Governador em exercício do Rio questionou publicação em rede social sobre repasses do governo federal para os estados, chamada por ele de 'pessima ideia'Aliado da família Bolsonaro, o governador em exercício do Rio, Cláudio Castro (PSC), classificou a atitude do presidente, que divulgou informações sobre repasses do governo federal para os estados no último fim de semana, como uma "péssima ideia". Castro, um dos dezenove chefes dos executivos estaduais que assinam uma carta divulgada nesta segunda-feira com críticas a Bolsonaro, também chamou o gesto do presidente de "irresponsável". Para o chefe interino do Rio de Janeiro, a postagem “cria confusão” e os números “não traduzem a realidade” de cada unidade da federação. Nesta manhã, Castro esteve com dois filhos de Bolsonaro em um evento no Cristo Redentor: o senador Flávio e o deputado federal Eduardo.
— Existe um erro de informação ali. Temos que entender o que é transferência obrigatória e o que é transferência do governo federal. Primeira coisa: eu transfiro 25% do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) e uma parte do IPVA para os municípios, e nem por isso eu estou dando dinheiro para os municípios. Aquilo é um direito deles. Eu acho que ali quem pegou a conta quis aumentar o bolo de uma forma precoce e até irresponsável, porque (parece que) os governos estão nadando no dinheiro, e isso não é verdade — afirmou Castro, na manhã desta segunda-feira, durante o lançamento das comemorações pelos 90 anos do Cristo.
Segundo o documento divulgado esta manhã, rebatendo os números do presidente, os governadores “manifestam preocupação em face da utilização, pelo governo federal, de instrumento de comunicação oficial, custeado por dinheiro público, a fim de produzir informação distorcida, gerar interpretações equivocadas e atacar governadores locais”. A carta continua: “Em meio a uma pandemia de proporção talvez inédita na história, agravada por uma contundente crise econômica e social, o governo federal parece priorizar a criação de confrontos, a construção de imagens maniqueístas e o enfraquecimento da cooperação federativa essencial aos interesses da população”.
— Ali (na publicação do presidente) está misturado fundo de participação de estado, fundo de participação de município, FUNDEB, SUS, etc. Você não pode dar uma informação dessas, porque acaba gerando uma confusão. Infelizmente, quem teve esse pensamento (de divulgar os números) teve uma péssima ideia. Cria mais essa confusão. Hoje precisamos de paz, harmonia e de trabalharmos juntos — pontou Castro, que seguiu:
— Esse número não traduz a realidade. Como o Rio de Janeiro pode ter recebido de transferência (do governo federal) R$ 76 milhões (na verdade, o número divulgado por Bolsonaro é de R$ 76 bilhões) se só arrecadou R$ 67, R$ 68 (bilhões)? É uma conta que não faz o menor sentido, e isso vem em uma péssima hora. Parece que gera mais uma carga de briga e confusão. Espero que não tenhamos mais divulgações como essa, que causam mais brigas e separam (os mandatários) no momento em que deveríamos estar unidos.
A nota é assinada por: Renan Filho (AL), Waldez Góes (AP), Rui Costa (BA) Camilo Santana (CE), Renato Casagrande (ES), Ronaldo Caiado (GO), Flávio Dino (MA), Mauro Mendes (MT), Helder Barbalho (PA), João Azevêdo (PB), Ratinho Junior (PR), Paulo Câmara (PE), Wellington Dias (PI), Cláudio Castro (RJ, em exercício), Fátima Bezerra (RN), Eduardo Leite (RS), João Doria (SP) , Belivaldo Chagas (SE) e Mauro Carlesse (TO).
Fonte: O Globo
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