A chamada arraia miúda, formada por gente que fica se estapeando por causa desse ou daquele político, com ou sem mandato, vive muito mais ligada nas bravatas dos seus ídolos do que na vida real que é vivida conforme as decisões políticas, porque, mesmo que se diga que não se gosta de política, ela está presente na vida da gente a todo momento.
Do alto dos meus setenta anos, tendo vivenciado as nuances da política brasileira, desde um pouco antes da implantação da ditadura militar, pois, na minha casa política era uma coisa presente, afirmo que não acredito em mudança de ares advindos da política.
A maioria dos eleitores achou que poderia ser diferente com Jair Bolsonaro, que representou o anti-petismo na eleição de 2016.
Na campanha, prometeu-se que o Brasil viveria novos tempos na política, mas, não é o que se vê. Os extremos se tocam e os meios ficam cada vez mais parecidos. A promessa de moralização ficou pelo meio do caminho, e o que vemos hoje é exatamente o que os antecessores do atual presidente fizeram: a tentativa de se manter no poder a qualquer custo, mesmo que seja com ameaça de usar a força.
Houve um momento que os simpatizantes do ex-presidente Lula não colocam nas redes sociais, em que o então mandatário máximo da nação queria baixar um decreto que tinha cheiro de porta de entrada para uma ditadura. Até a Igreja Católica, que deu grande apoio a ele, se pronunciou contra tal decreto.
Herodes, aquele que, segundo a Bíblia, ordenou a "matança dos inocentes", é como a Igreja Católica denominou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em panfleto distribuído em São Paulo contra pontos dos quais discorda no 3º Programa Nacional de Direitos Humanos, lançado em dezembro de 2009 pelo governo.
Os mais velhos que tem boa memória não esqueceram esse episódio.
Neste momento, observam-se movimentos de órgãos da República, em Brasília, com a finalidade de blindar autoridades federais do atual governo que tenham foro privilegiado.
É como diz o velho ditado: mudam-se os santos, mas, os milagres são os mesmo.
A política brasileira é suja, o poder só é exercido em nome do povo, na letra morta da Constituição Federal, porque eles só precisam, mesmo, é do voto dos eleitores para fazerem o que bem entenderem depois de eleitos. E esse o que bem entenderem inclui fazer coisas que vão de encontro aos interesses da população.
Lamentavelmente, o voto da gente não serve para melhorar a vida do cidadão como muitos ainda acreditam e pregam. A única utilidade que o nosso sufrágio tem é dar poder para quem teve o discurso mais bonito durante a campanha eleitoral. Mudar que é bom, nada.
Quase sempre foi assim, vai continuar sendo assim, sabe Deus por mais quanto tempo. Talvez para sempre. As mudanças na política brasileira tem sido sempre para pior.
Eu não acredito mais.
Jota Parente
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