Almir acaba de sapecar que o governo do Estado investe em cultura em todo o Estado. Citou o carnaval de Santarém, que é paupérrimo e vive da abnegação de alguns dedicados líderes de grupos e de minguados recursos do Poder Público Municipal.
Almir mentiu descaradamente quando disse que o governo do Pará ajuda o carnaval de Santarém.
quinta-feira, outubro 26, 2006
Pesquisa Ibope: Lula abre 24 pontos de vantagem sobre Alckmin
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva está 23 pontos à frente do adversário Geraldo Alckmin (PSDB), segundo pesquisa Ibope divulgada no "Jornal Nacional" desta quinta-feira. Na pesquisa anterior, a diferença entre os dois candidatos era de 21 pontos.
De acordo com a pesquisa divulgada hoje, a taxa de intenção de voto em Lula é de 58%. Na pesquisa anterior, ele tinha 57%. A taxa de intenção de voto em Alckmin foi de 35%. Ele tinha 36% no levantamento anterior.
Considerando apenas os votos válidos --que exclui brancos, nulos e indecisos--, o candidato do PT à reeleição tem 62% contra 38% do tucano --mesmo patamar da pesquisa anterior. Em votos válidos, a diferença entre os dois candidatos é de 24 pontos. O Ibope entrevistou 3.010 eleitores entre terça-feira e ontem. A margem de erro é de dois pontos, para mais ou para menos. A pesquisa foi registrada no TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
(Folha Online)
Brasil Hoje
De acordo com a pesquisa divulgada hoje, a taxa de intenção de voto em Lula é de 58%. Na pesquisa anterior, ele tinha 57%. A taxa de intenção de voto em Alckmin foi de 35%. Ele tinha 36% no levantamento anterior.
Considerando apenas os votos válidos --que exclui brancos, nulos e indecisos--, o candidato do PT à reeleição tem 62% contra 38% do tucano --mesmo patamar da pesquisa anterior. Em votos válidos, a diferença entre os dois candidatos é de 24 pontos. O Ibope entrevistou 3.010 eleitores entre terça-feira e ontem. A margem de erro é de dois pontos, para mais ou para menos. A pesquisa foi registrada no TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
(Folha Online)
Brasil Hoje
Bombeiros, Delegacia e Presídio: pura coincidência
Foi implantado oficialmente hoje em Itaituba o grupamento do Corpo de Bombeiros. Houve inaguração do local onde o mesmo vai funcionar provisoriamente, com direito a presença de dois coronéis de Belém e a discursos dos políticos terra, liderados pelo prefeito Roselito Soares.
O prédio é acanhadissimo e vai servir apenas como base. Fica na 13ª Rua do bairro Bela Vista, próximo da Transamazônica.
O local que abrigará o grupamento em definitivo será o prédio da velha delegacia de polícia, que passará por uma grande reforma.
Além do Corpo de Bombeiros, Itaituba teve ainda a inaguração da nova delegacia de polícia e das novas celas da cadeia pública.
Bom para a segurança do município e "pura coincidência" com o fato de estarmos a apenas três dias da eleição para o governo do Estado.
Claro tudo isso é muito bem vindo. Quanto à exploração política do fato só dar para dizer como aquele personagem que o Flávio Migliacio interpretava na Zorra Total: "Este é o meu País".
O prédio é acanhadissimo e vai servir apenas como base. Fica na 13ª Rua do bairro Bela Vista, próximo da Transamazônica.
O local que abrigará o grupamento em definitivo será o prédio da velha delegacia de polícia, que passará por uma grande reforma.
Além do Corpo de Bombeiros, Itaituba teve ainda a inaguração da nova delegacia de polícia e das novas celas da cadeia pública.
Bom para a segurança do município e "pura coincidência" com o fato de estarmos a apenas três dias da eleição para o governo do Estado.
Claro tudo isso é muito bem vindo. Quanto à exploração política do fato só dar para dizer como aquele personagem que o Flávio Migliacio interpretava na Zorra Total: "Este é o meu País".
Zequinha Marinho repudia ação politiqueira
Também está matéria deveria ter sido publica ontem no blog, mas não consegui acessar o Blogger e por isso a divulgo hoje.
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REPORTAGEM: Val-André Mutran
Brasília: 25/10/2006
Val-André Mutran (Brasília) – Em Brasília onde participou na final da tarde de ontem da reunião com o Diretório Nacional do Partido Social Cristão (PSC), o deputado federal Zequinha Marinho, presidente regional da legenda no Pará, tão logo foi informado os acontecimentos políticos em Marabá, declarou em entrevista ao Opinião que: “Repudiamos a tentativa de manchar o nome do deputado estadual eleito, jornalista João Salame, diretor-presidente do Jornal Opinião, como um torpe ação politiqueira que envergonha as boas práticas políticas”.
O parlamentar disse que “é necessário maior rigor das autoridades judiciárias eleitorais, para que o segundo turno das eleições em Marabá não descambe para a política rasteira que vai de encontro ao anseio da população que, democraticamente quer escolher e votar no próximo dia 29 no candidato que escolher”.
Zequinha Marinho defendeu o mais novo deputado estadual, eleito para garantir a representatividade que o povo marabaense sempre mereceu junto a Assembléia Legislativa do Estado.
Marinho ressaltou que conhece a trajetória polítca e empresarial do jornalista João Salame e não pode permitir esse tipo de ilação que atribuiu ao calor da disputa eleitoral.
“É um jovem empresário que trata seus negócios de maneira transparente, assim como conquistou a confiança dos eleitores da região sul/sudeste do Pará.
Na avaliação do deputado, uma agressão ao direito de informar da imprensa é um golpe direto na democracia e convocou todos os eleitores à repudiar as acusações infundadas que quiseram envolver o bem nome do parlamentar recém eleito.
“Solidarizo-me com o João Salame e estamos aqui em Brasília para repudiar esse tipo de prática medieval”, comentou Marinho.
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REPORTAGEM: Val-André Mutran
Brasília: 25/10/2006
Val-André Mutran (Brasília) – Em Brasília onde participou na final da tarde de ontem da reunião com o Diretório Nacional do Partido Social Cristão (PSC), o deputado federal Zequinha Marinho, presidente regional da legenda no Pará, tão logo foi informado os acontecimentos políticos em Marabá, declarou em entrevista ao Opinião que: “Repudiamos a tentativa de manchar o nome do deputado estadual eleito, jornalista João Salame, diretor-presidente do Jornal Opinião, como um torpe ação politiqueira que envergonha as boas práticas políticas”.
O parlamentar disse que “é necessário maior rigor das autoridades judiciárias eleitorais, para que o segundo turno das eleições em Marabá não descambe para a política rasteira que vai de encontro ao anseio da população que, democraticamente quer escolher e votar no próximo dia 29 no candidato que escolher”.
Zequinha Marinho defendeu o mais novo deputado estadual, eleito para garantir a representatividade que o povo marabaense sempre mereceu junto a Assembléia Legislativa do Estado.
Marinho ressaltou que conhece a trajetória polítca e empresarial do jornalista João Salame e não pode permitir esse tipo de ilação que atribuiu ao calor da disputa eleitoral.
“É um jovem empresário que trata seus negócios de maneira transparente, assim como conquistou a confiança dos eleitores da região sul/sudeste do Pará.
Na avaliação do deputado, uma agressão ao direito de informar da imprensa é um golpe direto na democracia e convocou todos os eleitores à repudiar as acusações infundadas que quiseram envolver o bem nome do parlamentar recém eleito.
“Solidarizo-me com o João Salame e estamos aqui em Brasília para repudiar esse tipo de prática medieval”, comentou Marinho.
Líder do PSDB no senado repudia ação da PF
REPORTAGEM: Val-André Mutran
Brasília: 25/10/2006
Val-André Mutran (Brasília) –
Em nota distribuída à Imprensa Nacional, o líder do PSDB no Senado Federal, senador Arthur Virgílio repudiou no que chamou de truculenta a forma como agentes da polícia federal, tendo a frente uma delegada da instituição abordaram o senador Fernando Flexa Ribeiro (PSDB-PA), que estava hospedado num hotel da cidade de Marabá-PA.
O parlamentar foi acordado por volta das 6 horas por agentes da PF e de nada adiantou ele se identificar como Senador da República. Tentaram obrigá-lo a abrir uma mala, o que se recusou a fazer, mas a delegada o fez.
“Foi ato de flagrante arbitrariedade. O Senador, como qualquer cidadão deste País, merece respeito. Não foi o que ocorreu. A delegada e seus agentes recusaram-se até a se identificar. Simplesmente mandaram o Senador, se quisesse, interpelar judicialmente a ação policial”, diz trecho da nota.
O presidente do Congresso Nacional, senador Renan Calheiros (PMDB/AL) não foi encontrado para comentar o episódio, porém, assessores disseram que o senador vai manifestar-se de maneira oficial sobre o ocorrido em Marabá, após tomar conhecimento dos fatos.
A nota do senador Arthur Virgílio, explica que a alegação da ação policial foi de que se cumpria mandado judicial de busca e apreensão. Não era, porém, especificamente contra o Senador. O objetivo era proceder, no hotel, à busca e apreensão de um jornal que faria críticas contundentes à candidata petista Ana Júlia Carepa e às suas alianças, a começar pelo PMDB do Deputado Jader Barbalho. O apartamento do Senador teria sido escolhido aleatoriamente.
“Esse é o estado policial que o governo Lula parece querer implantar. A Polícia Federal, respeitável instituição, com tantos e relevantes serviços prestados ao País, vem sendo forçada a atuar como instrumento de terrorismo político do governo petista do presidente Lula. Foi assim em relação ao caseiro Francenildo, é morosa quanto aos delinqüentes da república petista e anda a passo de tartaruga na investigação da origem do dinheiro criminoso apreendido com os petistas em São Paulo”, protestou Virgílio em outro trecho da nota .
Tão logo foi informado sobre o que chamou de lamentável episódio, o senador na condição de Líder da Bancada, prestou total solidariedade ao companheiro Flexa Ribeiro e tomou as seguintes providências:
1) Telefonei para o Presidente do Senado Federal, Renan Calheiros, para pô-lo a par do ocorrido e cobrar dele que ordene à Advocacia do Senado entrar com representação na Corregedoria da Polícia Federal;
2) Telefonei para o ministro Márcio Thomaz Bastos pedindo também as providências cabíveis para que o clima eleitoral não venha a causar arranhões no regime democrático que todos nós devemos preservar. E com ele continuei a manter contato no correr do dia.
Um outro parlamentar, o jornalista e deputado estadual recém eleito pelo PPS, João Salame, teve seu jornal invadido por agentes da PF sob a suspeita que o jornal que atacava a senadora Ana Júlia Carepa e seus aliados, teria sido impresso na Gráfica de propriedade do empresário. (leia mais nesta edição) .
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Obs. Esta notícia eu tentei postar ontem. Por impossibilidade de acesso ao site do Blogger estou publicando hoje, pois é uma informação importante.
Jota Parente
Brasília: 25/10/2006
Val-André Mutran (Brasília) –
Em nota distribuída à Imprensa Nacional, o líder do PSDB no Senado Federal, senador Arthur Virgílio repudiou no que chamou de truculenta a forma como agentes da polícia federal, tendo a frente uma delegada da instituição abordaram o senador Fernando Flexa Ribeiro (PSDB-PA), que estava hospedado num hotel da cidade de Marabá-PA.
O parlamentar foi acordado por volta das 6 horas por agentes da PF e de nada adiantou ele se identificar como Senador da República. Tentaram obrigá-lo a abrir uma mala, o que se recusou a fazer, mas a delegada o fez.
“Foi ato de flagrante arbitrariedade. O Senador, como qualquer cidadão deste País, merece respeito. Não foi o que ocorreu. A delegada e seus agentes recusaram-se até a se identificar. Simplesmente mandaram o Senador, se quisesse, interpelar judicialmente a ação policial”, diz trecho da nota.
O presidente do Congresso Nacional, senador Renan Calheiros (PMDB/AL) não foi encontrado para comentar o episódio, porém, assessores disseram que o senador vai manifestar-se de maneira oficial sobre o ocorrido em Marabá, após tomar conhecimento dos fatos.
A nota do senador Arthur Virgílio, explica que a alegação da ação policial foi de que se cumpria mandado judicial de busca e apreensão. Não era, porém, especificamente contra o Senador. O objetivo era proceder, no hotel, à busca e apreensão de um jornal que faria críticas contundentes à candidata petista Ana Júlia Carepa e às suas alianças, a começar pelo PMDB do Deputado Jader Barbalho. O apartamento do Senador teria sido escolhido aleatoriamente.
“Esse é o estado policial que o governo Lula parece querer implantar. A Polícia Federal, respeitável instituição, com tantos e relevantes serviços prestados ao País, vem sendo forçada a atuar como instrumento de terrorismo político do governo petista do presidente Lula. Foi assim em relação ao caseiro Francenildo, é morosa quanto aos delinqüentes da república petista e anda a passo de tartaruga na investigação da origem do dinheiro criminoso apreendido com os petistas em São Paulo”, protestou Virgílio em outro trecho da nota .
Tão logo foi informado sobre o que chamou de lamentável episódio, o senador na condição de Líder da Bancada, prestou total solidariedade ao companheiro Flexa Ribeiro e tomou as seguintes providências:
1) Telefonei para o Presidente do Senado Federal, Renan Calheiros, para pô-lo a par do ocorrido e cobrar dele que ordene à Advocacia do Senado entrar com representação na Corregedoria da Polícia Federal;
2) Telefonei para o ministro Márcio Thomaz Bastos pedindo também as providências cabíveis para que o clima eleitoral não venha a causar arranhões no regime democrático que todos nós devemos preservar. E com ele continuei a manter contato no correr do dia.
Um outro parlamentar, o jornalista e deputado estadual recém eleito pelo PPS, João Salame, teve seu jornal invadido por agentes da PF sob a suspeita que o jornal que atacava a senadora Ana Júlia Carepa e seus aliados, teria sido impresso na Gráfica de propriedade do empresário. (leia mais nesta edição) .
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Obs. Esta notícia eu tentei postar ontem. Por impossibilidade de acesso ao site do Blogger estou publicando hoje, pois é uma informação importante.
Jota Parente
Os Puros
Vale a pena ler este artigo. Concordar ou não com ele, é depende de cada um.
Por Izaías Almada
Chegamos e vamos passando, afinal, pelas controvertidas eleições de 2006...
Tenho procurado acompanhar, não só pelos jornais e pela televisão – é claro – onde se mente mais do que se fala a verdade ou, se quiserem, onde se omite mais, a disputa pelo poder político que renova (ou não) agora em outubro muitos dos seus quadros. E nessa observação pude, aqui e ali, conversar com empregadas domésticas (como a minha, por exemplo), varredores de rua, com seguranças de prédios e lojas, com motoristas de táxi e de transporte público, alguns nordestinos com parentes na Paraíba, no Piauí, na Bahia, gente que trabalha no comércio, enfim, pessoas que moram na periferia de São Paulo e que – muitas delas – levam três horas para chegarem ao trabalho e outras três para regressarem às suas casas.
E sabem o que boa parte dessa gente fala? Que o dinheirinho está dando para comprar a cesta básica e ainda sobra algum. Que muitos produtos não subiram de preço nos últimos quatro anos e que alguns até baixaram. Que já não se gasta tanto em transporte coletivo quanto se gastava (pelo menos, na cidade de São Paulo), que muita coisa já dá para comprar a prestação e que antes não dava. Pela primeira vez, em muitos anos, o salário mínimo (ainda pífio) supera a casa dos 120 dólares.
Contaram-me, inclusive, um fato curioso que se deu na periferia de Osasco, onde um candidato a deputado fazia a sua campanha. A comitiva foi convidada a comer “a picanha do Lula”. Um dos assessores do candidato em campanha foi logo alertando que em tempos de campanha é proibido, pela lei eleitoral, pagar almoços em nome de candidatos. A situação foi esclarecida pelo homem que fizera o convite. “Não se preocupem”, disse ele, “ninguém está pagando nada para nós. É que agora nós podemos de vez em quando comer uma picanha nos fins de semana e antes era bem difícil. Por isso é que nós chamamos de picanha do Lula.” São os donos de sua força de trabalho contentes por “dar ao dente”.
Na outra ponta do arco social somos confrontados a cada trimestre ou semestre com os imorais lucros dos nossos bancos, do grande sucesso da nossa agroindústria quase monocultora e transgênica, da queda (ainda tímida) dos juros e “spreads” bancários, e por aí afora. Senhores do poder de fato, apoiados por uma “imprensa independente e imparcial”, a turma que há 500 anos infelicita o povo brasileiro, os endinheirados, com dentes limpos e bem tratados, roupas finas, querendo livrar o país “dessa raça” suja e mal vestida. São os donos do capital felizes “por embolsar mais algum”.
Entre esses dois extremos estamos muitos de nós. Não embolsamos lucros e nem vendemos a nossa força de trabalho abaixo do salário mínimo. Sobrevivemos. E, dirão alguns, honestamente. Que seja! Entre esses dois extremos estão os fazedores de opinião na imprensa, nas universidades, nas igrejas, nos quartéis, nos partidos políticos, esse enorme pelotão de classe média, muitos sonhando individualmente com a própria ascensão social. Outros, desejando-a para um número maior de seus semelhantes.
E é nesse pelotão intermediário que se encontram os puros. Aqueles que elegeram a ética como um valor abstrato, longe da convivência dos homens, algo assim que só estivesse à altura dos eleitos, dos sábios, dos que não pecam. Como alguns intelectuais que, distantes da periferia das grandes cidades ou dos grotões interioranos desse imenso Brasil, que observam a realidade do país através de suas grossas lentes e das janelas de seus confortáveis apartamentos e escritórios pós-modernos. Alguns até se dizem de esquerda, seja lá o que isso signifique para eles. São historiadores, professores, sociólogos, filósofos, jornalistas, todos a deitar falação sobre corrupção, ética, honestidade, muitos deles esquecidos de que ajudaram a criar o “monstro” que agora combatem. Refiro-me ao presidente Lula e ao PT.
Atenção, senhores cabeças pensantes! O sistema, até prova em contrário, ainda se chama capitalista. Vive do lucro e da mais-valia, da exploração do trabalho assalariado. Vive do lucro e incentiva o sucesso pessoal. Transforma tudo e todos em mercadoria. Idolatra o dinheiro e – sem esses ingredientes – você é um fracassado, um perdedor, um pobre. O sistema cria ilusões e mentiras, mas não oferece a todos as mesmas oportunidades para usufruírem de suas benesses. É natural, pois, e eu diria quase axiomático, que muitos cidadãos se corrompam para poder sobreviver, pois deles – com certeza e nesse sistema – não será o reino dos céus. E, quando se trata de conseguir ou manter o poder político, essa opção é ainda mais arraigada.
Qual é a surpresa, então? Quem criou o PT e nele esteve muitos anos, que o embale ou que o refaça e não fique aí pelos cantos a chorar sobre o leite derramado. Não fique por aí a andar de mãos dadas com a direita mais conservadora e reacionária do país num momento em que o povo (e eu estou falando de povo mesmo, dos mais fodidos, dos analfabetos, dos doentes, dos subnutridos, dos desempregados, dos sem terra, dos sem casa, dos sem escola) já anda cansado dos profetas do paraíso terrestre por um lado e da escória que nos governa há quinhentos anos, do outro. Chega de hipocrisia! O povo quer saber de pão e trabalho, pois o circo ele já tem nas novelas de televisão, no futebol movido a lavagem de dinheiro, nas CPIs e em várias das sessões do Congresso Nacional...
Izaías Almada é escritor e dramaturgo.
Por Izaías Almada
Chegamos e vamos passando, afinal, pelas controvertidas eleições de 2006...
Tenho procurado acompanhar, não só pelos jornais e pela televisão – é claro – onde se mente mais do que se fala a verdade ou, se quiserem, onde se omite mais, a disputa pelo poder político que renova (ou não) agora em outubro muitos dos seus quadros. E nessa observação pude, aqui e ali, conversar com empregadas domésticas (como a minha, por exemplo), varredores de rua, com seguranças de prédios e lojas, com motoristas de táxi e de transporte público, alguns nordestinos com parentes na Paraíba, no Piauí, na Bahia, gente que trabalha no comércio, enfim, pessoas que moram na periferia de São Paulo e que – muitas delas – levam três horas para chegarem ao trabalho e outras três para regressarem às suas casas.
E sabem o que boa parte dessa gente fala? Que o dinheirinho está dando para comprar a cesta básica e ainda sobra algum. Que muitos produtos não subiram de preço nos últimos quatro anos e que alguns até baixaram. Que já não se gasta tanto em transporte coletivo quanto se gastava (pelo menos, na cidade de São Paulo), que muita coisa já dá para comprar a prestação e que antes não dava. Pela primeira vez, em muitos anos, o salário mínimo (ainda pífio) supera a casa dos 120 dólares.
Contaram-me, inclusive, um fato curioso que se deu na periferia de Osasco, onde um candidato a deputado fazia a sua campanha. A comitiva foi convidada a comer “a picanha do Lula”. Um dos assessores do candidato em campanha foi logo alertando que em tempos de campanha é proibido, pela lei eleitoral, pagar almoços em nome de candidatos. A situação foi esclarecida pelo homem que fizera o convite. “Não se preocupem”, disse ele, “ninguém está pagando nada para nós. É que agora nós podemos de vez em quando comer uma picanha nos fins de semana e antes era bem difícil. Por isso é que nós chamamos de picanha do Lula.” São os donos de sua força de trabalho contentes por “dar ao dente”.
Na outra ponta do arco social somos confrontados a cada trimestre ou semestre com os imorais lucros dos nossos bancos, do grande sucesso da nossa agroindústria quase monocultora e transgênica, da queda (ainda tímida) dos juros e “spreads” bancários, e por aí afora. Senhores do poder de fato, apoiados por uma “imprensa independente e imparcial”, a turma que há 500 anos infelicita o povo brasileiro, os endinheirados, com dentes limpos e bem tratados, roupas finas, querendo livrar o país “dessa raça” suja e mal vestida. São os donos do capital felizes “por embolsar mais algum”.
Entre esses dois extremos estamos muitos de nós. Não embolsamos lucros e nem vendemos a nossa força de trabalho abaixo do salário mínimo. Sobrevivemos. E, dirão alguns, honestamente. Que seja! Entre esses dois extremos estão os fazedores de opinião na imprensa, nas universidades, nas igrejas, nos quartéis, nos partidos políticos, esse enorme pelotão de classe média, muitos sonhando individualmente com a própria ascensão social. Outros, desejando-a para um número maior de seus semelhantes.
E é nesse pelotão intermediário que se encontram os puros. Aqueles que elegeram a ética como um valor abstrato, longe da convivência dos homens, algo assim que só estivesse à altura dos eleitos, dos sábios, dos que não pecam. Como alguns intelectuais que, distantes da periferia das grandes cidades ou dos grotões interioranos desse imenso Brasil, que observam a realidade do país através de suas grossas lentes e das janelas de seus confortáveis apartamentos e escritórios pós-modernos. Alguns até se dizem de esquerda, seja lá o que isso signifique para eles. São historiadores, professores, sociólogos, filósofos, jornalistas, todos a deitar falação sobre corrupção, ética, honestidade, muitos deles esquecidos de que ajudaram a criar o “monstro” que agora combatem. Refiro-me ao presidente Lula e ao PT.
Atenção, senhores cabeças pensantes! O sistema, até prova em contrário, ainda se chama capitalista. Vive do lucro e da mais-valia, da exploração do trabalho assalariado. Vive do lucro e incentiva o sucesso pessoal. Transforma tudo e todos em mercadoria. Idolatra o dinheiro e – sem esses ingredientes – você é um fracassado, um perdedor, um pobre. O sistema cria ilusões e mentiras, mas não oferece a todos as mesmas oportunidades para usufruírem de suas benesses. É natural, pois, e eu diria quase axiomático, que muitos cidadãos se corrompam para poder sobreviver, pois deles – com certeza e nesse sistema – não será o reino dos céus. E, quando se trata de conseguir ou manter o poder político, essa opção é ainda mais arraigada.
Qual é a surpresa, então? Quem criou o PT e nele esteve muitos anos, que o embale ou que o refaça e não fique aí pelos cantos a chorar sobre o leite derramado. Não fique por aí a andar de mãos dadas com a direita mais conservadora e reacionária do país num momento em que o povo (e eu estou falando de povo mesmo, dos mais fodidos, dos analfabetos, dos doentes, dos subnutridos, dos desempregados, dos sem terra, dos sem casa, dos sem escola) já anda cansado dos profetas do paraíso terrestre por um lado e da escória que nos governa há quinhentos anos, do outro. Chega de hipocrisia! O povo quer saber de pão e trabalho, pois o circo ele já tem nas novelas de televisão, no futebol movido a lavagem de dinheiro, nas CPIs e em várias das sessões do Congresso Nacional...
Izaías Almada é escritor e dramaturgo.
Instabilidade madeireira
No Pará, o setor madeireiro reclama que não teve condições de operar satisfatoriamente nos últimos anos. E põe a culpa no governo. Do ramo madeireiro, e há 27 anos na Amazônia, Luis Carlos Tremonte, vice-presidente do Sindicato da Indústria Madeireira do Sudoeste do Pará (Simaspa), diz que nunca viu um quadro tão deprimente para seus negócios. “O dólar não contribui, o governo federal cria todas as dificuldades.
Se eu pudesse, abandonava esse setor”. Ele se refere à demora na liberação de planos de manejo e ao fato de o Incra ainda não ter aprovado a titularização de áreas até 500 hectares para que se possa, em terras pequenas, elaborar projetos de exploração de madeira. Por conta desses fatores, Tremonte garante que a produção caiu pela metade entre 2005 e 2006, sendo que, pelos seus cálculos, 30% das empresas devem ter fechado no período.
Além das reclamações comuns a quem trabalha com madeira legal (câmbio ruim, mercado reduzido e atrasos na liberação de planos de manejo), Justiniano Netto, da Associação das Indústrias Madeireiras Exportadoras do Pará (Aimex), lembra que as empresas paraenses também foram prejudicadas pela entrada em vigor do Documento de Origem Florestal (DOF), de forma pouco planejada,em sua opinião. “Estamos no final da safra e ainda nem deu para as empresas começarem suas atividades”, reclama.
Se eu pudesse, abandonava esse setor”. Ele se refere à demora na liberação de planos de manejo e ao fato de o Incra ainda não ter aprovado a titularização de áreas até 500 hectares para que se possa, em terras pequenas, elaborar projetos de exploração de madeira. Por conta desses fatores, Tremonte garante que a produção caiu pela metade entre 2005 e 2006, sendo que, pelos seus cálculos, 30% das empresas devem ter fechado no período.
Além das reclamações comuns a quem trabalha com madeira legal (câmbio ruim, mercado reduzido e atrasos na liberação de planos de manejo), Justiniano Netto, da Associação das Indústrias Madeireiras Exportadoras do Pará (Aimex), lembra que as empresas paraenses também foram prejudicadas pela entrada em vigor do Documento de Origem Florestal (DOF), de forma pouco planejada,em sua opinião. “Estamos no final da safra e ainda nem deu para as empresas começarem suas atividades”, reclama.
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