Jota Parente - Artigo - O ano de 2021 foi aguardado como o Ano da Virada, principalmente em relação à pandemia da Covid-19, que já tinha esculhambado com o ano anterior, de 2020.
Não foi como a gente torceu que fosse. A tragédia que se
abateu sobre toda a humanidade não poupou país nenhum, embora alguns tenham
sofrido muito mais do que outros, por diversas razões.
Se essa pandemia tivesse aparecido há vinte ou trinta anos,
quando os recursos tecnológicos para produção de medicamentos, especialmente
vacinas, eram infinitamente menores, certamente teríamos que multiplicar por
algumas vezes o número de mortos.
Por meio de um esforço jamais visto antes, cientistas do
mundo inteiro trabalharam dia e noite para descobrir uma vacina capaz de
combater a propagação do Coronavírus. E felizmente, conseguiram quase simultaneamente
em países diferentes.
Nem deu tempo de comemorar. Quando a gente pensou que o
problema estaria resolvido, surgiu
a variante Delta, e
mais recentemente, a Ômicron, que está bagunçando tudo de novo.
A economia, mal teve tempo de se manter de pé, apesar dos
estragos causados, de modo especial, ano passado, quando quase tudo parou em
todo o mundo.
Atualmente, os Estados Unidos em primeiro lugar, e a Europa
em seguida, lutam para evitar que a variante Ômicron ponha em colapso seus
sistemas de saúde, que vem sofrendo uma pressão muito forte nos últimos dias.
O Brasil tinha tudo para estar bem melhor, não fosse pela
forte campanha negacionista liderada pelo presidente Jair Bolsonaro, que na condição
de comandante em chefe da nação brasileira tem a obrigação de liderar para o
bem, não para o mal.
Sem a menor condição de ocupar o cargo mais elevado da
administração de qualquer país, Bolsonaro tem feito um esforço hercúleo para atrapalhar.
Começou querendo impedir o distanciamento social, continuou
quando fez pouco caso na compra de vacinas e culminou o desastre administrativo
ao pregar um tal de tratamento precoce que a Ciência negou que funcionasse. Por
último, trabalha para atrapalhar a vacinação de crianças entre os cinco e os
onze anos.
Apesar do pesado bombardeio do governo federal, que vai de
encontro a tudo que é praticado no combate à pandemia, o povo brasileiro tem
demonstrado sabedoria ao se vacinar. Dá para avançar mais. Observe os números
de hoje.
Vacinação no país
Os 161.089.958 vacinados que receberam a 1ª dose equivalem a:
75,52% da
população brasileira
Os 142.887.698 totalmente imunizados (com duas doses ou dose única) equivalem a: 66,98% da população brasileira
Total de doses aplicadas: 303.977.656
O ideal seria ter alcançado algo em torno de pelo menos 75%, ou quem sabe 80%. Mas, quem sabe a gente chega lá.
Apesar de todo esse cenário, que continua muito preocupante, Itaituba parece um lugar à parte, porque embora a Covid-19 tenha levado um bom número de pessoas, algumas muito conhecidas, a cidade não parou em 2021, ou se parou nos momentos mais complicados, a economia continuou crescendo, com novos investimentos chegando ao município.
Que o ano de 2022 chegue mais leve do que o ano que termina, embora a gente saiba que teremos uma eleição de deputado estadual a presidente da República.
Hoje se apresenta uma penca de candidatos à presidente para apreciação dos eleitores. Pelo menos dois deles são dissidências de Bolsonaro, Mandeta e Sérgio Moro, mas, se não mudar o quadro, se não aparecer a tão falada terceira via, vamos conviver mesmo será com a polarização que já está no campo de batalha entre o atual presidente, uma mal fadada experiência do eleitor brasileiro e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O primeiro, elegeu-se montado no discurso do combate à corrupção, desde que não seja a corrupção dos filhos dele, o segundo todos sabem o que aconteceu nos governos do PT. O candidato ideal, ah, esse eu ainda estou esperando, do mesmo jeito que milhões de eleitores. Provavelmente não vai aparecer.
Jota Parente
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