desdobrar para se fazerem conhecer por meio das redes sociais, e convenhamos, é uma minoria que sabe usar essas ferramentas modernas para impulsionar candidaturas, e é complicado fazer isso de uma hora para outra.
Tudo que disse é verdade, mas, chegou a hora de dizer, que uma coisa é uma coisa, e outra coisa é outra coisa.
Uma coisa é o candidato achar, que porque é vereador, está em situação confortável. Não é assim que a banda toca; outra coisa, são os arranjos que são feitos para juntar, ou para dividir de forma inteligente, ou não, os candidatos. E exatamente aqui que a porca torce o rabo na eleição proporcional em Itaituba.
Quando você junta 13 vereadores, ex-vereadores e ex-secretários e mais alguns outros nomes em uma única chapa, denominada de CHAPÃO, que eu prefiro chamar de Chapa da Morte, o bicho pega.
Na política de Itaituba estabeleceu-se, implicitamente, uma regra, que não permite que vereador com mandato faça parte de chapas da maioria dos partidos. No DEM, por exemplo, do deputado Hilton Aguiar, os candidatos não aceitaram de jeito nenhum a entrada da vereadora Antônia Borroló, o que pode ter sido um erro fatal deles, pois, com ela, o partido conseguiria fazer o quociente eleitoral com segurança.
Já um pouco tarde, é verdade, o prefeito Valmir Clímaco tentou convencer alguns partidos que o apoiam para que os vereadores fossem distribuídos entre eles. Ninguém aceitou. Talvez, por essa regra extraoficial que foi criada, mesmo que fosse tentado mais cedo, não seriam aceitos do mesmo jeito.
O que pode acontecer em função disso?
Como foi dito, com certeza absoluta, vai ter partidos nos quais os candidatos "morrerão" abraçados, porque não conseguirão votos suficientes para eleger ao menos um. E aí eles atenderão ao que desejam os grandes partidos que criaram essa mudança na legislação eleitoral, acabando com as coligações proporcionais, exatamente para extinguir a maioria dos partidos que compõem a sopa de letrinhas partidária no país.
Isso vai acontecer aqui e em todo o Brasil.
E como vai ficar a composição na próxima legislatura em Itaituba?
Não existe uma resposta pronta, porém, sem medo de errar, terá bem menos partidos do que teve até poucos meses antes da grande maioria dos vereadores debandar para o MDB. Desse monte de partidos que vão disputar a eleição, dificilmente passará de cinco o número de partidos que vão conseguir eleger algum candidato.
E o Chapão da Morte?
Vai ter candidato que será muito bem votado, que poderá assistir a um concorrente de outro partido, que pode ser da coligação do seu candidato a prefeito, ou de outro candidato majoritário, com menos votos entrar. É a vida.
Uma coisa nessa chapa que se pode afirmar com cem por cento de certeza é: alguns vereadores vão virar suplentes a partir de 1º de janeiro de 2021. Quantos, só esperando pra ver.
Jota Parente
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