Os dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública foram divulgados nesta terça-feira (28) e trazem uma relação das 30 cidades mais violentas do Brasil por grupo de 100 mil habitantes. No Pará, sete municípios constam nessa lista: Jacareacanga, Floresta do Araguaia, Cumaru do Norte, Senador José Porfírio, Anapu, Novo Progresso e Bannach. O estado lidera essa triste estatística.
No município de Jacareacanga, o garimpo ilegal é responsável pelo avanço da violência e criminalidade. Há anos, os povos indígenas denunciam grupos de garimpeiros que exploram ouro em reservas indígenas e impõe o terror nas aldeias. Ataques contra lideranças são recorrentes e os conflitos não param. Nos últimos anos, a Força Nacional de Segurança tem reforçado o combate à ação criminosa dos garimpos clandestinos.
A onda de violência cresce à cada investida da polícia e dos órgãos ambientais.
Um indígena da etnia Munduruku foi assassinado no município. Arlesson Glória Panhum da Silva, 21, foi morto a tiros quando estava em um bar. Três dias após o crime, o suspeito de matar o indígena acabou sendo assassinado em sua casa durante uma ação da Polícia Militar, que afirmou ter reagido a disparos. Um revólver foi apreendido no local, informou a PM.
Outra preocupação é o avanço do crime organizado na região. Narcotraficantes encontraram na região, um refúgio perfeito para lavagem de dinheiro, contrabando e o tráfico de drogas a partir das regiões fronteiriças.
O levantamento mostrou que a maioria das cidades mais violentas encontram-se nas regiões Norte e Nordeste do país. Na Amazônia, especificamente, 13 cidades se destacam neste ranking. Os crimes em áreas rurais dispararam nos últimos anos. As mortes do indigenista Bruno Pereira e do jornalista inglês Dom Phillips agravou ainda mais esse cenário, onde muitos desses homicídios seguem impune.
A presença de 13 cidades da Amazônia nesse ranking só ressalta que a violência em áreas fronteiriças e perto de comunidades indígenas faz parte dessas regiões muito antes das mortes brutais ocorridas recentemente.
O levantamento do Anuário Brasileiro de Segurança Pública considerou um recorte de três anos, entre 2019 e 2021, "para evitar distorções", já que assassinatos registrados em apenas um ano seriam insuficientes para indicar o fenômeno em cidades de pequeno porte.
O estudo elaborou um ranking usando como referência o índice de mortes a cada 100 mil habitantes. Neste ano, a novidade foi a inclusão de municípios pequenos, com um cálculo proporcional relacionando a quantidade de moradores e as mortes violentas intencionais, incluindo homicídio doloso, latrocínio (roubo seguido de morte), lesão corporal seguida de morte e assassinatos em ações da polícia.
Fonte: Estadonet
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