Em 2019, quando a Alemanha e a Noruega ameaçavam retirar os milhões de dólares que enviavam ao Brasil, todos os anos, para abastecer o Fundo Amazônia, o presidente Bolsonaro e ministro Ricardo Salles trombetearam ao mundo, de forma arrogante, que o Brasil não precisava de dinheiro estrangeiro para cuidar da Amazônia. Hoje, sabendo que serão pressionados pelo governo Biden a cuidar de fato da Amazônia (fim dos desmatamentos, das queimadas e dos garimpos clandestinos em terras indígenas), eles passam à mais cínica chantagem para poder atender aquela que deverá ser a principal exigência do governo americano: o fim do criminoso desmatamento e das queimadas que descaracterizam a região e afetam o meio ambiente.Foto ilustrativa
Ontem (18/02), durante a primeira reunião com membros do governo Biden, os asseclas de Bolsonaro dizem que o Brasil precisa de verba estrangeira para poder se comprometer com metas de proteção florestal. Querem se abraçar a uma condicionante para poder justificar o fracasso da política ambiental brasileira. Na semana passada, o vice Mourão, que preside o Conselho Nacional da Amazônia Legal (Conal) e comandou a Operação Brasil Verde 2, anunciou o fim desta operação e a saída dos militares das ações de combate ao desmatamento na Amazônia, depois de quase oito meses. Em 2020, a Operação Brasil Verde 2 consumiu R$ 410 milhões, valor superior aos orçamentos do Ibama e ICMBio para as ações de fiscalização na região. E foi um fracasso: o desmatamento na região devastou 11 mil/km de floresta, um crescimento de 34%em relação ao ano anterior.
Sem cumprir metas ambientais exigidas pelo governo Biden e outros países, o Brasil corre o risco de sofrer sanções econômicas.
Fonte: Jornalista José Maria Piteira
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