segunda-feira, fevereiro 01, 2021

Paciente de Santarém diagnosticada com variante do coronavírus não teve contato com pessoas vindas do Amazonas

Reprodução em 3D do modelo do novo coronavírus (Sars-CoV-2) criada pela Visual Science. Dentro do verde mais claro, as bolinhas vermelhas representam o 'centro' do vírus, o genoma de RNA; as bolinhas verdes são proteínas 'especiais', que protegem esse material genético. Ao redor do verde, o vermelho mais fraco é a 'casca', feita de uma membrana retirada da célula hospedeira. O vermelho mais vivo são as proteínas 'matrizes' codificadas pelo vírus. As 'pontas' que saem do vírus são as 'lanças de proteínas', que o vírus usa para se conectar às células hospedeiras e infectá-las. — Foto: Reprodução/Visual Science
Informação consta do Informe Técnico do Laboratório de Vírus Respiratórios do Instituto Evandro Chagas.

A paciente de 26 anos, do município de Santarém, oeste do Pará, que foi contaminada pela variante do novo coronavírus chamada de P1, informou ao Laboratório de Vírus Respiratórios do Instituto Evandro Chagas que não teve proximidade com viajantes do Amazonas, estado onde foi confirmado o primeiro caso da variante brasileira. Ela também não tem histórico de viagem para o estado vizinho.

A médica infectologista Rita Medeiros alerta que o fato da paciente não tido contato com pessoas que estiveram no Amazonas e não ter viajado para aquele estado recentemente, significa que esse é um caso de transmissão local. "Isso já caracteriza uma transmissão local. Portanto, as medidas de contenção precisam ser redobrados. E não estaríamos surpresos se novos casos surgissem não só no oeste do Pará, mas em outras cidades do estado", alertou.

Observação semelhante é feita pelo Instituto Evandro Chagas no Informe Técnico. “Vale ressaltar que até o momento todos os casos da variante P1 descritos no Brasil e em outras partes do mundo têm histórico de viagem ou residência na cidade de Manaus, com exceção do caso da paciente do sexo feminino aqui reportado, configurando-se assim na descrição do primeiro caso autóctone (com origem da própria região) desta variante no estado do Pará”.

De acordo com informe técnico do Instituto Evandro Chagas, o paciente de Santarém, do sexo masculino, que também foi confirmado com a variante P1, informou que teve contato com sua irmã que reside na cidade de Manaus. Ela chegou a Santarém no dia 31 de dezembro de 2020 para as festas de final de ano. E no retorno para a capital amazonense teve diagnóstico para Covid-19.

Potencial de transmissão

Ainda de acordo com o Instituto Evandro Chagas, as cepas de SARS-CoV-2 identificadas no Estado do Pará mostram-se semelhantes às da linhagem P1, apresentado, desta forma, alterações nas posições 484 e 501 da proteína Spike. “Estudos conduzidos no Reino Unido e na África do Sul têm sugerido que estas alterações podem estar associadas a um maior potencial de transmissão desta variante. Entretanto investigações ainda precisam ser conduzidas para comprovar que esta variante seja mais virulenta em comparação a outras previamente identificadas no Brasil”, pontuou o Instituto.

Lockdonw

Devido à confirmação de dois casos da variante P1 do novo coronavírus em Santarém e do aumento da demanda por leitos clínicos e de UTI na região, o Governo do Estado mudou o bandeiramento da região do Baixo Amazonas de vermelho para preto, impondo assim medidas mais restritivas como o lockdown, para reduzir a circulação de pessoas e assim conter o avanço da transmissão.

Fonte: G1

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