A
Polícia Civil do Pará promoveu, na manhã desta sexta-feira (17), por meio da
Diretoria de Atendimento a Grupos Vulneráveis (DAV), uma roda de conversa
alusiva ao Dia Nacional de Combate ao Abuso e Exploração Sexual de Crianças e
Adolescentes. Durante a programação, foram debatidas ações voltadas à prevenção
e ao combate ao abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes, no
auditório da Secretaria Municipal de Educação (Semed) de Ananindeua, na Região
Metropolitana de Belém, órgão parceiro do evento.
Houve
palestras e apresentação cultural sobre a temática. A programação contou com a
participação de 250 professores dos ensinos fundamental e médio da rede pública
do município, além da delegada Gérsica Raphaela Veiga da Silva, diretora da
Delegacia Especializada no Atendimento a Crianças e Adolescentes de Ananindeua
(Deaca), e da delegada Joseangela Cristina Costa dos Santos, titular da Divisão
de Atendimento ao Adolescente (Data).
A
delegada Gérsica Veiga informou que a roda de conversa é um projeto denominado
“Diálogo com a Escola”, planejado em conjunto com a delegada Joseangela
Cristina e a assistente aocial da Data/Deaca de Ananindeua, Edvane Duarte.
Segundo Gérsica Veiga, o projeto visa prevenir e identificar o abuso sexual nas
escolas e no ambiente familiar, por meio de características percebidas nos
jovens, como isolamento e baixo rendimento escolar.
"Essas
são algumas das formas de sinalizar que uma criança ou adolescente está
sofrendo abuso, pedindo ajuda e que necessite de uma escuta especializada",
disse a delegada. Ela explicou que a rede de proteção à criança e ao
adolescente é composta por representantes do Poder Judiciário e dos Centros de
Referências de Assistência Social (Cras e Creas), pelos conselheiros tutelares
e outros profissionais.
A
assistente social Edivane Duarte contou que o projeto surgiu da necessidade de
trabalhar a prevenção da violência, visando reduzir os índices de abuso sexual
contra crianças e adolescentes.
Dentro
desse contexto, acrescentou Edivane Duarte, o projeto também aproxima a Deaca
da comunidade e dialoga sobre as formas de violência com a comunidade escolar,
incluindo estudantes, gestores e professores. Sobre as formas de denúncia, ela
informou que as denúncias chegam à Deaca por demanda espontânea, pelo Disque
Denúncia (fone 181) e Disque 100. "Desta forma, a vítima é encaminhada
pela rede para o atendimento. A maioria dos casos de violência sexual ocorre
dentro da casa da vítima ou na casa de pessoas conhecidas, pois, infelizmente,
os abusadores, em sua maioria, também são conhecidos da vítima e possuem uma
relação de confiança com a família”, complementou.
Articulação
- Para a delegada Joseangela Santos, a temática é muito importante e precisa de
um olhar mais atencioso. Segundo ela, o primeiro momento de contato com uma das
redes de proteção é tão importante quanto a articulação com os integrantes que
fazem parte da rede. "Uma das melhores formas de combater esse mal é a
informação e a educação sexual. Assim, é possível prevenir essa prática que viola
os direitos fundamentais das crianças e adolescentes. Hoje estamos levando essa
informação para os professores da rede pública, para que eles consigam
estabelecer uma relação de confiança, por meio do contato direto e diário com
as crianças. Esse momento está sendo muito importante para que, a partir daí, o
professor identifique se as crianças e adolescentes estão sofrendo algum tipo
de violência sexual”, ressaltou.
Segundo
a advogada e procuradora Jamille Saraty, da Fundação Parápaz, a Lei Ordinária
8.618, que instituiu a Campanha Maio Laranja, foi criada no Estado do Pará em
2018 para dedicar o mês de maio ao combate ao abuso e à exploração sexual de
crianças e adolescentes. “No dia 18 de maio, a criança Aracelli foi
sequestrada, drogada, estuprada e morta. Seu corpo foi carbonizado e encontrado
em uma mata no município de Vitória, no Estado do Espírito Santo. Em razão da
violência sofrida por essa criança de 8 anos, foi instituído o Dia Nacional de
Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes", disse
Jamille Saraty.
Texto:
Walrimar Santos
Governo
do Estado do Pará
Polícia
Civil - PC