terça-feira, agosto 29, 2023

Prefeito de Itaituba pede prazo para que garimpeiros retirem maquinários de área alvo de operação do Ibama



Após uma reunião com representantes do Ibama e Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), o prefeito de Itaituba, no sudoeste do Pará, Valmir Climaco, afirmou que os garimpeiros que atuam em áreas não permitidas para a exploração de ouro, sobretudo na Área de Proteção Ambiental (APA), do Tapajós, região do último conflito entre garimpeiros e agentes do Ibama, precisamm de um prazo para retirar seus equipamentos e maquinários sem sofrer represálias das autoridades que combate o garimpo clandestino em terras indígenas e de proteção ambiental.

 

Na última sexta-feira (25), o garimpeiro José Garcia Vieira morreu após trocar tiros com agentes do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recurso Renováveis Naturais (Ibama), durante uma operação de combate ao garimpo ilegal na APA do Tapajós. A ação causou revolta na classe garimpeira e mobilizou políticos porta-vozes de garimpeiros para um protesto em frente à sede da autarquia em Itaituba, nesta segunda-feira (28). 

 

Durante toda a manhã, o clima era tenso nos arredores da sede do Ibama, mas não houve registro de conflitos. 

 

O prefeito Valmir Climaco participou de uma reunião com representantes da Polícia Federal, Ibama e ICMBio e informou que pediu um prazo para que aqueles garimpeiros que desejam retirar seus maquinários das áreas alvos das ações de combate ao garimpo ilegal o façam sem sofrer nenhum prejuízo ou retaliação.

 

“A conversa que a gente teve hoje foi mais pra isso. Pra dar uma pausa. Pra ver como é que vai ficar. Até mesmo porque tem muito garimpeiro que quer tirar seu maquinário, mas tem medo de botar na estrada e queimarem”, destacou o prefeito.

 

Valmir Climaco informou que o município vai entrar com um pedido para que a fiscalização seja suspensa e que os órgãos concedem um prazo para que os garimpeiros retirem seus equipamentos. 

 

“É muito triste a situação de Itaituba, que não estava preparada de uma hora pra outra parar o garimpo praticamente em mais de 80%. Nós não temos nenhum documento que prove que foi queimado, mas estamos apurando também e com certeza a Prefeitura vai ver como é que vai ficar isso. Mas é lamentável. É uma situação muito crítica”, disse o prefeito.

 

Valmir também informou que o município deve acionar o governo do estado para encontrar uma alternativa para amparar as pessoas que há anos atuam na garimpagem na região do Tapajós.

 

“Eu moro em Itaituba há muitos anos e nunca vi Itaituba na situação que tá. Mas é a lei e nós com certeza vamos se posicionar. Vamos procurar o Governo do Estado para sabermos qual é a alternativa”, pontuou o gestor municipal.

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