Nesta quinta (15), o Hospital Universitário Barros Barreto - que, conforme já se destacou aqui, não é uma bodega qualquer de 15ª catiguria, mas um estabelecimento que segue protocolos médicos orientados por dados de aferição objetiva, como os da Sespa - anunciou restrições na visita de pacientes, porque detectou aumento considerável, portanto preocupante, do número de casos confirmados da Covid-19 no Pará.
A Sespa, cujos números serviram para a decisão do "Barros Barreto", desmentiu o hospital.
Agora há pouco, o Jornal Liberal 2ª Edição, da TV Liberal, ouviu um especialista da Fiocruz e o dirigente do Sindicato dos Hospitais de Belém. Ambos confirmaram um aumento do número de casos de Covid.
Ouvida pela emissora, a Sespa igualmente os desmentiu.
A Sespa vai ficando, nesse contexto, igual à história do cara que marchava em descompasso com todo o batalhão, mas sustentava que ele, sozinho, marchava certo.
Só falta agora, portanto, a Sespa desmentir a própria Sespa.
Desde ontem, depois da postagem que abordou a discrepância das informações do "Barros Barreto" e da Sespa, não param de chegar ao Espaço Aberto informações que confirmam, ora bolas, o que detectou o "Barros Barreto" e agora o sindicato dos hospitais de Belém.
"As alas de Covid do Hospital Amazônia, Unimed, Porto Dias estão lotadas. Há aumento de número de casos no Guadalupe e no Barros Barreto. A secretária aqui de casa levou a filha pra se consultar na UPA de Marituba e me disse que está cheio de casos de Covid lá também", relata leitor do blog.
Médico, que por motivos óbvios prefere não se identificar, conta que, dos 122 testes feitos no lugar onde ele atua, 100 foram confirmados. Além disso, garante que o número de casos de Covid nas unidades básicas de saúde explodiu.
Na última segunda-feira, leitora do Espaço Aberto esteve pessoalmente no Hospital Belém e ouviu, da médica que a atendeu, a confirmação do aumento de casos, muito embora não tenha mencionado números.
O G1 Pará informa que, num laboratório particular de Belém, profissionais relatam indícios na manipulação de dados sobre o estágio atual da Covid no Pará.
Não se pretende insinuar aqui, nem de longe, que estaríamos vivendo uma segunda onda ou coisa parecida.
Mas, num outro extremo, a simples negativa de que os números continuam a retroceder, enquanto um batalhão aponta que estão aumentado, nivela a Sespa ao personagem que, sozinho, marcha errado no batalhão, mas imagina que só ele está marchando certinho.
Ou não?
Fonte: Espaço Aberto
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