O déficit no ano passado foi causado pelo freio da atividade econômica imposto pela pandemia de covid-19. Diante deste cenário, todas as unidades federativas tiveram saldo negativo. Aquelas que mais sofreram com os fechamentos foram as mais populosas, como São Paulo, que fechou 20,3 mil estabelecimentos, Minas Gerais, com 9,5 mil lojas fechadas, e Rio de Janeiro, com 6,04 mil.
“As perdas do setor varejista foram sentidas logo em março, mas, a partir de maio, foi possível começar a reverter a situação, graças à rápida reação do mercado. Contribuíram fatores como o fortalecimento do comércio eletrônico e o benefício do auxílio emergencial, permitindo que o brasileiro pudesse manter algum nível de consumo. O desafio será ver o comportamento deste ano, com o programa de imunização ainda em andamento”, disse em nota José Roberto Tadros, presidente da CNC.
O nível de ocupação no setor também foi impactado pela crise: ao longo do último ano, 25,7 mil vagas formais foram perdidas. Segundo a CNC, trata-se da primeira queda anual desde 2016 (-176,1 mil).
Demissões
Para o economista paraense Nélio Bordalo Jr., os dados apenas quantificam o que já era esperado pelo mercado econômico com o estabelecimento e avanço da pandemia. “Esses fechamentos foram naturais, aconteceram primeiro as demissões e depois o fechamento dos estabelecimentos por falta de vendas. Até mesmo quem investiu nas vendas pela internet não teve condições de manter os estabelecimentos físicos abertos”, destaca.
Bordalo ressalta ainda que boa parte dos trabalhadores que ficaram desempregados não conseguiu se recolocar no mercado, partindo para a informalidade. “As pessoas que estavam no setor do comércio não conseguiram ser posicionados em outros setores porque esses também foram afetados. Logo, esses trabalhadores engrossaram o número de desempregados do país. Mesmo a injeção de recursos, por meio do auxílio emergencial, não foi suficiente para suprir as necessidades orçamentárias de centenas de famílias.”
Setor mais afetado
A confederação também aponta que o setor mais afetado foi de "vestuário, calçados e acessórios", com mais de 22,3 mil estabelecimentos fechados. Na sequência, estão as lojas de "hiper, super e minimercados" (-14,38 mil) e "utilidades domésticas e eletroeletrônicos" (-13,31 mil).
Projeções
Para este ano, a CNC fez projeções distintas para o comércio, considerando o nível de isolamento social da população à evolução das vendas no varejo ampliado e à recuperação do saldo de lojas.
No primeiro, a Confederação prevê a redução de cinco pontos percentuais no índice de isolamento social da população até o fim de 2021, em relação a dezembro de 2019. Neste caso, as vendas avançariam 5,9%, em comparação com 2020, e o setor seria capaz de reabrir 16,7 mil novos pontos de venda este ano.
Na segunda possibilidade, no qual o isolamento social retornaria aos níveis pré-pandemia (30% da população), o volume de vendas cresceria 8,7% e 29,8 mil estabelecimentos com vínculos empregatícios seriam abertos ao longo do ano.
Em quadro mais pessimista, no qual o confinamento da população se mantivesse ligeiramente
abaixo (3 pontos percentuais) do patamar observado em dezembro do ano passado, o saldo entre abertura e fechamento de lojas encerraria o ano em +9,1 mil unidades.
Redução de vendas
“Precisamos entender que ainda estamos passando pela pandemia, enquanto não houver redução no contágio as pessoas ainda ficarão receosas em sair de casa para as compras. Isso vai continuar refletindo na redução de vendas, com isso o comerciante não investirá em novos estoques e nem empregar”, acrescenta Nélio Bordalo Jr.
Redução de vendas
“Precisamos entender que ainda estamos passando pela pandemia, enquanto não houver redução no contágio as pessoas ainda ficarão receosas em sair de casa para as compras. Isso vai continuar refletindo na redução de vendas, com isso o comerciante não investirá em novos estoques e nem empregar”, acrescenta Nélio Bordalo Jr.
Fonte: O Liberal
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