O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta quarta-feira (13) que o Brasil crescerá mais do que EUA e Europa no momento em que o mundo já enfrenta a terceira guerra mundial —uma referência ao conflito entre Rússia e Ucrânia— e que organismos internacionais de que o Brasil faz parte já cobram posicionamento do país em defesa da democracia.
Guedes fez a declaração na cerimônia de celebração dos 25 anos da Lei Geral das Telecomunicações, ocorrida no Ministério das Comunicações.
"Em Davos [Fórum Econômico de Davos], tem gente dizendo que já começou a terceira guerra mundial", disse o ministro. "É uma guerra de várias dimensões, segurança energética, bioenergética. Estaríamos já enfrentando uma guerra biológica."
"Perguntam se estamos com as democracias ou do outro lado do mundo [em referência à Rússia]. "Chega nos Brics [grupo dos países em desenvolvimento] é a mesma coisa. Não pode usar a expressão guerra, sanções, já está havendo um estremecimento e o Brasil é tão abençoado que as pessoas disputam o poder sem perceber que lá fora pode ter uma guerra em andamento."
O ministro lembrou que a Primeira Guerra Mundial (1914-1918) ocorreu após um assassinato e que foi deflagrada após diversos países começarem a aderir a essa causa.
"Começou assim, com um assassinato [o arquiduque Francisco Ferdinando, herdeiro do império austro-húngaro, foi morto em um atentado em Sarajevo], disse Guedes. "Mais seis meses, a Sérvia recebe ultimato da Áustria e os países foram se aglutinando [até resultar na guerra]."
A pressão em torno do Brasil se deve ao posicionamento do presidente Jair Bolsonaro que visitou o presidente da Rússia pouco antes da invasão da Ucrânia. Posteriormente, fez elogios ao governo de Vladimir Putin, sem se posicionar contra a guerra.
Guedes reafirmou o papel do Brasil na pós-pandemia e disse que, diferentemente de EUA e Europa, que devem enfrentar uma recessão à frente, o Brasil deverá crescer.
"Vamos rever a taxa de crescimento [do PIB] para cima e isso está ocorrendo o tempo todo", disse o ministro. "Lá fora será o movimento inverso. Falam que a crise na Europa será bem mais profunda do que nos EUA."
"A comida está cara. A energia está cara. Mas nas telecomunicações o Brasil está na ponta. O Brasil é uma potência digital [em referência à chegada do 5G no país], energética, agrícola. Temos de ter consciência de somos uma grande nação e trabalhar para concretizar esse potencial de riqueza."
O ministro afagou o governo, na presença do senador Flávio Bolsonaro, também presente ao evento promovido pelo ministro das Comunicações, Fábio Faria (PSD-RN).
"Nosso governo tem se esforçado para isso, te mos enfrentado ondas gigantescas e atravessado essas ondas."
Durante o discurso, o leilão do 5G foi lembrado pelo ministro da Casa Civil, senador Ciro Nogueira, como um marco do governo. O Pix, plataforma de pagamentos e transferências lançada pelo Banco Central, também foi lembrado como uma medida de Bolsonaro pela presidente da Caixa Econômica Federal, Daniella Marques.
A legislação eleitoral veta qualquer tipo de promoção do governo desde o último dia 2 de julho. Foi por esse motivo que o governo não pôde fazer propaganda com o lançamento do 5G na capital federal no dia 6 de julho.
O evento desta terça-feira serviu para marcar a atuação de Faria na condução do leilão. Ele desistiu de disputar as eleições para se dedicar à implantação do 5G.
Folhapress
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