Presidente também congratula Argentina e África do Sul, mas reserva maiores elogios a países que apresentaram metas mais ambiciosas de redução de gases causadores do efeito estufa; último dia de debates é voltado para tecnologias limpas
Ao fazer o balanço da Cúpula de Líderes sobre o Clima encerrada nesta sexta-feira, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse que os compromissos apresentados pelo presidente Jair Bolsonaro são "notícias encorajadoras". O segundo dia de eventos foi marcado por debates sobre tecnologias verdes, oportunidades econômicas e o que será necessário para implementar políticas ambientais mais ecológicas e ambiciosas.
— Ouvimos notícias encorajadoras da Argentina, do Brasil, da África do Sul e da Coreia do Sul — disse o presidente americano, elencando os países participantes em seu discurso de encerramento. — Estou ansioso para trabalhar em conjunto com o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, em uma nova parceria para atingir nossos objetivos climáticos e energéticos, fazendo deles um pilar central das nossas relações bilaterais.
O aceno de Biden ao Brasil, no entanto, não deve ser visto como um grande triunfo pelo Planalto: Biden foi mais generoso com nações que assumiram compromissos mais contundentes, como vinha demandando. O presidente americano ressaltou as "metas ambiciosas" anunciadas por dois de seus maiores aliados, o Japão e o Canadá, que se comprometeram respectivamente a cortar suas emissões de gases causadores do efeito estufa em 50%, em comparação com os níveis de 2013, e 45%, em comparação com os níveis de 2005.
— Essas metas vieram da demonstração de liderança da União Europeia e do Reino Unido. Assim, metade da economia do planeta está comprometida a limitar o aquecimento global a 1,5oC — disse Biden, referindo-se à mudança de temperatura máxima para que se evite um cataclisma.
Pressionado a tomar medidas mais contundentes diante de sua desastrosa política ambiental, Bolsonaro anunciou na quinta que anteciparia em dez anos, para 2050, o prazo para o Brasil neutralizar suas emissões de carbono, apesar de não explicar como pretende fazê-lo. Em um anúncio que foi considerado insuficiente por ex-ministros ouvidos pelo GLOBO, o governo brasileiro manteve as mesmas metas de redução das emissões assumidas em 2015 no âmbito do Acordo de Paris: cortar as emissões em 37% até 2025 e em 43% até 2030, além de zerar o desmatamento ilegal até 2030.
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