Qualquer país onde a democracia é levada a sério tem partidos fortes. É assim nos Estados Unidos, na Inglaterra, na França, na Alemanha e em alguns outros. Não é assim no Brasil, na Itália, em diversos países da América do Sul e da América Central, para ficar nesses.
A Itália tem uma democracia consolidada, mas, na questão partidária há muitas oscilações. Prova disso é que toda vez que o presidente escolhe um novo primeiro ministro, há muita dificuldade para montar uma maioria para governar com alguma sustentabilidade política.
Mas, voltemos ao Brasil, onde dentro de três dias estará escancarada a janela para que os políticos que querem disputar as eleições de outubro possam procurar outro ninho.
Chega a ser um contra-senso falar em fidelidade partidária no país, uma vez que a adoção dessa janela, que não é de agora, joga por terra toda e qualquer possibilidade de se cobrar fidelidade de alguém.
Os partidos são meras siglas que servem para que os pretensos candidatos possam se abrigar, pois a legislação eleitoral exige que eles estejam filiados a qualquer um deles. Não há respeito algum ao estatuto de partido nenhum, não existe ideologia a ser seguida. O que prevalece é o interesse dos caciques, que determinam quem pode e quem não pode ser candidato.
Ainda mais agora, que o Congresso está montado numa montanha de dinheiro do fundo partidário, R$ 4,9 bilhões, sete vezes o que o governo federal repassou para a Anvisa.
No exercício de 2021, os partidos políticos devidamente registrados no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e que atingiram a cláusula de barreira receberam, em conjunto, um total de R$ 939.172.697,26 do Fundo Especial de Assistência Financeira aos Partidos Políticos, conhecido como Fundo Partidário.
Os partidos receberão o equivalente a cinco vezes em 2022, em relação ao montante de 2021.
Aí a gente junta o jeitinho brasileiro para jogar a fidelidade partidária para escanteio, com essa janela imoral e com a falta de vergonha do Congresso Nacional, que aprovou essa excrecência desse fundo partidário, e temos como resultado, parafraseando Stanislau Ponte Preta, o Festival de Subterfúgios que Assola o País. Ou não é assim?
Essa gente não pensa no Brasil, nos mais 12 milhões de desempregados que não conseguem um emprego, tendo como um dos motivos a inércia de deputados e senadores, que tem pressa para aprovar os projetos de seu interesse, ou da presidência da República, postergando as reformas que se arrastam, algumas delas por mais de 30 anos.
Não nos iludamos achando que dessa vez vamos acertar no voto, e que o quadro político vai melhorar, porque existe um monstro chamado SISTEMA, que doma quase todos. Poucos são os que conseguem enfrentá-lo. Muitos que tentam, ficam pelo meio do caminho. A maioria é domada por ele. É assim que funciona a política no nosso país.
Se por acaso mudar o presidente, o Sistema vai continuar mandando. Podem mudar alguns aspectos, todavia, o tomalá dá cá vai funcionar como sempre. Quem viver verá.
Jota Prente
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