A revista Veja acaba de publicar uma extensa matéria sobre a atividade garimpeira em Itaituba, na qual repete uma série de informações que já foram veiculadas em outros órgãos de imprensa, além de dados colhidos por sua reportagem.
Como já aconteceu inúmeras vezes com outras equipes de reportagem, tem-se a impressão que os jornalistas já chegam com uma ideia pre-concebida do que vai ser colocado, quase sempre com viés contrário, ao menos em boa parte, do que ocorre na realidade que se vive por aqui há mais de seis décadas.
Dessa vez, a reportagem extraiu alguns pequenos trechos da entrevista feita com o prefeito Valmir Clímaco. O resto foi praticamente, foi só cacetada.
Tem um ditado antigo que diz que, "contra fatos não há argumentos". O que observando a realidade dos acontecimentos não tem como ser contestado. Pode até aborrecer aguém, mas, são fatos. O problema é quando se foge dos fatos.
Por exemplo: observe esse trecho da matéria de Veja:
"A exploração desenfreada da mineração levou a uma imensa degradação na Amazônia, principalmente em razão do desmatamento e do uso do mercúrio.
A contaminação pelo metal chegou a alterar a cor de chegou a alterar a cor de alguns trechos do Tapajós.
Segundo análise feita pela Polícia Federal, a mudança nas características do rio — que ficou barrento e marrom — foi provocada pelo “aumento drástico” de mercúrio proveniente das atividades do garimpo ilegal.
O laudo integra um inquérito que apura as situações em Itaituba e Santarém e usou imagens de satélites entre julho de 2021 e janeiro de 2022.
Estima-se que os garimpeiros tenham dispensado 7 milhões de toneladas de rejeitos no rio — incluindo mercúrio, cianeto e entulhos de desmatamento".
Primeiro, desde quando a Polícia Federal faz análise de problemas relacionados a estudos que devem ser feitos por especialistas de cada área?
Segundo, como o objetivo é desgastar a atividade garimpeira ao máximo, até ela acabar, não há interesse em mostrar, por exemplo, que mesmo com todas as restrições que há ao uso de mercúrio, não existe mais essa derrama do metal nos leitos dos rios.
Não se dão ao trabalho de mostrar que a queima do ouro é feita de maneira correta, sem jogar nem mesmo vapor de mercúrio no ar. Mas, isso não interessa mostrar, porque seria dar ponto positivo para o garimpo.
Sempre defendemos a prática do garimpo legal, que a morosidade das autoridades não tem permitido que seja formalizada.
Não se trata, pura e simplesmente de jornalismo denunciativo baseado exclusivamente nos fatos, mas, de campanha de deterioração da imagem do garimpo, sendo esse o objetivo precíputo desse tipo de reportagem, que em nenhum momento vê qualquer ponto positivo no trabalho.
Não interessa se existem dezenas e dezenas de milhares de pessoas, de cidades, e de uma grande região do Pará que vivem dessa atividade, que não causa somente coisa ruim.
Se há uso do ouro para lavagem de dinheiro, e sabemos que há, não seria mais conveniente o governo, desde muito tempo atrás, estar combatendo essa prática, em vez que querer matar o doente para curar a doença? Não, não é, porque a finalidade é travar tudo.
Nenuma linha sobre a atividade comercial pujante de Itaituba e de outras cidades, nada sobre o permanentemente aquecido mercado da construção civil, nada, porque isso não interesse a quem só quer combater, paralizar, extinguir.
Sai governo, entre governo, e pouco se vê, apesar das muitas conversas de que dessa vez vai ser diferente. Só balela de todos os governantes, tanto na esfera estadual, quanto federal.
E as pessoas de Itaituba e de toda essa região atingida devem ler, não apenas essa, também essa e as outras matérias, para que possam se pronunciar. E isso inclui os vereadores, que devem repercutir o assunto na Câmara, para que todos tomem conhecimento de tais fatos, que podem influenciar no futuro de todos.
Como o objetivo principal da matéria é enlamear, cada vez mais, o nome da exploração de ouro na região do Tapajós, e Itaituba vai junto, porque é citado uma dúzia de vezes no discorrer do texto, Veja conseguiu.
É como juntar as penas soltas de um travesseiro na colina: por mais que se tente, somente uma parte, e talvez a menor, consiga ser coletada.
Jota Parente
Leia mais em: https://veja.abril.com.br/brasil/o-polemico-prefeito-da-cidade-de-onde-sai-81-do-ouro-ilegal-do-brasil/
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