domingo, agosto 29, 2021

O Brasil tem 40 novos bilionários, enquanto a pobreza e a miséria não diminuem

Mesmo com a pandemia e a piora dos indicadores econômicos, o número de bilionários brasileiros cresceu em 2021. De acordo com a Revista Forbes, pelo menos mais 40 pessoas conseguiram atingir a marca de R$ 1 bilhão de patrimônio neste ano, impulsionados pelo aumento de oferta de ações na Bolsa.

Considerando o desmembramento de famílias e os novatos, o ranking traz 77 nomes a mais que no ano passado, totalizando 315 brasileiros. O patrimônio acumulado de todos os bilionários do país é de R$ 1,9 trilhão em 2021.

Com R$ 7,54 bilhões, Marcelo Rodolfo Hahn, dono da Blau Farmacêutica, é o mais rico dentre os novatos, aos 52 anos. Sua companhia estreou na B3 em abril de 2021.

O fundador da empresa de cashback Méliuz, Israel Fernandes Salmen, também entrou na lista após sua companhia estrear na Bolsa. Aos 33 anos, o empresário tem patrimônio de R$ 1,15 bilhão.

Além disso, o boom de IPOs no Brasil garantiu ao país a quinta maior capitalização de mercado do mundo, com aproximadamente R$ 5,5 trilhões distribuídos entre 388 companhias.

A priori, parece uma notícia que deveria nos encher de orgulho. Olha só, o Brasil colocou mais 40 pessoas no seleto clube mundial dos bilionários! Que beleza!

Só que não, por ao se compreender o que é o mercado de capitais, percebe-se que nesse caso brasileiro, tão somente se concentrou mais a distribuição das riquezas nas mãos de poucos, aumentando-se a preversidade da má distribuição de rendas.

Mercado de capitais é um sistema de distribuição de valores mobiliários que proporciona liquidez aos títulos de emissão de empresas e viabiliza o processo de capitalização. É constituído pelas bolsas de valores, sociedades corretoras e outras instituições financeiras autorizadas.

Percebeu? Gente que já tinha bastante dinheiro, ganhou muito mais de dinheiro, em detrimento da renda do trabalhador, que estagnou, ou caiu diante das circunstâncias da economia brasileira e mundial, aliado à incompetência do programa econômico do atual governo, que não conseguiu avançar nas reformas estruturais, que sendo fundamentais, deveriam merecer um esforço muito maior do presidente Jair Bolsonaro, na condição de maior agente político da nação. A ele deveria caber as negociações mais complicadas com o Congresso Nacional. Eu disse, negociações, não, barganhas em um tema que é de interesse de toda a nação.

Quando Bolsonaro assumiu a presidência da República, havia 12,3 milhões de desempregados. Atualmente eles são 14,4 milhões. A culpa não é somente de Bolsonaro. Claro que não, mas, ele tem sua parcela nesse todo, porque não age nas frentes que deveria, na maioria das vezes por absoluta falta de competência.

O Brasil não precisa de novos milionários, muito menos de novos bilionários que tenham se dado bem por investimentos no Marcado de Capitais. O que o país precisa é da criação de milhões de novos empregos que permita às famílias brasileiras botarem comida na mesa e alimentar o mercado de consumo, fazendo a economia nacional girar. É disso que estamos sedentos.

É preciso diminuir o abismo entre os que tem demais e os que não tem nada. Não tem nada de errado em ser rico, mas, está tudo errado com um país, onde a pobreza e a miséria aumentam em vez de diminuir.

Em vez de tratar disso, o presidente tem gastado o seu tempo brigando contra a urna eletrônica, desviando o foco da discussão que diz respeito à qualidade de vida de todos os seus concidadãos, milhões dos quais, quando muito, com muita dificuldade conseguem o que comer.

Alguém sabe qual foi a mais recente atitude da equipe econômica no sentido de fomentar empregos em massa? Quem souber, por favor informe ao blog.

Jota Parente

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