Na Câmara, hoje, antes e depois da
sessão, nas rodinhas entre vereadores e o pessoal da imprensa, o assunto foi
muito comentado, uns, achando que ele não deveria ter feito tal afirmação,
outros, dizendo Diego deveria ter denunciado o fato para a Justiça Eleitoral,
mas, alguns acham que ele está certo.
A entrevista que Diego concedeu, aconteceu
depois de três dias que a eleição aconteceu. Ele falou sobre isso, ontem, ao
responder algumas críticas feitas assim que a entrevista foi publicada. Ainda
estava sob o impacto do resultado negativo nas urnas. Talvez, hoje não fizesse
a mesma afirmação com a mesma contundência.
Não foi apenas o vereador Diego Mota
quem falou isso. De forma um pouco mais comedida, Júnior Pires também tratou da
compra de votos, o que Peninha também criticou com veemência na Tribuna da
Câmara, terça-feira da semana passada, 17/11, quando disse que a compra de votos
nunca foi tão escancarada.
Tive conhecimento de um caso em que uma
pessoa estava abordando os transeuntes. Sem nenhuma cerimônia, com dinheiro na
mão para todo mundo ver, oferecia recompensa para votar no seu candidato.
O vereador Davi Salomão também abordou
essa questão na entrevista ao blog. Disse que tomou conhecimento do fato, mas,
que não tinha provas, pois, se as tivesse, denunciaria.
Quem ganhou pode dizer que isso é
coisa de quem perdeu, mas, não é só isso, não. Tem muita pilantragem no dia da
eleição. Infelizmente, é assim que parte do processo se dá, e Diego tem o
mérito de ter sido corajoso, assim como Peninha, na Tribuna. Alguém precisa
falar abertamente sobre essa aberração que tem influência no resultado final da
eleição.
É pura safadeza de candidatos e
eleitores que se dispõem a isso. É corrupção pura. Difícil é escolher quem é
mais safado dos dois, se candidato ou eleitor. E o resultado é que até o lado
podre da sociedade fica representado no legislativo. Para o bem e para o mal, a
Câmara representa o extrato da sociedade. Seja pelo voto conquistado
honestamente, ou por meio de subterfúgios, ninguém vai ocupar uma cadeira por
decreto.
E não adianta culpar a Justiça
Eleitoral, ou o Ministério Público Eleitoral, porque não tem como nomear um
fiscal para cada cidadão para impedir que haja algum tipo de corrupção no
pleito. Contra a safadeza, e contra o mau-caratismo de pessoas que tem o livre
arbítrio para escolher entre o certo e o errado, e preferem a segunda opção,
pouco ou quase nada se pode fazer.
Quanto a Diego Mota, quem vive em
Itaituba vai lembrar por muitos anos, da sua denúncia em tom de desabafo. Pode
ter sido no ardor da emoção do resultado negativo das urnas, mas, foi uma
inestimável contribuição para a democracia, porque, somente os covardes se
calam diante de descalabros como esse. E quem cala, consente.
Jota Parente
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