O câncer de cólon é um tipo de tumor maligno, localizado no intestino grosso. No Brasil, é o segundo mais incidente em número de casos. No Pará, ele é o quarto tipo mais registrado, ficando atrás apenas dos cânceres de próstata, de mama e de colo do útero.
A doença, que causou a morte do ator Chadwick Boseman, estrela do filme Pantera Negra, tem como principal fator de risco os hábitos alimentares, mas é necessário estar atento a outros costumes, como explica Vivian Costa, médica oncologista da Pró-Saúde, com atuação no Hospital Regional do Baixo Amazonas (HRBA).
“A incidência está mais ligada à baixa ingestão de fibras e verduras na dieta, mas não é apenas isso. Pessoas muito sedentárias, deficiência de vitamina D, doenças inflamatórias intestinais, tabagismo, consumo de carnes vermelhas, consumo de álcool e diabetes descompensado também aumentam o risco para o câncer”, alerta a médica.
No HRBA, unidade de saúde pertencente ao Governo do Pará e gerenciada pela Pró-Saúde, referência no Norte do Brasil quando o assunto é tratamento de câncer, a doença ocupa a 8ª posição dos tipos de câncer mais diagnosticados.
O Hospital Regional do Baixo Amazonas atende uma população estimada em mais de 1,3 milhão de pessoas, residentes em 30 municípios do oeste do Pará. Em 2019, realizou o tratamento de 121 pacientes com câncer de cólon. Este ano, até agosto, 74 pessoas passaram por tratamento na unidade.
A oncologista explica que apesar da doença está bastante ligada ao estilo de vida, 20% dos casos estão relacionados a doenças e síndromes genéticas, por isso, é importante estar atento a todos os sintomas.
“Os principais sintomas relacionados ao câncer de cólon são gastrointestinais, como dores abdominais, mudança do hábito intestinal, diarreia ou constipação. O sangramento retal é um sintoma que merece atenção, principalmente, em pessoas acima de 50 anos, faixa etária de maior incidência”, alerta Vivian.
A auxiliar de cartório Fátima Erci Ribeiro faz tratamento contra câncer de cólon no HRBA. Ela descobriu a doença quando passou mal com dores abdominais e precisou passar por uma cirurgia de emergência. “Eu sempre tive bons hábitos alimentares, praticava exercícios, mas ainda assim tive problemas com essa doença, que no meu caso pode ter sido genética. Mas fica o alerta para todas as pessoas se cuidarem sempre”.
Diagnóstico e tratamento
O diagnóstico se dá por meio da realização da colonoscopia com biopsia –exame que observa o intestino grosso, o reto, o cólon, e se identificada uma lesão pelo médico, é retirada uma amostra do tecido para investigação se é maligno ou não. Um quadro de abdômen agudo, acompanhado de dores abdominais, dificuldade para eliminar gases e fezes também pode indicar câncer de cólon, portanto, é essencial procurar atendimento médico.
A oncologista explica que o tratamento depende do estado clínico que a doença é identificada. Paciente em estágio inicial passa por procedimento cirúrgico de retirada do tumor e é monitorada a necessidade de tratamentos complementares, como quimioterapia. “Tumores identificados na fase inicial têm mais de 90% de chances de cura”, diz.
Prevenção
A nutricionista do HRBA, Patrícia Chiba, explica quais hábitos alimentares podem ajudar a prevenir a doença: “Evitar o consumo de alimentos ultraprocessados, como aqueles prontos para consumo ou prontos para aquecer e bebidas açucaradas, podem prevenir novos casos de câncer”.
A prevenção primária se baseia em uma dieta rica em fibras, composta de alimentos como frutas frescas, cereais (preferencialmente os integrais), verduras, legumes, grãos e sementes, além da prática de atividade física regular.
✅ frutas vermelhas e roxas;
✅ couve flor, repolho e brócolis;
✅ peixes (sardinha, salmão e atum) e azeite de oliva extra Virgem, farinha de linhaça e chia: por serem ricos em ômega 3;
✅ soja e feijão;
✅ gengibre.
Ana Karla LIma
Analista de Comunicação
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