terça-feira, março 31, 2015

A versão de dois dos detidos

Orlando Pierre, da TV Cidade Dourada (Rede TV), conversou há pouco na 19ª Seccional, com dois dos suspeitos do assassinato de Netinho.

Um disse que é empresário de Santa Catarina e tem terras no Caracol, no Trairão e não conhecia Netinho.

O outro disse que mora no estado de Mato Grosso, já morou em Itaituba, tendo vindo aqui para fazer um trabalho. Afirmou que conhecia Netinho, mas, negou ter estado com ele no dia de hoje.

Três suspeitos do assassinato de Netinho foram detidos

Três homens foram detidos pela polícia há pouco.

Eles foram conduzidos para a 19ª Seccional de Polícia para averiguações.

Desta vez a polícia agiu rápido.

Conversei com o competente repórter Mauro Torres, agora, o qual me passou que os três foram detidos porque durante o dia foram vistos conversando com Netinho.

Eles continuam na Seccional sendo ouvidos pela polícia.

Netinho da carne de sol foi assassinado há pouco

Mais um assassinato na violenta cidade de Itaituba.
Dessa vez foi Netinho da carne de sol que foi alvejado pelo carona de uma moto Bros.

O crime aconteceu à altura da 23a Rua com Transamazônica,  mais uma vez próximo da Itagás e do Tradição.

Itaituba está voltando a ser uma cidade sem lei, na qual se resolvem as coisas na do 38.

Pistoleiros de aluguel agem impunimente, pois a polícia não tem sido capaz de resolver a maioria dos casos.

Ainda hoje o asssunto violência foi tratado na Câmara por alguns vereadores, dentre eles Peninha, que pediu agilidade da mesa diretora para realização de audiência pública tentar por um fim messa onda que assusta a população.

Wescley fala sobre alto custa para fornecer energia no Creporizinho

O vereador Wescley Tomaz (PSC), cuja base política é Creporizinho e Creporizão, apresentou uma planilha com o objetivo de mostrar como custa caro para gerar energia elétrica para os usuários de Creporizinho, comunidade onde seu pai, Vicente Tomaz é um dos fornecedores.

Conforme a planilha exibida no telão, os moradores pagam energia com um preço elevado, porque as despesas são muito altas para que o serviço seja prestado.

O vereador disse em seu discurso, que maldosamente houve pessoas que espalharam que ele era contra a expansão da rede de energia elétrica do programa do governo federal até lá, porque isso atrapalharia o negócio.

Ele se colocou à disposição das duas comunidades para fazer o que estiver ao seu alcance para o problema seja resolvido de forma definitiva.

Vicente Tomaz acompanhou a comitiva de Creporizinho e Creporizão que foi à Câmara pedir ajuda ao Poder Legislativo itaitubense.

Diniz homenageia Sistema Beniks

O vereador Manoel Diniz usou parte de seu tempo para homenagear os irmãos responsáveis pelo Sistema Beniks de Ensino.
O edil destacou que eles começaram em 2002, acreditando no potencial de Itaituba. Hoje o sistema cresceu e tem ajudado muito na aprovação de muitos alunos, em concursos e vestibulares.

Mototaxistas pedem justiça

Mototaxistas percorrem ruas de Itaituba pedindo justiça para o.caso Asbel, que foi assassimado na madrugada de domingo. Ele era servidor da Câmara.

Neste momento eles fazem uma parada em frente da Câmara municipal.

Os Mototaxistas pedem ou apoio dos vereadores para que o crime não fique impune.

O vereador Wescley Tomaz pede como questão de ordem que o presidente Cebola e demais vereadores dirijam-se até a seccional de polícia para conversar com o delegado que está responsável pelas investigações.

Representante do Creporizinho usa a tribuna

O pastor Antoniel da Silva Sousa usa a tribuna para falar das dificuldades de sua comunidades.

Ele trata da questão do preço da energia cara que o povo de lá paga.

Segundo ele, o preço chega a ser mil.por cento mais cara do que se paga na cidade.

Ele reconhece que o fornecedor tem seus motivos de cobrar o valor que cobra, mas, o povo não suporta esse preço.

Moradores de Creporizão e Creporizinho vem a Itaituba reivindicar energia

Uma comitiva de moradores de Creporizão e Creporizinho está em Itaituba para reivindicar energia elétrica para as duas comunidades.

Eles são atendidos por particulares que cobram muito caro.

25 pessoas vieram em oito camionetes, enfrentando estrada ruim. Em dois atoleiros eles tiveram muitas dificuldades para passar.

Neste momento eles estão na Câmara para pedir apoio dos vereadores.  Depois irão à Celpa e tentarão falar com a prefeita Eliene Nunes.

segunda-feira, março 30, 2015

A morte anunciada chegou: Adeus Tapajós, adeus encontro das águas, adeus praias, adeus Alter do Chão...

De nada adiantou mostrar, pedir, denunciar, publicar carta aberta ao governador do Estado, fazer abaixo-assinado, solicitar a interferência do vice-governador que nasceu às margens do Tapajós, prefeitos, vereadores, deputados. Até mesmo parte da sociedade da região Oeste do Pará parece ter imaginado que isso nunca aconteceria, aliás, que isso nunca se repetiria, como se verificou há quase três décadas: a contaminação de mais de 700 quilômetros de extensão do Rio Tapajós e de seus principais afluentes chegou à sua foz, diante de Santarém.

O Rio Tapajós como está hoje, o verde-azul de suas águas vai ficando amarelado por causa da poluição avassaladora dos garimpos ilegais. Desastre econômico, à saúde pública, aos cardumes e ao turismo (Foto: Nilson Vieira)
E agora, como ficará a nascente indústria do turismo que hoje emprega milhares de pessoas ao longo do rio entre Santarém e Itaituba? E a saúde pública, ameaçada pela contaminação dos cardumes por metilmercúrio? E a economia, de modo geral, do Oeste do Estado? E as decantadas belezas daquela região, que atrai os próprios moradores e visitantes de muitas outras partes do Brasil e do exterior? 

Talvez ainda agora, hoje, alguém haverá de negar a realidade que está aí diante dos olhos: a poluição por barro, mercúrio, cianeto, sabões, detergentes, graxas e combustíveis tudo isso está agora chegando à frente de Santarém, matando o o encontro das águas e fazendo desaparecer a coloração verde/azulada cuja beleza sempre foi uma das características da foz do Tapajós, onde o grande rio deságua no Amazonas.

Hoje de manhã, o engenheiro agrônomo Nilson Vieira, uma voz quase solitária a mostrar a devastação das fontes de vida e beleza do Oeste do Pará, em sua página do Facebook,escreveu o que segue:

"As duas primeiras imagens foram feitas hoje (29/03/15) e mostram o Rio Tapajós com águas sem as cores verde-azuladas que lhe são características. As duas outras foram feitas em um passado bem recente, em agosto e novembro de 2014, apresentando cores bem típicas. Segundo moradores das margens do Tapajós, isso não resulta de um fenômeno natural, sendo consequência da atividade garimpeira no leito do Tapajós e de seus afluentes. Pelo jeito, a mistura de barro, lama e metais pesados chegou à foz do nosso lindo rio azul. E agora, José?" 
Esta era a cor do Tapajós, na sua foz, até novembro passado, na foz, local em que ele deságua no Amazonas, cor naturalmente amarelada (Foto: Nil Vieira)

Na frente de Itaituba, o Tapajós feito lama, em foto do dia 11 de março passado. Na imagem menor, à direita, o rio como ele foi até pouco tempo atrás (blog do Jota Parente).
Alter do Chão, em setembro de 2013. Ainda se via a cor natural do rio. E agora, turismo?
Tapajós na frente de Itaituba, em dezembro de 2014. Um mar de lama, sem peixes. Rio morto
(Foto( Padre Sidney Canto)

Imagem do Tapajós e do lago de Alter do Chão, de dentro de um avião comercial, em setembro de 2012. À esquerda, a 600 metros de altura, já era possível observar a mudança de cor do Tapajós.
 Fonte: blog do jornalista e professor Manuel Dutra




Câmara de luto por duas semanas consecutivas

Primeiro foi a morte por infarto do contabilista Antônio Amaral, domingo, 22, que chocou o pessoal da Câmara. 

Ontem, novo choque, e dessa vez com o ingrediente da violência com a morte do servidor Abel Asnério da Silva Vidal, morto a facadas.

Por duas semanas consecutivas o Poder Legislativo está de luto.  

Paulo Gilson confirma que é pré-candidato a prefeito de Itaituba

Sábado eu tive uma conversa de mais ou menos uma hora com o empresário Paulo Gilson Pontes, que retornou de Belém, onde foi manter contatos políticos, conforme este blog havia informado há poucos dias.

Paulo Gilson confirmou que teve diversas reuniões com lideranças políticas, como com José Megale, mandachuva do PSDB no Estado e o secretário de Educação Helenilson Pontes, do PSD.

O empresário disse que deixou sempre muito claro para os seus interlocutores, que tem um projeto que passa por sua candidatura a prefeito de Itaituba nas eleições do ano que vem.

Recebeu ele, convite para ingressar nas fileiras do PSDB, mas, não vê a ideia com muita simpatia, porque o partido tem suas lideranças firmadas em Itaituba há bastante tempo, o que poderia ser um entrave para seu projeto.

Há pouco dias Paulo Gilson assinou ofício pedindo sua desfiliação do PSD, partido da prefeita Eliene Nunes, ao qual ele não está mais ligado.

Agora está estudando convites que recebeu de outras agremiações partidárias, incluindo o PPS, por intermédio do deputado federal Arnaldo Jordy, que o convidou para retornar. Ele foi filiado a esse partido durante muitos anos.

Disse que está pensando com calma para tomar a decisão certa, mas, que já está quase decidido a qual sigla vai se filiar, não podendo adiantar por enquanto.

Paulo Gilson já conversou com sua família, que apoia sua decisão. Ele afirmou para o blog, que sabe das dificuldades de enfrentar um desafio desse porte, mas, está determinado a ir até o fim, acreditando firmemente que há condições para ter um resultado positivo no final.


O empresário deixou bem claro na conversa, que se por algum motivo não vier a ser candidato, não vai ser cabo eleitoral de nenhum candidato, pois sua determinação é mesmo encabeçar uma chapa para prefeito de Itaituba. Sua disposição é para ser cabeça de chapa, e nada menos do que isso.

Piloto holandês profetou a tragédia do Airbus 320

A tragédia ocorrida com o A320 da Germanwings foi prenunciada há dois meses pelo holandês Jan Cocheret (foto), comandante da companhia Emirates. O cenário foi descrito por ele em um artigo no qual revelava sua desconfiança em relação às cabines blindadas dos aviões, publicado na revista profissional “Piloot en Vliegtuig”.

“Graças às portas blindadas extra-seguras, não há mais dificuldade para um piloto impedir ao seu colega o acesso à cabine. Basta esperar que ele saia para satisfazer suas necessidades naturais”, escreveu. “Eu me pergunto regularmente quem está ao meu lado na cabine.

Como estar seguro de poder confiar nele? Talvez algo de terrível tenha acontecido em sua vida, e que ele é incapaz de superar. Espero que depois de uma pausa xixi, não me encontre nunca diante uma porta de cabine trancada. Não há, então, nada a fazer a não ser ir se sentar com os demais passageiros e esperar o que vai acontecer”, acrescentou.

Após o acidente, o comandante postou em sua página no Facebook: “Este cenário assustador infelizmente se tornou realidade”. O artigo foi mencionado pelo site holandês AD, e traduzido 

O Globo

Padre morre na frente dos fiéis durante missa em Cariacica

Carlos de Assis Viana, de 37 anos, celebrava missa de Ramos

Foto: Divulgação
Um padre morreu na frente dos fiéis durante a missa de Ramos no bairro Porto de Santana, em Cariacica, na Grande Vitória, neste domingo (29). Assustados, os fiéis tentaram reanimar o padre Carlos de Assis Viana, de 37 anos, e chamaram o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), mas ao chegar o resgate Carlos de Assis já havia morrido. A Arquidiocese de Vitória informou que a suspeita é de que o padre tenha sofrido um ataque cardíaco. Ordenado em 2011, o padre era pároco na Paróquia São Francisco de Assis, em Porto de Santana. 

Ao saber da morte do amigo, o padre Kelder Brandão, que trabalhou por mais de um ano com Carlos de Assis, disse que ele era muito humilde. “Padre Carlos era a humildade encarnada. Foi professor da rede pública, uma pessoa muito simples. Exercia o ministério com muito zelo. Foi muito agradável conviver com ele”, disse Kelder.

Segundo padre Kelder, durante o tempo que trabalharam juntos, Carlos não apresentava nenhum problema de saúde. “Recebi um telefonema de um seminarista dando a notícia, e fiquei atônito. Ele não tinha nenhum indicativo de doença. Foi um susto para todos, um infarto fulminante”.

Natural de Minas Gerais, padre Carlos atuava há cerca de três anos em Porto de Santana. "O povo de lá tem muito carinho por ele. Estão todos em choque”, completou Kelder. Arquidiocese de Vitória disse que assim que o corpo for liberado, o velório será realizado na paróquia.


G1/ES

domingo, março 29, 2015

Final de semana violento em Itaituba: Servidor da Câmara é assassinado com mais de 10 facadas

No início da tarde de hoje foi encontrado no entroncamento da rodovia Transamazônica com a estrada de Barreiras o corpo do servidor da câmara municipal de Itaituba Abel Asnério da Silva Vidal. Ele foi morto com facadas nas costas, pescoço e parte frontal, aproximadamente 18 perfurações na vitima.

As polícias Civil e militar estiveram no local para levantamento das circunstâncias do crime. O IML fez a perícia no local e encaminhou o corpo para o Centro de Perícias onde o será melhor examinado. 

Fonte: blog Rota Policial de Itaituba

sábado, março 28, 2015

Ferrovia Sinop-Itaituba teve pedido de licenciamento encaminhado

Recebi e-mail do amigo geólogo José Waterloo Leal falando a respeito do pedido de licenciamento para a construção da ferrovia Sinop-Itaituba.

Prezado amigo,

Compartilho em anexo para seu acompanhamento a ficha de cadastro de atividade da solicitação de licenciamento ambiental do trecho da Ferrovia Norte-Sul que ligará o município de Sinop-MT a Itaituba-PA.

Mais um empreendimento e mais demanda quanto ao posicionamento do Estado, Municípios e da sociedade civil em debates e audiências que em breve devem se seguir dentro do processo de licenciamento do empreendimento que será conduzido pelo Governo Federal. 

Também mais um empreendimento a influenciar a dinâmica de desenvolvimento nessa região incluindo a própria agenda de mineração considerando a aproximação/facilitação que o empreendimento significará entre oferta (PA) e demanda intensa (MT e PA) na agenda de agrominerais, além de suas interfaces com as demais já em andamento (Energia, navegação e outras infraestruturas logísticas).

Grande abraço, Waterloo Leal

 




Justiça Eleitoral vai cancelar títulos de faltosos

Periodicamente, a Justiça Eleitoral atualiza o cadastro nacional de eleitores, promovendo o cancelamento das inscrições dos eleitores que deixaram de votar nas últimas três (03) eleições consecutivas.
Considera-se como eleição cada turno dos pleitos realizados. E aí também se incluem as eleições suplementares havidas por força de determinação legal.
No ano em que acontece essa atualização, cada Zona Eleitoral divulga, por meio de edital, a relação de faltosos passíveis de cancelamento. A esses eleitores é concedido um prazo de 60 (sessenta) dias para que procurem um órgão da Justiça Eleitoral e regularizem seu débito mediante justificativa apresentada ao respectivo Juiz ou pagamento da(s) multa(s) decorrentes do não comparecimento às urnas.
Para este ano, a Resolução TSE n.º 23.419 determinou que esse prazo tivesse início no último dia 2 de março e se estenda até o vindouro 4 de maio. Após essa data, o eleitor que não regularizou sua situação terá seu títulos eleitoral cancelado.
No Estado do Pará existem 60.230 eleitores identificados como ausentes aos três últimos pleitos, dos quais 11.779 apenas em Belém. Santarém apresenta 2.750 eleitores nessa condição e Marabá 2.619.
Com o título cancelado o cidadão fica impossibilitado de obter a quitação eleitoral e, por consequência, perderá o direito a passaporte (1ª via ou renovação), CPF e empréstimos em bancos, dentre outras penalidades legais.
O TRE-PA tem oferecido serviços especializados para que a maioria dos eleitores do Estado regularize suas pendências e evite o cancelamento de seu título. O melhor é que se procure uma unidade da Justiça Eleitoral em tempo hábil, evitando, assim, os contratempos de última hora.
Aqueles que tiverem dúvida quanto à sua situação e não dispõem de tempo para ir ao cartório da sua Zona Eleitoral, o TRE disponibilizou link no seu portal da internet (http://www.tre-pa.jus.br/eleitor/situacao-eleitoral/eleitores-passiveis-de-cancelamento) onde é possível consultar a situação do eleitor por meio do número do título ou pelo nome completo e data de nascimento.
Fonte: Ascom/TRE

Itaituba: MPF pede julgamento antecipado para demarcação da terra Sawré Muybu

O Ministério Público Federal (MPF) pediu à Justiça Federal que faça o julgamento antecipado do processo que discute a demarcação da Terra Indígena Sawré-Muybu, dos índios Munduruku, na região de Itaituba, sudoeste do Pará. É essa região que o governo federal planeja alagar com a usina hidrelétrica de São Luiz do Tapajós. A pressão para que a terra não seja demarcada parte do setor elétrico e a disputa é em torno da simples publicação do Relatório Circunstanciado de Identificação e Delimitação (RCID), pronto desde o ano de 2013 e que permitiria somente o avanço da demarcação e não sua conclusão.

A Fundação Nacional do Índio, a quem cabe conduzir o procedimento, recusa-se a publicar o relatório, oficialmente por motivos de “orçamento” e “planejamento”, mas em reunião com os Munduruku, pouco antes de sair da presidência da Funai, Maria Augusta Assirati confessou publicamente o real motivo: para não atrapalhar o projeto de barragem do rio Tapajós. “Isso é uma estratégia de governo. O nosso papel é defender os direitos de vocês, mas têm órgãos dentro do governo que têm como prioridade, sim, construir a hidrelétrica”, disse.

No pedido de julgamento antecipado, o MPF ressalta que a publicação do RCID não esgota o procedimento de demarcação – ao contrário, é o que inicia as contestações e o exercício do contraditório. Quanto maior a demora, sustenta o procurador da República Camões Boaventura, mais vulnerabilizados ficam os Munduruku diante das invasões de garimpeiros e madeireiros. Os próprios índios, diante da omissão da Funai, promovem desde o ano passado um procedimento de autodemarcação, em que percorreram o território e detectaram dezenas de pontos com a presença de invasores retirando madeira. Há ainda um garimpo inteiro, denominado Chapéu do Sol, com 300 pessoas retirando ouro e causando severos danos ambientais.

O MPF demonstrou, durante o processo, que vários dos argumentos apresentados oficialmente pela Funai para justificar a demora na publicação do relatório são inverídicos. Ao contrário do que afirma a Fundação, existe prazo de 15 dias, definido no decreto 1.775/96, para a publicação do RCID. A Funai alega ainda que existe uma programação para as demarcações e que no período entre 2012 e 2015 o planejamento teria priorizado as demarcações nas regiões centro-sul, sudeste e nordeste, enquanto que na Amazônia o planejamento prevê políticas de fiscalização e monitoramento territorial e ambiental.

“Tal declaração causa espanto e estarrecimento naqueles que confiam nas leis e na justa e necessária luta pelo reconhecimento de direitos! Fica claro, a partir do que fora transcrito acima, que há uma infeliz inversão de valores no Estado brasileiro. Afinal, não cabe à autarquia indigenista o dever legal de delimitar/demarcar territórios indígenas? Por que razão suplantar as leis, em especial a Constituição Federal de 1988, e condicionar um direito absoluto a interesses e atores estranhos ao procedimento normatizado? Só mesmo em um país onde as leis são descartáveis, como ocorre no Brasil, que um direito constitucionalmente assegurado é simplesmente negligenciado face a ingerência de interesses políticos e econômicos”, diz o MPF.

Outro argumento da Funai, de limitações orçamentárias, é contraditado com um parecer da 6Câmara de Coordenação e Revisão do MPF, que comparou os valores orçamentários destinados à regularização fundiária indígena entre 1988 e 2012 e constatou que na maioria dos anos analisados, a Funai tinha mais dinheiro autorizado do que foi capaz de gastar. Portanto, há verbas sobrando para demarcação de terras indígenas.

Além da continuidade da demarcação, o processo do MPF busca também indenização por danos morais coletivos em favor dos Munduruku da terra Sawré Muybu, pelas inúmeras violações de direitos que vêm sofrendo em virtude da omissão da Funai em garantir o direito fundamental ao território. Se a Justiça concordar com o julgamento antecipado, o processo não precisará de novas provas ou argumentações e pode passar imediatamente à fase de sentença.

Veja o pedido de julgamento antecipado na íntegra
Processo nº 1258-05.2014.4.01.3908

Ministério Público Federal no Pará
Assessoria de Comunicação

Novo ministro defende educação sem currículos rígidos

Escolhido por Dilma Rousseff para comandar o Ministério da Educação, o filósofo Renato Janine Ribeiro tem ideias avançadas para o setor. Ele discorreu sobre elas num artigo veiculado há quatro meses na coluna semanal que mantém no jornal ‘Valor Econômico’. Defendeu, por exemplo, a tese segunda a qual a educação deveria deixar de seguir currículos rígidos, tornando-se mais prazerosa e criativa.
Para o novo ministro, não se pode entender o mundo moderno sem levar em conta o seguinte: “a educação não termina no último dia do ensino profissional ou do curso superior —nem nunca.” Janine avalia que certos diplomas, como o de médico, poderiam ser “concedidos com exigência de atualização” em prazos pré-determinados. Ministradas em “cursos avaliados”, essas atualizações seriam “obrigatórias, previstas em lei”.
Janine defende também a criação de “um crescente leque de cursos abertos, sem definição profissional, que aumentarão incrivelmente a qualidade da vida dos alunos.” Ele explicou: “Para cada curso de atualização em genoma para profissionais de saúde, haverá dezenas sobre filmes de conflitos entre pais e filhos, de aprendizado com religiões distantes, de arte em videogames, destinados a cidadãos em geral, de qualquer profissão —e a lista não acaba.”
O escolhido de Dilma deu exemplos do que pode suceder num sistema educacional que inclua os cursos abertos: “Quem cresceu num meio limitado pode descobrir que o sentido de sua vida é a fotografia (como o jovem favelado que é o narrador do filme ‘Cidade de Deus’): um artista se revela. Ou um menino sensível, alvo de ‘bullying’ na escola, descobre que é homossexual e que não está sozinho no mundo: um ser humano se liberta da ignorância que o prendia. Assim, a cultura aumenta seu próprio contingente – com a descoberta de novos artistas – mas, acima de tudo, amplia a liberdade humana.”
Noutros tempos, anotou Janine, a identificação da vocação das pessoas seguia padrões engessados. “Cada pessoa vivia num pacote identitário: por exemplo, homem branco abonado, casado, filhos, advogado ou médico ou engenheiro. Tudo isso vinha junto.” Hoje, avalia o novo titular da Educação, os horizontes alargaram-se.
“Há milhares de profissões”, escreveu Janine. “No limite, cada um cria a sua. Profissão, emprego, orientação sexual, estado civil, crenças políticas e religiosas, tudo isso se combina como um arco-íris felizmente enlouquecido. Ninguém é mais obrigado a se moldar a um pacote. Mas isso não é fácil, exige uma interminável descoberta de si e, por que não dizer, coragem pessoal.”
Janine esgrimiu no artigo um ponto de vista ousado sobre quais seriam os principais ministérios da Esplanada. Começou brincando com as palavras: “Qualquer um sabe responder quais são os principais ministérios do governo federal —aliás, de qualquer governo no mundo atual. São os da área econômica. Só que não”.
Depois, foi ao ponto: “Os ministérios que definem o futuro de um país, que deverão ser decisivos nos próximos anos, e em poucas décadas serão reconhecidos como os principais, são três: Cultura, Atividade Física (como eu chamaria a atual pasta dos Esportes) e Meio Ambiente.”
Tomado pelas palavras, Janine talvez preferisse que Dilma o tivesse convidado para chefiar a pasta da Cultura. No artigo, ele falou de educação como um complemento da cultura. Traçou um paralelo: “A cultura tem a ver com a educação. As duas pressupõem que o ser humano não nasce pronto, mas é continuamente construído pela descoberta dos segredos do mundo e pela invenção do novo.”
Prosseguiu: “Na educação como na cultura, não há limite: sempre se pode descobrir ou inventar mais. Nada é tão crucial quanto elas para uma sociedade em mudança rápida, como a nossa. A educação e a cultura, nas suas várias formas, fazem crescer a liberdade das pessoas.”
Janine recordou que, em artigo anterior, afirmara que “a cultura é a educação fora de ordem, livre e bagunçada.” Comparou: “Para cursos, há currículos. Para a cultura, não. Um curso sobre a abolição da escravatura é educação, o filme ‘Lincoln’ é cultura.”
Foi nesse ponto que o novo ministro revelou o que seria para ele o modelo ideal de educação: “Cada vez mais, a educação deverá se culturalizar: um, deixando de seguir currículos rígidos; dois, tornando-se prazerosa; três, criativa.” Na opinião de Janine, deve-se conservar apenas “um currículo norteador, que leve da infância à idade adulta.” Sem perder de vista que a educação jamais termina.

Fonte: blog do Josias de Sousa

Hidrelétricas do Tapajós são mais destrutivas do que a contaminação dos rios por mercúrio, cianeto e barro, diz Padre Edilberto Sena

Nesta entrevista, o coordenador da Comissão Justiça e Paz da Diocese de Santarém, Padre Edilberto Sena, responde ao vereador Maurício Correa (PSD) que, em sessão da Câmara semana passada disse que o padre foi ao plenário disseminar "lambanças". Edilberto, ao falar numa reunião aberta ao público, queixou-se de que a maioria dos vereadores não se empenham na solução dos problemas do município, sobretudo os problemas trazidos pela economia de exportação de matérias primas, com a abertura e ampliação de novos portos.

Por Manuel Dutra, em seu blog

De modo geral, o religioso faz aqui uma análise daquela reunião e diz que está aberto ao diálogo com a Câmara de Vereadores, desde que esta o queira.

A respeito da contaminação do Rio Tapajós e de vários de seus afluentes pelos rejeitos venenosos da garimpagem, diz Edilberto que "nós, do Movimento Tapajós Vivo, sentimos o problema, mas analisamos que neste momento barrar as hidrelétricas é mais urgente e tão, ou mais grave do que a poluição dos garimpos. Não temos pernas para assumir as duas lutas e não creio que possamos enfrentar as duas ao mesmo tempo. Assim, esperamos que outros grupos entrem na pressão contra as poluições dos garimpos".

A seguir, a entrevista:

Pergunta - No jornal O Impacto tu dizes que foste mal interpretado pelos vereadores. Onde está o mal-entendido?

Resposta
 - O mal entendido deles, quanto à minha fala, foi que não falei que eles sejam otários, nem os chamei de corruptos. Falei que os empresários podem implantar suas empresas, mas não onde e como querem. NÃO SOMOS OTÁRIOS. Isto é, não somos ingênuos para aceitar passivamente o que eles querem. Além disso, falei que nós do plenário não podemos nos fiar nos políticos para defender nossos direitos e nosso território. Com isso, falava que até agora, mais de um ano depois de os projetos dos portos estarem em andamento, os políticos não tomaram posição na defesa dos nossos direitos. pelo contrário, o vereador Matias Junior e o vereador Henderson Pinto já manifestaram anteriormente que são a favor dos portos graneleiros no bairro Área Verde, quando a maioria dos moradores está contra e nós da Pastoral Social da Diocese também.                   
P - Segundo o mesmo jornal o vereador Maurício Correa (PSD) disse que "o padre não poderia ter usado a tribuna do Poder Legislativo para usar da demagogia, fazendo lambança, para ser aplaudido e eu o repudiei em defesa do Poder Legislativo". Qual seria a tua resposta ao referido vereador?

R - A acusação do vereador Maurício Correa de que eu estava fazendo lambança é sua interpretação. Eu estava ali como membro da sociedade civil santarena que defende o respeito aos direitos da população. Não entendo como o dito vereador achou, que eu estivesse agredindo a Câmara de Vereadores, quando o que disse foi que eles foram eleitos por nós para defender os direitos da população e que, portanto, assumissem seu papel. Não é o que estamos vendo no caso dos projetos, tanto do aumento do porto da Cargill, destruindo o bosque e campo da Vera Paz, e eles não abriram as bocas, como no caso dos portos novos em discussão, não ouvimos ainda eles tomando posição em defesa dos moradores e da cidade de Santarém, com exceção da vereadora Ivete Bastos (que justiça se faça, tem sido uma das poucas que sempre defende os interesses da população). Então, quem tem feito demagogia são os políticos que, em tempo de campanha, prometem maravilhas aos eleitores e depois de eleitos se calam diante das agressões aos direitos da população.

P - A partir desse episódio ainda há possibilidade de diálogo com a Câmara Municipal?

R - Possibilidade de diálogo com a Câmara de vereadores, da minha parte não me fecho, estou sempre pronto ao diálogo e ao debate de ideias e propostas. Se eles fecharem as portas da "casa do povo" tenho outras portas abertas para continuar minha missão como coordenador da Comissão Justiça e Paz e como cidadão santareno.

- Os atuais vereadores têm condição de exigir uma revisão dos projetos em andamento no município, referentes à construção de portos para exportação de grãos e também no caso do loteamento da Buriti, além de outros? 

R - Condição responsável eles têm de rever todos esses projetos de empreendimentos em andamento na cidade. Se eles têm vontade de enfrentar a força do poder econômico é que duvido. São poucos os vereadores/as que tomam posição firme diante do que acontece na cidade e no município. Alguns exemplos de omissão: a ampliação do porto da Cargill, a discussão sobre esses projetos tão impactantes de 3 ou 4 portos na área da APA Maicá, a questão do desastroso projeto Minha Casa minha Vida, os loteamentos que estão sendo abertos na região do Eixo Forte e coroando as omissões da Câmara de Vereadores é o escandaloso caso do dito empreendimento Buriti. Quando foi que a dita Câmara tomou posição firme na defesa dos direitos ao território da cidade? Que saiba quem tem assumido as dores tem sido pequenos grupos dos movimentos sociais populares. Então, ao contrário da queixa que eu teria ofendido o poder legislativo, sinto que aquele poder é que tem se omitido constantemente diante de graves agressões à população santarena.

P - Na tua análise e na análise da Comissão Diocesana de Justiça e Paz, quais os principais problemas que hoje afetam a cidade e o município e que são ameaças futuras?

R - Na minha análise, Santarém está sendo agredida por tantos projetos do dito progresso. Além do que já apontei, acrescento: o tráfego na rodovia Santarém Cuiabá dentro da cidade. Cinco bairros desde a descida da serra do Piquiatuba, não têm nenhuma proteção às vidas humanas: não há placas de redução de velocidade, não há lombadas, não há calçadas para pedestres. Lideranças daqueles bairros já realizaram vários encontros em busca de solução, pois vários acidentes já ocorreram, inclusive com mortes. Em uma das reuniões dos bairros compareceu um vereador, que mostrou-se preocupado, mas não compareceu nas outras reuniões. A Câmara de vereadores nunca tomou posição na defesa dos moradores. Para ironia da vida, mais recentemente o DENIT, responsável pela proteção das vidas humanas, realizou duas obras: recuperou o asfalto da rodovia apenas para os veículos, sem construir calçamentos para pedestres, nem redutores de velocidade e, para coroar o desprezo pelos seres humanos dos cinco bairros, colocou vários "pardais" desde o porto da Cargill até o viaduto. Os vereadores nunca exigiram que o DENIT respeitasse a defesa das vidas ao menos até o pé da serra.

P - Como tu analisas a realização da manifestação deste domingo, em Santarém, contra as hidrelétricas do Tapajós, especialmente a de São Luiz, a mais adiantada?

R - As manifestações de domingo passado foram um avanço na demonstração de que mais pessoas e organizações da sociedade civil organizada estão acordando para os graves impactos que as hidroelétricas no Tapajós trarão para nós. Não foi só em Santarém que ocorreram as manifestações, mas em Belterra, Aveiro, Itaituba, Jacareacanga. As mais amplas foram em Itaituba e Santarém, com participantes de bairros, comunidades rurais, escolas e universitários. Apenas um vereador esteve presente. 
Compreendemos que a única forma de enfrentarmos o perverso projeto do governo para o Tapajós é trabalharmos a união de vários movimentos populares, igrejas e povo Munduruku, ao estilo Chico Mendes. Desafio maior é abrir os olhos das populações não indígenas, principalmente das cidades da bacia do Tapajós. Sem isso vamos cair na mesma desilusão do povo do Xingu. Nossa vantagem é que o governo está metido na arapuca da crise internacional com reflexos na economia brasileira (O BNDES não poderá mais abrir o cofre a qualquer custo) e o "lava a jato" é outro aliado, pois as empreiteiras estão metidas nos crimes e se for feita justiça não poderão mais fazer obras públicas. Enquanto isso vamos trabalhando a sensibilização das comunidades tapajônicas, mesmo lutando sem recursos e sem apoiadores políticos e classe média.

P - Como vês a degradação ambiental causada pelos garimpos industriais do médio Tapajós, que ameaça os sete municípios daquela região, com o despejo de mercúrio, cianeto e barro? Essa questão, acoplada ao caso dos projetos de hidrelétricas, como tu analisas?

R - A poluição do rio e dos povos pelos garimpos é outro crime grave e que não tem tido ação das autoridades e pouco da sociedade. Já na década de 90 nós do Grupo de Defesa da Amazônia, lutamos contra o Estado brasileiro e paraense por causa da poluição mercurial dos garimpos. Fomos até a capital holandesa com a denúncia contra o governo brasileiro e Estado do Pará. Houve uma condenação moral, mas nada de punição aconteceu. Nós do Movimento Tapajós Vivo sentimos o problema, mas analisamos que neste momento barrar as hidroelétricas é mais urgente e tão, ou mais grave do que a poluição dos garimpos. Não temos pernas para assumir as duas lutas e não creio que possamos enfrentar as duas ao mesmo tempo. Assim, esperamos que outros grupos entrem na pressão contra as poluições dos garimpos.