A conta do puxa-saquismo desavergonhado e a troco de nada, do presidente Jair Bolsonaro, em relação ao ex-presidente Donald Trump, dos Estados Unidos, começa a chegar e pode ser muito salgada.
Durante dois anos, Bolsonaro lambeu as botas de Trump, como se o Brasil fosse uma republiqueta que vende bananas.
Um trabalho feito por dez universidades americanas, que começou a ser feito ano passado, o qual tem trinta e uma páginas, que foi entregue ontem ao presidente Joe Biden, recomenda que os acordos celebrados entre Brasil e Estados Unidos sejam suspensos, e que as exportações brasileiras de produtos agrícolas e de madeira que não puderem provar que foram produzidos sem prejuízo ao meio ambiente, também sejam paralisadas.
Estamos falando do segundo mais importante parceiro comercial do país, atrás apenas da China. Então, tratam-se de muitos bilhões de dólares em jogo, num momento em que a economia brasileira precisa muito das exportações para não piorar a situação da balança comercial.
As trapalhadas do presidente Bolsonaro e de seu ministro das relações exteriores, Ernesto Araújo, um terraplanista da turma do Olavo de Carvalho, tem colocado o Brasil em maus lençóis. Nunca a diplomacia do país esteve em mãos tão erradas e desastradas.
Ernesto Araújo já criou incidentes diplomáticos com a China e meteu-se a dar opiniões que soaram como intromissão na política interna de um país amigo, os Estados Unidos. Parodiando Romário, calado, o chanceler é um poeta.
Agora, do alto da sua prepotência, ou Bolsonaro engole o próprio vômito para tentar remediar a desastrosa política externa do seu governo, ou o Brasil arcará com as consequências das sandices do seu presidente e do seu muito amado ministro, pois já foi dito em tom zangado que Ernesto Araújo vai continuar no Itamaraty. Os dois se merecem.
O presidente Jair Bolsonaro tem grande apoio de empresários, incluindo os produtores rurais. Caso venham as sanções dos EUA, vai pesar no bolso dessa turma, e quando se mexe no bolso de alguém, há chiadeira. O bolso é a parte mais sensível do ser humano.
Jota Parente
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