As finanças da Igreja Universal do Reino de Deus em Angola começaram a ser expostas num tribunal de Luanda.
O caso judicial representa o fracasso da maior operação diplomática já realizada pelo governo Jair Bolsonaro.
Na tentativa de impedir o julgamento, a pedido da Universal que controla o Partido Republicanos, Bolsonaro escreveu uma carta de apelo ao presidente angolano João Lourenço, enviou o vice Hamilton Mourão para negociar e mobilizou a estrutura do Itamaraty na África. Não adiantou.
A Universal enfrenta um cisma em Angola. Ano passado, 85 templos foram assumidos por pastores angolanos em rebelião contra a liderança brasileira. Eles justificaram a separação com denúncias de crimes diversos.
Os depoimentos no Tribunal da Comarca de Luanda, segundo o jornal Maka Angola, indicam que na última década a Universal arrecadou em média US$ 120 milhões por ano em coletas, além de US$ 40 milhões em eventos especiais.
Parte do dinheiro angolano financiou a construção de templos na África, em Portugal e no Brasil. O de Talatona, em Luana, foi entregue à construtora da família do ex-presidente José Eduardo dos Santos, custou US$ 30 milhões e está inacabado.
As remessas para o exterior eram rotineiras, segundo os dissidentes da Universal angolana. Às vezes com transporte de dinheiro vivo (US$ 15 mil por pessoa) por comitivas de mais de duas centenas de peregrinos, em aviões alugados.
A defesa da Universal em Luanda alega inocência do cliente e diz que tudo será esclarecido no julgamento: “Quaisquer confissões desacompanhadas de elementos de prova não constituem corpo de delito.”
Fonte: Veja
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