O levantamento da Fundação Roberto Marinho e do Instituto de Ensino e Pesquisa calculou o custo social total de cada jovem sem educação básica, levando em conta a empregabilidade e remuneração dos jovens; os efeitos que a remuneração deles têm para a sociedade; a longevidade com qualidade de vida e a violência. A pesquisa calculou quantos jovens não concluirão a educação básica e quais seriam as consequências dessa evasão, em valores monetários, por jovem. “A pesquisa mostrou que, se nada for feito para mudar o cenário atual, 575 mil adolescentes de 16 anos não vão completar a educação básica. Para cada um desses adolescentes, a perda é R$ 372 mil por ano, um valor assustador”, explica o especialista.
Na avaliação de Utida, esses jovens que não completam os estudos serão adultos mais sujeitos ao subemprego e terão um salário 25% menor, na comparação com outros jovens que completaram os estudos. “Esse impacto vai além da economia. Quando deixa a escola, a expectativa de vida do jovem cai em média 4 anos, já que aumentam as chances de ele ser cooptado pelo crime. Os especialistas que fizeram esse estudo calcularam que cada ponto percentual de queda na evasão escolar evita 550 homicídios por ano. Se todas as crianças e jovens estivessem na escola, teríamos 10 mil mortes a menos”, diz.
Segundo o especialista, para mudar esse cenário é preciso implementar uma série de políticas públicas que incluam a manutenção de programas de transferência de renda, combate ao trabalho infantil e incentivo para que as crianças continuem na escola. “Não é uma tarefa fácil, uma vez que o governo já gastou, com a pandemia, o que previa economizar em 10 anos com a previdência. Estamos diante de um clássico exemplo de como a educação e a falta de planejamento financeiro afetam a economia de todo o país. Se quisermos mudar isso, precisamos investir na educação, repensar nossos hábitos de consumo e planejar o nosso futuro financeiro”, finaliza Utida.
Nenhum comentário:
Postar um comentário