Exame de tomografia computadorizada do tórax desempenha papel fundamental para detectar pneumonias em pacientes com suspeita de Covid-19, e para acompanhamento da evolução do quadro respiratório de diagnosticados com a doença; só entre fevereiro e junho de 2020, a produção ambulatorial mensal de exames de imagem com tomógrafos mais que dobrou no País, em comparação a 2019
Brasília, 27 de outubro de 2020 – O Centro Universitário do Distrito Federal (UDF) — instituição que integra a Cruzeiro do Sul Educacional, por meio do seu curso de Radiologia, realizou uma pesquisa em todo o Brasil que detectou que só 15,7% dos municípios brasileiros possuem tomógrafos, um aparelho que realiza exames de imagem computadorizada do tórax/pulmão, importante, portanto, para detectar doenças como a Covid-19. Além do diagnóstico, o equipamento é de alta relevância no acompanhamento da evolução do quadro respiratório de casos já diagnosticados.
Os resultados da pesquisa mensuram também que, apenas entre fevereiro e junho de 2020, a produção ambulatorial mensal de exames de tomografia computadorizada de tórax mais do que dobrou no Brasil. O aumento da demanda coincide com o início da pandemia no País.
De acordo com o estudo do UDF, em junho de 2020 foram realizados 160.086 exames de tomografia computadorizada no Brasil, contra 64.745 no mesmo mês do ano passado.
A pesquisa revela ainda que existem no Brasil 1,21 tomógrafos para cada 100 mil habitantes. A região Sul é a que possui o maior número de aparelhos por cidadão: 1,64. Já a região Norte detém o menor índice: apenas 0,90 tomógrafos a cada 100 mil pessoas.
O estado do Rio de Janeiro é o que possui o maior percentual de municípios equipados com tomógrafos: 53% das cidades cariocas têm aparelhos de exame computadorizado. Por outro lado, o Rio Grande do Norte é o estado com menor percentual de municípios com equipamento: só 4,79% das cidades potiguares fazem diagnósticos via tomógrafos.
SUS
O levantamento permitiu também analisar a distribuição espacial dos tomógrafos em cada unidade da federação e identificou a quantidade de equipamentos disponíveis no SUS e os disponíveis na rede privada.
Dos 4.944 tomógrafos em operação no País, 2.553 (51,6%) estão em utilização pelo SUS. A região com maior porcentual de uso de tomógrafos no SUS, em comparação com a rede privada, é o Nordeste: 59% dos exames com o equipamento são feitos via atendimento público. A região com menor índice é a Centro-Oeste: 45% dos exames são realizados pelo SUS, enquanto o restante é procedido pelas empresas de saúde particulares.
“As informações divulgadas no presente estudo permitem concluir que é necessário um planejamento de programas de aquisição de novos tomógrafos para uso no SUS, por meio de uma gestão mais eficiente das tecnologias em saúde, a fim de determinar uma adequada distribuição, considerando a real necessidade de cada região”, avalia o Prof. Me. Ezequiel Núbio Lucas Pereira, organizador do estudo e docente do curso de Tecnologia em Radiologia do UDF.
A pesquisa foi realizada entre os meses de junho e julho de 2020 e tem como base os dados secundários do DATASUS, reunidos e avaliados pelos alunos de 4º/5º semestres de Radiologia da instituição.
Os alunos foram divididos para que cada grupo ficasse responsável pelos dados de um Estado específico da Federação e tiveram acesso aos dados brutos secundários disponíveis nas plataformas digitais do DATASUS, TABNET, SIASUS, CNES e IBGE.
O estudo completo pode ser consultado no link e os responsáveis por ele estão disponíveis para entrevistas sobre o tema.
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