A incerteza é geral, porque esse fato não teve foco na mídia hegemônica. Os russos falaram em 180 mortos. A se confiar no vaivém factual das redes, o batalhão teria sido exterminado de uma vez só.
Confiar no que se conta, porém, é a questão-chave. A Rússia, descrita por especialistas como uma autocracia informacional, é hoje o centro mundial da desinformação. Tem sido assim com Putin, ex-profissional da KGB. Sobre a invasão, é baixa a credibilidade dos russos, desde que começaram a ficar evidentes os desacertos de suas tropas.
A guerra de narrativas duvidosas, porém, é bilateral: os heróis ucranianos são tiktokers, vestidos à moda do ficcional GI-Joe, disfarçando a realidade brutal dos ataques para não assustar voluntários. A verdade da guerra atual é só tecnológica: as armas são indefensáveis e praticamente prescindem de infantaria.
Mísseis e tanques arrasaram cidades ucranianas, mas as perdas de soldados russos são tão elevadas que o próprio Putin, ludibriado pelos "contos de fardas" de seus generais, poderia estar alheio a informações confiáveis sobre os reveses da invasão. As valas sepultam os mortos e a verdade.
guerra de narrativas duvidosas, porém, é bilateral: os heróis ucranianos são tiktokers, vestidos à moda do ficcional GI-Joe, disfarçando a realidade brutal dos ataques para não assustar voluntários. A verdade da guerra atual é só tecnológica: as armas são indefensáveis e praticamente prescindem de infantaria.
Mísseis e tanques arrasaram cidades ucranianas, mas as perdas de soldados russos são tão elevadas que o próprio Putin, ludibriado pelos "contos de fardas" de seus generais, poderia estar alheio a informações confiáveis sobre os reveses da invasão. As valas sepultam os mortos e a verdade.
Muniz Sodré - Sociólogo, professor emérito da UFRJ, autor, entre outras obras, de "A Sociedade Incivil" e "Pensar Nagô".
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