Depois de ter sido um dos primeiros presidentes latino-americanos para quem Biden telefonou após confirmada sua vitória, em 2020, o chefe de Estado argentino, Alberto Fernández, tem recebido gestos de solidariedade da Casa Branca que contrastam com a frieza do relacionamento entre EUA e Brasil.
Em termos de pandemia, os números são expressivamente mais assustadores no Brasil do que no país vizinho, mas até hoje não houve uma comunicação direta entre Biden e Bolsonaro.
Na campanha eleitoral do ano passado nos EUA, o governo argentino permaneceu em silêncio, atitude que manteve em meio às denúncias de fraude lançadas por Donald Trump e seu governo.
O governo Fernández fez questão de não seguir o exemplo de seu antecessor, Mauricio Macri (2015-2019), que, em 2016, teve uma clara tendência a favor de Hillary Clinton e, após o triunfo de Trump, enfrentou dificuldades para recompor o relacionamento bilateral. Dificuldades temporárias, já que dois anos depois, Macri obteve um empréstimo de US$ 44 bilhões do Fundo Monetário Internacional (FMI). Mas o tropeção da campanha de 2016 é mencionado até hoje na Chanceleria argentina.
A boa sintonia atual entre os dois governos gera expectativas. Na conversa entre Blinken e Solá, na semana passada, o secretário de Estado americano se comprometeu a liberar a exportação de insumos necessários, incluindo frascos, para que os governos argentino e mexicano possam produzir em conjunto a vacina da AstraZeneca. O chanceler argentino pediu, ainda, que os EUA enviem à Argentina doses da AstraZeneca que não sejam usadas pelo pais.
Fonte: O Globo
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