Nenhuma criança nasce racista. A criança aprende a ser racista na convivência diária da família. Quando pequenas, crianças pretas e brancas brincam sem olhar para a cor da pele umas das outras.
E antes que alguém me chame de racista, as cores são preta e branca, mesmo. O racismo está no contexto em que as palavras são escritas ou direcionadas vocalmente a alguém.
Em um programa de televisão, a apresentadora, cheia de dedos, chamou a atriz Thaís Araújo de afro-descendente. Ela disse, pode me chamar de preta, pois é essa a cor da minha pele, ressaltando que pra ela, dizer que uma pessoa é preta não constitui por si só um ato de racismo.
Nenhum povo teve e continua tendo tanta importância na nossa miscigenação como o africano, de onde vieram milhares e milhares de negros. E aqui o termo correto é NEGROS mesmo.
Da mistura do africano com o português surgiu o mulato, com o índio nasceu o cafuso. Depois disso veio a cor parda que segundo o IBGE, é a cor como auto denominam 43% da população brasileira.
Voltando ao primeiro parágrafo do texto, nenhuma criança nasce racista. Ela aprende isso na convivência com seus pais. E o que se pode fazer para combater isso?
É preciso falar muito sobre isso, em casa e na escola. Se esses dois lugares, onde as crianças passam quase todo o seu tempo tomarem essa atitude, a chance do racismo diminuir é muito grande.
No Brasil, um mendigo de cor branca razoavelmente vestido é apenas um mendigo pedindo ajuda. Um mendigo de cor preta razoavelmente vestido pode não ser visto apenas como um mendigo, mas, como uma ameaça. E olha que dizem que somos um país sem preconceitos de.
A cor da pele faz muitos de nós ter um julgamento diferente para casos semelhantes.
Acho simplesmente deplorável ser preciso dedicar um dia do ano para celebrar a Consciência Negra, porque ainda existe muita discriminação. O ideal seria que vivêssemos todos em total igual. Mas, por causa desse sonho, Martin Luther King, e tantos outros líderes da causa antirracista foram mortos.
Neste dia 20 de novembro, dou minha modesta contribuição ao antirracismo, expressando minha admiração especial por uma mulher negra, que venceu todos os preconceitos para se tornar uma grande liderança política, que não cansa de falar contra o racismo. Ela é a vereadora Maria Pretinha (foto), um exemplo nessa luta, que elegeu-se para o sexto mandato consecutivo.
E viva a Raça Negra!
Jota Parente