O prato do dia foi a situação do Hospital Regional do Tapajós, assunto de todos os vereadores que usaram a tribuna da Câmara, e até nos apartes foi quase somente disso que se falou.
Quem abriu o desfile das lamúrias com direto a emoções fortes foi o vereador Peninha, que em conversa com a reportagem do blog, disse que já vem falando há semanas desse imbróglio.
“As irregularidades praticadas pelo Instituto Pan-americano de Gestão tem sido motivo de denúncias nossas há bastante tempo. Dentre os problemas, existe o não pagamento dos salários dos servidores que estão na linha de frente do combate da Covid-19, que são enfermeiros, médicos, técnicos de enfermagem e outros.
Uns estão com salários atrasados por dois meses, outros por três, e não se tem uma informação sobre o pagamento.
Fomos pesquisar sobre esse instituto. Descobrimos que o problema não é somente na unidade de Itaituba. Enganou profissionais, como médicos trazidos de São Paulo para Santarém, teve problemas em Castelo de Sonhos e na cidade de Altamira.
Onde eles montaram hospitais de campanha eles deram calotes nos funcionários. E não há razão para isso, porque o IPG recebeu mais de R$ 60 milhões do mês de abril pra cá. Então, o que foi feito desse dinheiro todo?
Somente para o Hospital Regional do Tapajós foram liberados mais de R$ 20 milhões. Onde está esse dinheiro? O que fizeram com esse dinheiro, que não pagaram nem os salários dos servidores?
E tem mais, eu tenho informações que tem coisas para serem explicadas a respeito das compras feitas para o HRT, porque se compra uma determinada quantidade de produtos para o hospital, a quantidade consta da nota fiscal, mas o que é entregue é somente uma parte. Se comprarem 50 soros, vem os 50 na nota fiscal, mas, só são entregues 10, 15…
Eu acredito que a Polícia Federal, que já esteve no Regional, que vai lá de vez em quando para investigar, já deve ter todas as informações e quem sabe, muito mais. Uma hora dessas a gente vai ouvir notícias sobre escândalo no Hospital Regional do Tapajós, em Itaituba.
É lamentável. Nós brigamos tanto para termos esse hospital, e o que estamos vendo é que o nosso sonho virou um pesadelo.
Amanhã, quarta-feira, dia 14 de outubro, termina o contrato do IPG com o governo do Estado, que não vai renovar, de acordo com as informações que eu tenho.
O Estado, até agora não se pronunciou, o Estado não tem explicação nenhuma para dar para a população deste região. Nós temos cobrado dos nossos deputados estaduais, estamos cobrando do secretário de saúde do Estado, estamos cobrando do governo do Estado e ninguém diz nada. Isso é revoltante.
A gente gostaria que governo do Estado dissesse alguma coisa. Que diga que o hospital vai fechar, que vai ser feita uma licitação para contratar uma empresa para colocar para funcionar com as especialidades prometidas. A população está nos cobrando com razão.
Existem oito pacientes com coronavírus no hospital, que pelo jeito, vão ter que ser transferidos para Santarém. E a Covid-19 ainda não acabou, nem aqui em Itaituba, nem nos demais municípios da nossa região”, disse o vereador.
Peninha falou na tribuna, que é do mesmo partido do governador, mas, isso não o impede de fazer cobranças, porque se ele tem mandato, quem deu foi o povo, ao qual deve explicações.
“Hoje eu estou vereador, e quem me deu o mandato foi o povo, não foi o governador. O tratamento que o governo do Estado está dando para a população é revoltante.
Temos um hospital de primeiro mundo, bem equipado, capaz de atender bem quem precisa. O que está faltando é o governo do Estado colocar uma empresa séria para administrar”, concluiu Peninha.
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