De nada adianta tentar explicar o que não tem explicação. Será que era mesmo o dia? Essa é uma pergunta que a cultura ocidental se faz há séculos, para a qual nunca houve, e nem haverá resposta.
Cada um reage de um jeito. No caso da morte prematura da grande estrela da música brasileira, Marília Mendonça, a comoção tomou conta de todo o Brasil, porque ela era bem mais do que somente uma grande artista.
Marília tinha muita luz, luz própria que não usava para ofuscar ninguém, pois brilhava para iluminar a todos que estivessem no seu caminho.
O meu jeito de reagir é escrevendo, e escrevendo eu tento amortecer o impacto que senti. Primeiro, a notícia de que o avião em que ela se deslocava para a cidade de Caratinga, a terra de Agnaldo Timóteo, tinha caído, mas, que ela estava bem; depois, quando a gente pensava que tinha sido apenas um susto, veio a notícia que ninguém gostaria de ouvir.
Ontem foi o aniversário da mãe dela, para quem Marília escreveu um belo texto, declarando todo o seu amor. E sua mãe é a pessoa que ficava com a filinha da cantora quando a mesma estava viajando, o que acontecia com muita frequência, porque sua agenda vivia sempre lotada.
“Acordei cedo para procurar um buquê e uma cesta de café da manhã para você. Eu que organizei, viu só como estou adulta?
Eu não sei quando você vai ler isso e se você vai ler, (ressaca, né?) mas eu estou aqui para te lembrar mais uma vez o quanto eu te amo. Seu cuidado e carinho ultrapassam o limite do ser mãe.
Você com seu coração gigante, não se conforma em simplesmente ser mãe de Marília e João Gustavo, mas é mãe de todos que ama de verdade.
Seu coração deveria ser estudado e reproduzido nas próximas gerações. O mundo seria mais bonito se existissem mais Ruths espalhadas por aí.
Obrigada por cuidar tão bem do amor da minha vida. Seremos sempre nós. Conectadas, entrelaçadas e fortes. Juntas! Te amo, mãe! Para sempre!
Feliz aniversário”, escreveu ela.
Hoje à noite Gustavo Lima faria uma apresentação em Santarém, e amanhã seria em Itaituba. Ambas foram canceladas, adiadas para datas futuras que ainda serão discutidas. Não haveria clima, nem de parte do artista, nem do público. Por isso, essa foi a decisão mais acertada.
Tão jovem, apenas 27 anos, morte tão precoce, no auge da carreira. Que cada um, dentro da sua fé ou da sua crença, ou mesmo na falta dela possa assimilar esse choque, porque todos fomos atingidos.
Para Itaituba o baque é ainda mais pesado, porque foi aqui que ela realizou o seu primeiro show como cantora profissional.
Marília será sempre lembrada por tudo de bom que ela representou na vida, na convivência familiar, na relação respeitosa com os seus colegas e amigos de profissão, pela energia no palco, por sua eterna alegria e por sua arte.
Vamos sentir muito sua falta, Raínha.
Que ela descanse em paz.
Jota Parente
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