Artigo de Oswaldo Bezerra, no jornal O Impacto
Localizada em Haia na Holanda, o Tribunal Penal Internacional (TPI) tem caráter permanente. Tem competência para julgar crimes de genocídio, de guerra, contra a humanidade e crime de agressão que se refere a invasões de outro estado por um exército.
As organizações sustentam que, desde o início de seu governo, Bolsonaro incentivou violações de terras indígenas, enfraqueceu instituições de controle e fiscalização e foi omisso em responder a crimes ambientais na Amazônia.
Em janeiro de 2021, os caciques Raoni e Raul Suruí amparados por um advogado francês solicitaram ao Tribunal Penal Internacional que investigasse o presidente brasileiro por assassinato, transferência forçada e perseguição de indígenas.
O presidente também é acusado de ecossídio, onde promove a destruição do meio ambiente de forma tão intensa que prejudica a vida humana. Isso seria um crime contra a humanidade. Este tipo de investigação é a primeira do gênero a um presidente da república brasileira. Contudo, as chances de Bolsonaro ser julgado e condenado pelo Tribunal Penal Internacional é muito pequena.
Uma acusação mais grave ainda apareceu na CPI da Covid. Veio através da delação do vice-governador do Amazonas que acusou o governador do Amazonas, Wilson Lima em conluio com Jair Bolsonaro de ter feito um experimento trágico e macabro no estado.
Segundo o vice-governador do Amazonas, Carlos Almeida Filho (sem partido), os dois trabalharam juntos para provocar no estado uma infecção que chegasse a 70% da população. A ideia era que este alto número de infecção levasse o estado a obter a chamada imunização de rebanho.
A ideia do presidente e do governador era que quando estado chegasse neste nível, toda população estivesse imunizada e não precisasse mais de vacina. O governador e o presidente cometeram um grave erro, não levaram em consideração a avaliação científica, apenas tentaram colocar em prática uma ideia do chamado poder paralelo do Ministério da Saúde, coordenado por um dos filhos do presidente, segundo depoimentos na CPI.
Porque a experiência da imunização de rebanho deu errado no Amazonas? A alta infecção acabou por gerar uma alta re-infecção. Assim uma nova cepa foi gerada. Com esta nova cepa os casos fatais explodiram, com aumento de números de mortes e falta de oxigênio.
O vice-governador apresentou provas do experimento e a CPI já está as colhendo. Segundo relatos da CPI, Teich e Mandeta alertaram ao presidente que a tática da infecção de 70% não daria certo por motivos de alteração do vírus. Aconselharam que este procedimento mataria 180 mil pessoas. Na verdade, matou bem mais. Bolsonaro teria preferido seguir os conselhos do seu filho.
Em vídeos, Bolsonaro afirmava que com 70% da população infectada o Brasil seria considerado pelo mundo como país livre da pandemia. Na verdade, vários vídeos com este contexto foram feitos pelo presidente repetindo o mágico numero (70%).
Já passamos de meio milhão de mortes, isso sem contar as subnotificações. Fazer experiências com um vírus desconhecido é muito perigosos, ainda mais se sabendo que o preço seria centenas de milhares de mortos. A variante com carga viral maior foi o resultado de um experimento macabro. Esta atitude do governo federal em conluio com o governo estadual do Amazonas é uma ação que poderia ser investigada pelo TPI.
Novo livro de Oswaldo Bezerra intitulado “Contos Amazônicos Modernos” está agora disponível para Kindle na Amazon.
Nenhum comentário:
Postar um comentário