Os 30 anos são tratados como simbólicos no futebol. Antes deles, os jogadores estão em processo de maturação. A partir deles, de envelhecimento. É o ápice da vitalidade, o momento para se olhar para trás e saber em que patamar um atleta se encontra. E para frente, a fim de especular o que ainda se pode esperar. Neymar, que completa hoje três décadas de vida, ostenta uma trajetória alcançada por poucos. Mas que ainda fica aquém de um jogador com talento para ocupar um lugar na história do esporte.
Do primeiro jogo como profissional (em 2009) até agora, lá se vão quase 13 anos. Neste período, ele ultrapassou os 400 gols em 657 jogos por clubes e seleção. Com a amarelinha, foram 70, o que faz dele o segundo maior goleador, atrás apenas de Pelé (com 77).
Neymar levantou taças importantes em todos os clubes pelos quais passou. Com ele, o Santos voltou a ser campeão da Libertadores após 48 anos. No Barcelona, chegou ao topo da Europa ao vencer a Liga dos Campeões 2014/2015. Já no Paris Saint-Germain foi campeão francês três vezes. Na seleção, onde exerce a liderança técnica desde o ciclo da Copa de 2014, ganhou a Copa das Confederações (2013) e o inédito ouro olímpico (2016).
As taças levantadas por Neymar são as mesmas que Messi e Cristiano Ronaldo — os maiores nomes entre os atletas em atividade — conquistaram quando chegaram aos 30: as principais ligas e copas nacionais disputadas por seus clubes, além do maior torneio continental. Mas, em quantidade, não há igualdade. O brasileiro está bem abaixo.
Por outro lado, por seleções, Neymar é mais dominante. Não só marcou mais gols como faturou um título com a equipe principal — o que tanto o argentino quanto o português só conseguiriam mais tarde.
A comparação com craques do passado é inevitável. E ajuda a entender por que, mesmo positiva, a avaliação sobre Neymar esbarra numa sensação de que falta algo para ele figurar no patamar mais alto. O astro do PSG possui mais títulos na Europa do que Ronaldo Fenômeno aos 30. Entre eles, uma Liga dos Campeões, que o ex-camisa 9 nunca conquistou. O mesmo se pode dizer em relação a Pelé, já que o Rei nunca atuou no continente. Já ao lado de Maradona, Ney possui não só mais taças como melhor média de gols (0,61 contra 0,53).
A comparação com craques do passado é inevitável. E ajuda a entender por que, mesmo positiva, a avaliação sobre Neymar esbarra numa sensação de que falta algo para ele figurar no patamar mais alto. O astro do PSG possui mais títulos na Europa do que Ronaldo Fenômeno aos 30. Entre eles, uma Liga dos Campeões, que o ex-camisa 9 nunca conquistou. O mesmo se pode dizer em relação a Pelé, já que o Rei nunca atuou no continente. Já ao lado de Maradona, Ney possui não só mais taças como melhor média de gols (0,61 contra 0,53).
Mesmo tendo sido campeão da Liga dos Campeões com o Barça, Neymar foi um parceiro de luxo de Messi, o fio condutor da equipe. Ao realizar o movimento de se transferir para o PSG, o brasileiro mostrou que buscava esta relevância para si. Mas o título de peso, quase alcançado com o vice da Champions 2019/2020, ainda não veio.
Isso não significa que o tempo acabou para Neymar. Os 30 anos carregam toda esta simbologia por razões biológicas. É em torno desta idade que o corpo perde a capacidade de se recuperar do desgaste dos jogos e das lesões. E, inevitavelmente, a performance está ligada ao aspecto físico. Mas a evolução da ciência mudou este cenário.
— A barreira é apenas cronológica e muitas vezes pode não significar nada para esse nível de atletas — atesta Cláudio Pavanelli, fisiologista do Santos nos primeiros anos de Neymar no clube e que hoje atua no esporte universitário americano.
Fonte: O Globo
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