Nenhum país entra para o seleto grupo dos países do primeiro mundo, se não for pela porta da educação. Não existe outra receita. A economia pode até crescer, mas, não haverá distribuição de riquezas sem o acesso a uma boa educação.
O Brasil está muito atrasado em
termos de Educação. Vivemos um tempo em que não se debate mais modelos
educacionais e, sim, a ausência de qualidades intelectuais e morais dos
Ministros da Educação dos últimos governos.
Mas
nem sempre foi assim. Corria o ano de 1994 e o Brasil ia se submeter à segunda
eleição direta para presidente depois do "processo de
redemocratização".
A eleição foi realizada
em 3 de outubro e vencida pelo tucano Fernando Henrique
Cardoso (PSDB-SP).
A disputa pela presidência contou
com nove candidatos, dentre os quais destacou-se Lula, que foi o segundo
mais votado. Houve, também, a participação do ex-governador do Rio de Janeiro, Leonel
Brizola (foto acima). No transcorrer da disputa as televisões promoviam debates eleitorais
com a presença dos candidatos.
Principalmente
para quem se preocupa com a educação, mas, uma educação de verdade, o blog
relembra um pequeno trecho de um desses debates.
Fernando Henrique Cardoso (foto ao lado) aborda Brizola sobre questões de educação. FHC fala das escolas de tempo integral idealizadas por Brizola e diz que elas têm alto custo. Leonel Brizola deu uma resposta que nenhum político brasileiro jamais ousou dar, muito menos, seguir sua metodologia para melhorar a educação.
FHC - Governador
Brizola, eu acho que a questão da educação é realmente fundamental. Essa
questão dos CIEPs e CIAPs merecem a minha simpatia, não obstante, eu tenho
ouvido críticas, por isso, gostaria de ouvir sua resposta.
Falam que o custo dessa educação
de tempo integral é muito elevado, em torno de dois milhões de dólares, e a
manutenção dela custa outro tanto, e que o número de alunos é muito baixo.
Assim, apesar da ideia ser boa, estaria se trabalhando para formar uma nova
elite nessa escola de excelência. É verdade isso?
Resposta de Leonel Brizola - Saiba que
as suas informações são totalmente improcedentes. Primeiro, porque essa
invocação de que são obras caras, isso são alegações dos tecnocratas. Não se
encontra um tecnocrata, especialmente esses fazendários, que não ache cara a
educação. Sempre não tem dinheiro, ou recusam favorecer verba para melhorar os
vencimentos dos professores, sempre estão regateando em relação a educação.
No meu conceito, cara mesmo e
a ignorância. Essa é cara mesmo. Olha, o que custa para este país a
ignorância, não é brincadeira. Ignorância entremeada no meio das elites, que
por incompetência levaram este país a esse quadro. Então, com a experiência que
fui adquirindo, isso me leva a afirmar que este país não tem outra saída.
Ou se institui uma escola
coerente para as nossas crianças, com alimentação, com assistência médica, com
a permanência dessas crianças todo dia no colégio, como acontece nos colégios
de muitos países europeus e de tantos outros países que se prezam, ou nós não
temos outra saída.
Isso aconteceu há vinte e quatro
anos, e de lá pra cá mudou pra melhor? Na minha concepção, infelizmente não.
Jota Parente
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