Segundo a sentença, o deputado de 36 anos "ofendeu a honra" da jornalista, "pondo em dúvida a seriedade do seu trabalho e seu empregador".
O deputado e filho do presidente, Eduardo Bolsonaro, foi condenado pela Justiça nesta quinta-feira (21) a indenizar a jornalista Patrícia Campos Mello por danos morais. Eduardo afirmou que a jornalista teria tentado seduzir uma fonte para obter informações sobre seu pai, o presidente Jair Bolsonaro.
A indenização, fixada por um juiz de primeira instância, é de 30.000 reais.
Segundo a sentença, o deputado de 36 anos "ofendeu a honra" da jornalista, "pondo em dúvida a seriedade do seu trabalho e seu empregador", o jornal Folha de S. Paulo.
Eduardo Bolsonaro fez estas declarações em maio de 2020, em uma transmissão no Youtube e acrescentou que Patrícia, uma profissional com vários prêmios por seu trabalho jornalístico, ganhou destaque por publicar notícias falsas. O próprio deputado publicou depois estas declarações em sua conta no Twitter.
O legislador se referiu, em particular, a uma reportagem investigativa do jornal, da qual Patrícia participou, sobre uma organização que divulgou notícias falsas pelo Whatsapp contra o Partido dos Trabalhadores (PT), durante a campanha eleitoral de 2018, que seu pai acabou vencendo.
"É igual à Patrícia Campos Mello. Fez a 'fake news' de 2018 para interferir na eleição presidencial entre o primeiro e segundo turno, e o que ela ganhou de brinde? Foi morar nos Estados Unidos. Correspondente, né? Acho que da Folha de S. Paulo", afirmou. Em seguida, afirmou que a jornalista tinha tentado seduzir o funcionário de uma empresa de marketing digital para obter informações.
O juiz encarregado do caso considerou que Eduardo Bolsonaro, "ocupando um cargo tão importante no cenário nacional (...) e sendo o filho do presidente da República, por óbvio, deve ter mais cautela nas suas manifestações". "Um grande dia", escreveu a jornalista ao comentar a sentença, para a qual cabe recurso. O próprio Jair Bolsonaro também fez acusações similares contra a jornalista em fevereiro de 2020, ao sugerir que ela buscou informações em troca de sexo com um funcionário da empresa. (UOL)
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