Teve de tudo. Vereador fazendo esforço para apoiar honraria para seu pai, vereador homenageando vereador e vereador que homenageia investigado.
Sabe o ‘Samba do Crioulo Doido’, ou o ‘Festival de
Besteiras que Assola o País’, de Stanislau Ponte Preta’? Pois é, foi mais ou menos
isso o que aconteceu.
A discussão começou com o vereador Ronny Freitas pedindo
para o secretário ler suas ponderações justificando seu pedido de concessão de
Título de Cidadão Itaitubense para seu pai.
A Comissão de Constituição, Justiça e Redação Final, que é
presidida pelo vereador João de Barros, que é advogado, e tem o vereador
Peninha como relator, deu parecer contrário. Peninha, que não é bobo nem nada,
e entende que isso é irregular, não apresentou parecer algum.
A assessoria jurídica da Câmara foi consultada, e ratificou
a posição contrária da comissão.
João de Barros explicou as razões de ter assinado o parecer
contra, afirmando que estava apenas cumprindo o regimento interno da casa, mas,
outros já havia manifestado que, se o presidente colocasse em votação, votariam
a favor.
O certo, mesmo, seria o presidente Dirceu Biolchi tomar a
decisão de não colocar a matéria em votação, mesmo que pedisse que ela fosse
novamente analisada, pois tem poder de sobra para isso. Todavia, conforme já
ocorreu em situações semelhantes, jogou a decisão para o plenário, que aprovou a
concessão do título.
Na hora da votação, o vereador Conrado e a vereadora
Antônia Borroló votaram contra.
Como o vereador Wescley Tomaz havia apresentado uma proposição
de título de Cidadão Itaitubense para o vereador Felipe Marques, disse que votaria
a favor do pedido de Ronny, mas, que ressuscitaria sua proposta de homenagem ao
colega. E assim foi feito.
João de Barros havia apresentado, anteriormente, uma proposta
de concessão de título idêntico para seu pai, Janjão, tendo retirado a mesma
quando entendeu que não poderia fazer a homenagem, mas, na hora da votação não
se levantou para se manifestar claramente contra, o que configurou como voto a
favor. Talvez, um pequeno descuido, pois sua posição contra ficou mais do que
entendida.
Uma proposta de título que passou sem nenhuma discussão foi
apresentada pelo vereador Felipe Marques.
Trata-se de um título para o senhor Antônio Araújo,
presidente da COOPOURO, cujo nome está incluído entre os investigados na operação
‘Narcos Gold’.
Todo cidadão é inocente perante a lei, até prova em contrário,
mas, a Câmara já deveria estar ressabiada por episódios anteriores, como o
título concedido a Albenor Moura, falecido, contra o qual havia diversas
acusações.
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