A carga era transportada em caixas de ovos, devidamente lacradas, para não levantar suspeitas durante uma eventual fiscalização pela estrada. Os PMs prenderam Roniele Teixeira de Moura, paraense de 34 anos e que dirigia a carreta com a droga. E o conduziram à Seccional da Cidade Nova. A prisão ocorreu por volta das duas horas da madrugada.
No baú da carreta havia 921 tabletes do entorpecente, o equivalente a mais de 800 quilos. Aos policiais civis de plantão na seccional, os militares do 6º BPM contaram que já tinham a informação, recebida de forma anônima, de que no início de fevereiro uma carreta passaria na BR, de madrugada, com um grande carregamento de entorpecente. E que, nas laterais do veículo estaria escrita a palavra "careca". A equipe ficou de prontidão e, na madrugada deste domingo, abordou a carreta.
O condutor do veículo declarou que nada sabia sobre a droga e que apenas transportou a carga, que estava lacrada, desde Minas Gerais. O tenente Cesar Augusto o apresentou à Seccional da Cidade Nova. Parte da droga foi periciada no CPC Renato Chaves, que atestou tratar-se de skank. Na manhã deste domingo (9), policiais de plantão naquela seccional, disseram que os tabletes totalizaram mais de 800 quilos do entorpecente.
Em depoimento na Seccional da Cidade Nova, Roniele disse que, entre os dias 3 e 4 deste mês, estava em Belo Horizonte. Ele contou que transporta motocicletas novas de Belo Horizonte para Belém. E que, na volta à capital paraense, traz os suportes onde as motos são transportadas dentro do baú da carreta.
Ele saiu de Belo Horizonte dia 4. E que, no dia 6, chegou a Goiânia. Em Goiânia, afirmou ter sido procurado por três rapazes, cujos nomes afirmou não saber. Eles disseram que ele deveria transportar uma grande quantidade de droga de Goiânia até Belém. E que, caso se recusasse, teria sua família morta. Também disse que essa foi a terceira vez que os desconhecidos fizeram essa proposta. E que, nas duas vezes anteriores, ofereceram dinheiro para que Roniele fizesse esse transporte. O valor oscilou de R$ 2 mil a R$ 4 mil, mas que ele recusou.
Desta vez, afirmou em depoimento, os desconhecidos estavam armados e tinham fotos de sua filha e de sua esposa. E também disseram que não dariam dinheiro para ele fazer transporte, mas garantiram que a sua família estaria segura.
Roniele confirmou que os homens colocaram muita droga na carreta, mas que não sabia exatamente a quantidade. Contou que saiu de Goiânia dia 6 e que faria a entrega em Ananindeua, mas não lhe foi revelado quem receberia a mercadoria. "Só sabia que alguém viria me procurar e que deveria parar próximo ao elevado da Cidade Nova.
Garantiu, ainda, que foi a primeira vez que transportou droga e que só o fez por estar sendo ameaçado. O delegado Gilandeson Negreiros Caldas o autuou, em flagrante, por trafico de drogas. Na manhã deste domingo, o acusado foi levado para audiência de custódia na Justiça, em Ananindeua. E a droga foi encaminhada para o prédio da Divisão Estadual de Narcóticos, em Belém, onde permanecerá à disposição da Justiça.