Uma das hipóteses levantadas pelo diretor do Sindicato dos Aeronautas é de que tenha ocorrido travamento de comandos do Boeing 737
As impressionantes imagens da “queda vertical” de um avião na China chocaram o mundo e levantaram dúvidas sobre quais seriam as causas para mais um acidente aéreo envolvendo um Boeing 737. Para o diretor de Segurança de Voo do Sindicato Nacional Aeronautas (SNA), Eduardo Antunes, a resposta para o motivo do acidente pode ser uma eventual falha nos comandos do avião, que levava 132 pessoas a bordo no momento em que caiu.
O especialista ressalta, porém, que as informações ainda são muito preliminares e apenas uma investigação aprofundada poderá permitir uma conclusão sobre o que realmente causou o acidente.
Antunes explica que, no momento da queda, o avião estava em voo de cruzeiro. Segundo o especialista, trata-se da etapa mais segura de qualquer voo. A viagem em questão partiu de Kunming com destino a Guangzhou, mas foi em Wuzhou que a tripulação perdeu o contato com a torre de comando.
Segundo o especialista, a maior parte dos acidentes aéreos está concentrada na fase de aproximação da aeronave com o solo, seja no pouso ou na decolagem. “Uma queda em vertical, por si só, não é algo muito comum, mas ainda temos os dados que nos mostram que essa aeronave estava em um voo de cruzeiro normal, ou seja, no meio da viagem, em rota”, explicou.
“Esta fase de voo é a mais segura. Do ponto de vista estatístico, é nessa etapa que acontecem menos acidentes aéreos. Uma vez que o avião decola e atinge o nível de cruzeiro, praticamente não há acidentes, porque o piloto tem bastante altitude para contornar eventuais problemas”, prosseguiu o piloto.
Travamento dos comandos
O aeronauta não descarta, neste primeiro momento, a possibilidade de que tenha ocorrido uma falha motora ou humana, mas não acredita que essas hipóteses tenham sido determinantes para a queda do avião.
“A gente não sabe o que aconteceu para cobrar uma ação do piloto. Acredito que possa ter havido um travamento de comandos mesmo”, enfatiza.
“Falhar o motor não seria um grande problema, porque, se falha apenas um, a aeronave é certificada para voar com o outro, e para isso teria que fazer apenas uma leve descida, mas teria plenas condições de controle. Se der um azar e falharem os dois, a aeronave ainda plana, não cai de modo vertical e o piloto vai ter um tempo bastante considerável de reação. Não seria algo tão abrupto assim”, completou.
Fonte: Metrópoles
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