Toda vez que tem eleição, faz parte do processo, quem está no degrau de baixo na hierarquia dos cargos eletivos, trabalhar para detentores de mandatos que estejam um degrau acima, ou até dois.
Começando pelo primeiro degrau, é comum para quem exerce o mandato de vereador, fazer negociações com um candidato a deputado estadual e um a deputado federal. Isso, quando o próprio vereador não resolve, ele mesmo, lançar seu nome.
Em Itaituba, até o presente momento, o único vereador que faz um bom tempo que decidiu tentar novamente uma cadeira na Assembleia Legislativa do Estado é Wescley Tomaz. João de Barros andou se assanhando, ainda fala que vai concorrer, mas até agora ninguém levou isso a sério.
A eleição federal acontece dois anos antes da eleição municipal, na qual os vereadores tentam se reeleger. Logo, é preciso pensar em engordar o caixa para a campanha, e trabalhar para um ou dois deputados (estadual e federal) pode ser uma boa oportunidade, pois, saco vazio não se põe de pé, ou, candidato liso não vai muito longe.
Essa é uma prática muito comum e antiga na política brasileira, e não tem nada de errado nisso. Só para evitar mal entendido.
Para que candidatos trabalharão os vereadores de Itaituba?
Cada edil pode dizer que vai trabalhar para quem quiser, e isso não é da conta de ninguém, mas, isso só é verdade até certo, conquanto, por ser representante eleito pelo povo, tanto o vereador, quanto qualquer outro eleito tem o dever de se preocupar com os seus atos públicos. E nada é tão público como uma eleição.
O deputado estadual e o deputado federal para o qual o senhor ou a senhora vai trabalhar, algum dia do seu mandato, tirou cinco minutos para defender a atividade garimpeira na região do Tapajós?
Se a resposta for não, é provável que quando estiver visitando os eleitores da região Sudoeste do Pará, alguns deles lhe perguntem: o que o seu candidato já fez em favor da classe garimpeira? Quantas vezes ele visitou a região de garimpo?
Se as duas respostas forem negativas, no caso do seu candidato se eleger, Itaituba, Trairão, Novo Progresso e Jacareacanga continuarão com pouca, ou nenhuma representatividade, seja na ALEPA, seja na Câmara Federal.
Ah, não vale candidato que já está no parlamento, e que precisou ser procurado para fazer meio-campo para reuniões com autoridades do Executivo federal em Brasília, ou quem só tocou no assunto quando a notícia já tinha se espalhado muito além do Brasil.
E aí, vereadores, os candidatos de vocês preenchem esses requisitos?
Jota Parente
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