Eu não queria e não podia ser o primeiro a dar essa notícia. Meu amigo, meu irmão que eu escolhi na vida, meu compadre, o comandante Léo Rezende morreu na tarde de hoje, por volta de quatro da tarde.
Foi a covid, essa doença maldita que matou o meu amigo.
Foi uma amizade construída ao longo dos últimos 30 anos, começando bem no início dos anos 1990.
Homem de caráter inabalável, responsável em tudo que fazia, Léo Rezende deixa uma legião de amigos em itaituba e fora de itaituba.
Léo foi um irmão que eu escolhi na vida, um irmão que nunca me decepcionou.
Escolheu ser piloto, profissão que exerceu com grande dignidade por mais de 40 anos, carreira quase toda aqui na região norte, a maior parte em itaituba. Uma parte menor em Macapá.
Foi no ano de 1980 que Léo chegou a itaituba, vindo da aviação agrícola no Rio Grande do Sul.
Aqui tornou-se um piloto respeitado pela sua apurada técnica e pela enorme responsabilidade na condução dos seus vôos, a partir da preparação, até o pouso, evitando sempre qualquer tipo de imprudência ou excesso, o que levou muitos pilotos à morte.
Além da aviação, gostava muito de política e de futebol. Era apaixonado pelo Internacional de Porto Alegre. Vibrava com as vitórias do seu Colorado..
Na política estávamos de lados opostos, porque embora eu tenho votado no presidente Bolsonaro, do qual meu compadre Léo era admirador, hoje eu sou crítico do atual presidente. Porém, nunca tivemos a menor discussão a respeito do assunto. Chegamos a conversar diversas vezes sobre os atuais problemas do Brasil, porém, com o respeito muito que deve existir entre duas pessoas educadas.
Em 1992, na eleição disputada por Wirland Freire e Edilson Botelho, Léo Rezende compôs a chapa cujo cabeça foi o ex-deputado estadual e atual procurador do Estado Aldir Viana.
Pela sua seriedade e pelo fato de falar o que pensava, mesmo que tivesse muito jeito, muito tato para dizer coisas que o interlocutor talvez não quisesse ouvir, ele foi sempre muito procurado por candidatos a prefeito nas eleições locais.
Muito bem relacionado na categoria que escolheu como sua profissão, depois que retornou para Itaituba, Léo organizou o encontro Velhas Águias do Tapajós, trazendo de volta a Itaituba, de diversas partes do Brasil, mesmo que fosse por por algumas horas, pilotos de mais de uma geração que atuaram na aviação de garimpo nesta região.
Assim como fui seu amigo muito próximo, Léo deixou muitos grandes amigos. Só para citar alguns, Wilmar Freire, seu compadre, advogado José Antunes que parte de algumas diretorias da AMOT, com ele, Ivo Lubrina, outro grande amigo de Léo
Pois é, mais uma velha águia da aviação local nos deixou. Léo Rezende faz seu último voo rumo ao infinito.
Que Deus o receba em sua infinita bondade, porque Léo foi uma semente boa que germinou e deu muitos bons frutos no decorrer de sua vida.
O sepultamento está marcado para amanhã às 9 horas, inicialmente previsto para o cemitério São Francisco no km 6, podendo ser transferido ainda para o cemitério Santo Antônio no centro da cidade
Vai em paz meu compadre.
Jota Parente
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