BUENOS AIRES — Uma crise sem precedentes foi aberta no governo argentino, nesta quarta-feira, depois que cinco ministros e pelo menos três funcionários kicherneristas renunciaram por meio de uma carta formal. O movimento acontece dias após a surra eleitoral que o governo do presidente argentino, Alberto Fernández, levou nas Primárias Abertas Simultâneas e Obrigatórias (Paso), realizadas no último domingo para eleger os candidatos que disputarão vagas na Câmara e no Senado nas eleições legislativas do próximo dia 14 de novembro.
Além dos ministros do Interior, Eduardo de Pedro; de Justiça, Martín Soria; de Ciência e Tecnologia, Roberto Salvarezza; de Meio Ambiente, Juan Cabandié; e da Cultura, Tristán Bauer, também deixaram o cargo a titular do Programa de Saúde Integral (Pami), Luana Volnovich; a diretora da Administração Nacional de Segurança Social (Anses), Fernanda Raverta; e a secretária de Comércio, Paula Español. Todos são membros do movimento jovem kirchenerista La Cámpora ou respondem a vice-presidente, Cristina Kircher.
Após o choque causado pela divulgação da saída conjunta, outros funcionário se manifestaram para dizer que também já haviam pedido demissão verbalmente. As renúncias foram lidas como uma forte mensagem interna, e uma declaração unificada, e surpreendente, para a vice-presidente, que resiste à mudança de figuras no Gabinete.
O primeiro a dar o passo foi o ministro do Interior, de grande peso no Ministério e elo fundamental entre o kirchnerismo e a Casa Rosada. De Pedro estava em seu escritório quando tornou pública sua carta.
Sua decisão gerou um efeito dominó no restante dos ministros e causou um choque interno na aliança governista Frente de Todos. Minutos depois soube-se que a trupe de camporistas do Gabinete (Raverta, Volnovich e Español), assim como Bauer, Salvarezza, Cabandié e Soria, haviam renunciado. A ideia havia sido abordada em várias reuniões, mas foi lançada apenas hoje.
O ministro do Desenvolvimento Territorial, Habitat e Habitação, Jorge Ferraresi, entretanto, afirmou em declarações a rádios locais que divulgou a sua demissão no mesmo dia da eleição no domingo.
— Se Wado escolheu a forma escrita hoje, optamos por apresentar a renúncia oralmente no domingo ou segunda-feira. A diferença está na forma — disse Ferraresi na Radio con Vos.
Fonte: O Globo
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