segunda-feira, fevereiro 15, 2021

Prefeito de Santarém sofre ameaças após prorrogar Lock down que mantém o comércio fechado

Ao tomar conhecimento de ameaças feitas contra ele em um grupo de mensagens instantâneas, o prefeito Nélio Aguiar (DEM) procurou a 16ª Seccional Urbana de Polícia Civil de Santarém, oeste do Pará, onde registrou boletim de ocorrência para que o caso seja investigado.

A motivação das ameaças, conforme o áudio enviado por um homem identificado apenas pelo apelido "Botafoguense" no grupo de WhatsApp "Gil locutor notícias", é a prorrogação do decreto de "lockdown" que proíbe o funcionamento de atividades não essenciais (comércio lojista, shoppings, salões de beleza, barbearias, academias, bares, casas de shows, entre outras) e restringe a circulação de pessoas com o objetivo de conter o contágio do novo coronavírus e suas variantes no município.

O primeiro decreto entrou em vigor no dia 1º de fevereiro, após o governo do estado ter mudado o status de bandeiramento da região do Baixo Amazonas de vermelho (alto risco de contágio) para preto (lockdown) no dia 30 de janeiro, quando a Secretaria de Saúde do Pará (Sespa) confirmou dois casos da variante brasileira chamada de P.1, em dois pacientes de Santarém.

"Na luta pela vida, a gente acaba arriscando a nossa e de nossa família”, disse o prefeito Nélio Aguiar.

As mensagens contendo ameaças foram postadas entre 13h48 e 13h50 de domingo (14), um total de três áudios. Já o boletim de ocorrência foi registrado pelo prefeito Nélio Aguiar por volta das 21h.


Registrei Boletim de Ocorrência e estou tomando as cautelas necessárias à minha segurança e de minha família. Não é a primeira vez que recebo esse tipo de ameaça. As decisões do Comitê de Crise, formado por várias representatividades, são baseadas em dados da situação epidemiológica do município. Atualmente, o governo do estado declarou bandeiramento preto aqui na região e as instituições judiciárias têm recomendado seguir esse bandeiramento", disse Nélio.

Em um dos áudios, "Botafoguense" diz que o povo está revoltado e que Nélio merece ser queimado com gasolina. "Prefeito pIlantra, mentiroso. Disse que não ia ter lockdown e já vamos pra terceira semana de lockdown. Aqui tu não pega mais nenhum voto (...) merece pegar um litro de gasolina e tocar fogo em ti. O povo tá revoltado contigo, principalmente os Aguiar que eu conheço com quem eu converso. Não vai andar lá pela rua não, não vai marcar lá pela Tapajós que os caras vão jogar gasolina em ti".

Logo após a postagem dos áudios com ameaças ao gestor santareno, "Botafoguense" foi advertido por Gil Santos, administrador do grupo que não era permitido esse tipo de postagem, que a finalidade do grupo era somente compartilhamento de notícias. O autor da postagem então excluiu os áudios do grupo, mas eles já haviam sido compartilhados em outros grupos de mensagens e já estão em poder da polícia também para a devida identificação do autor e os procedimentos que o caso requer.

Gil Santos também excluiu de seu grupo de WhatsApp o autor das ameaças ao prefeito de Santarém. "Lamento o ocorrido no meu grupo pela publicação falando do prefeito Nélio Aguiar. Eu estava dormindo e não tenho culpa das atitudes desse cidadão que se identifica como Botafoguense. Eu removi ele do grupo e espero que a polícia descubra quem ele é pra que tudo isso se resolva", disse Gil.

G1 fez contato por mensagem com "Botafoguense", mas até a publicação dessa reportagem, não obteve retorno.

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