A medida busca assegurar que as águas dos garimpos despejadas no rio Tapajós sejam cerca de 70% mais limpas e que assim os garimpeiros possam vir a tirar a licença para trabalhar e para que não ocorram mais operações como a “Operação Caribe Amazônico”, deflagrada pela Polícia Federal (PF) na última segunda-feira (14), deixando um rastro de destruição nos garimpos da região.
“Eu não vou fazer um projeto pro Brasil, eu tô fazendo um projeto pra bacia amazônica, pro Rio Tapajós que com certeza vai dar certo. O que não pode é que o garimpeiro viva com medo de tocarem fogo nos garimpos. [...] Nós temos que fazer mais para evitar isso que tá acontecendo”, diz Valmir sobre o projeto.
A alternativa apresentada pelo prefeito é a criação de Bacias de Decantação, a ideia é fazer 3 bacias de decantação, para que a água suja passe por elas e no final do processo esteja 70% limpa para ser derramada nos rios da região. O prefeito relata que não adianta preparar um projeto de retirada de ouro do Tapajós, que seja inviável, que tenha um custo muito alto. Pelas contas feitas por ele o gasto com esse novo projeto será em torno 3% do ouro retirado atualmente.
Segundo Valmir Climaco, primeiro se tem que resolver o problema do “lamaçal” que está sendo jogado nos rios, para só então poder falar sobre documentar os garimpos, uma vez que as maiores autoridades no assunto não liberariam a atividade garimpeira com o estrago que vem sendo feito ao meio ambiente. O prefeito relata ainda que só falará sobre documentar garimpos e só vai para Brasília quando o projeto estiver funcionando.
"Só vou pra Brasília com um projeto audacioso pra provar isso, quando começar a funcionar. Eu não vou pra Brasília [...] pedir pra não queimar PC, porque se eles não queimar eles vão tirar, vamos dar um exemplo: o IBAMA e o ICMBio já fez várias doações de PC pra prefeitura, quando chega na prefeitura, eu boto pra trabalhar e o serviço da prefeitura é pesado, uma PC com 3, 4 anos tá só o bagaço, entre queimar e pegar uma multa e virar só o bagaço, é melhor queimar, eu não sei se eles entendem assim", Valmir Climaco.
O prefeito conta que já começou a colocar o projeto em prática, autorizando a compra de 5 caminhonetes para a Secretaria de Meio Ambiente. Também serão contratados técnicos profissionais para elaborar o projeto juntamente com a prefeitura e com o Secretário de meio ambiente, Bruno Rolim.
"O que fez essa operação vim do Ministério da justiça foi toda essa confusão e nós vamos resolver o problema de Alter do Chão, nós vamos resolver o problema dessa sujeira do Tapajós, dessa maneira que nós vamos fazer, a prefeitura tem dinheiro pra comprar caminhonete, a prefeitura tem dinheiro pra montar uma equipe e nós temos grandes profissionais e nós vamos contar com todos os garimpeiros”, conta o prefeito.
De acordo com Valmir Climaco, o ICMBio vai ajudar a regularizar a situação dos garimpos, uma vez que a Permissão de Lavra Garimpeira (PLG) dada pela prefeitura, não estão sendo aceitas pelos órgãos federais, então com a validação do ICMBio as liberações terão maior valor. Para que isso ocorra, é preciso fazer a coisa certa e um projeto de recuperação dos garimpos será feito.
“O que nós queremos é que não cancelem as PLGs a curto prazo, vou marcar uma reunião com Dr. Paulo, procurador federal, pra dizer que queremos prazo pra realizar o projeto”.
Durante a coletiva, Valmir Climaco também explicou que os garimpeiros que não aderirem ao projeto terá que fechar, porque as fiscalizações serão intensificadas. O projeto protocolado será apresentado nos garimpos e um técnico será disponibilizado para a implantação do mesmo, caso o garimpeiro não queira fazer, será tudo recolhido.
"Quero dizer pros garimpeiros, daqui 10 anos vocês vão tirar o dobro do ouro que vocês tiram hoje, organizado, com responsabilidade. [...] Nós vamos trabalhar um projeto audacioso, barato, simples, e vocês vão ver que em 2 anos o rio Tapajós não tem mais essa poluição".
Fonte: Portal Giro
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