Faltam 24 dias para o fechamento da
janela que permite que os pretensos candidatos que desejam trocar de partido decidam
para que lado ir. Essa brecha aberta na mais recente reforma eleitoral deixa o
cenário político um pandemônio. Na presente conjuntura, sobretudo os
vereadores, estão iguais baratas tontas, voando para todo lado sem saber onde
pousar.
Na eleição de 2016 foram apenas três,
os candidatos a prefeito. Ivan D’Almeida, Valmir Clímaco e a então prefeita
Eliene Nunes, que não conseguiu se reeleger. Agora, o número já chegou a cinco
e pode chegar a seis, se Luizinho Anjos, cujo nome e a disposição de lançar-se
na política for adiante.
Valmir Clímaco, que será candidato à
reeleição pelo MDB, Ivan D’Almeida, que deverá disputar pelo PL, ao qual se
filiou recentemente em Belém, depois de sair do PSDB, o ex-prefeito Roselito
Soares, que capitaneia o PTB no município, Dadinho do Posto Dado, que comanda o
PSD e Carlos Antônio Maciel Braga, empresário que ficou conhecido como
Carlinhos Acessórios e atualmente é empresário do ramo de materiais de
construção, que é filiado ao Podemos, são os nomes colocados.
Se todos esses nomes forem confirmados
em suas respectivas convenções partidárias, creio que será o maior número de
candidatos a prefeito em uma eleição no município de Itaituba. E pelo que tenho
sentido nas conversas com os pré-candidatos, excetuando o senhor Luizinho
Anjos, com o qual não mantive contato, nenhum deles está blefando, ou brincando
de ser candidato.
Se o quadro for mesmo esse, podemos
ter certeza que será uma campanha eleitoral muito animada, na qual vai correr
dinheiro, porque, quanto mais candidatos majoritários houver, maior será o
número de candidatos a vereador e de cabos eleitorais. Tudo isso custa dinheiro,
e não é pouco. Tem que gastar com impressos, com carro, com gasolina, com
alimentação, etc...
Mas, porque será que tem tanta gente
interessada em concorrer, tanto ao cargo de prefeito, quanto de vereador? Será
que todo esse contingente de pessoas está preocupado com o bem comum?
O que leva um cidadão comum, que mal é
conhecido no entorno da sua casa, a lançar-se candidato? São dois os fatores:
um salário nada mal e o poder que seduz e pode dar notoriedade. E para prefeito?
Nesse caso, há alguns aspectos a serem considerados, pois isso pode mudar de
uma eleição para outra, como está acontecendo neste momento em Itaituba.
Vejamos o caso do empresário Dorinaldo
Silva, o Dadinho. Ele negou, nos últimos dois anos, qualquer intenção sua de
ser candidato a prefeito, e eis que de repente, não mais que de repente,
lança-se como pré-candidato com uma disposição enorme de destronar o prefeito
Valmir Clímaco, seu amigo de outros tempos e atual desafeto.
Pode até ser que a sede de poder tenha
se aflorado de maneira muito forte no empresário, mas, o componente de
rivalidade pessoal salta aos olhos como o elemento que falou mais alto, pois, a
relação entre ele e o prefeito, que já não era boa, piorou muito semana passada
depois do episódio da construção do meio fio próximo do seu posto da
Transamazônica, que foi parar na Polícia.
Se Dadinho vai emplacar como candidato
a prefeito, isso a gente vai ter que esperar na prática. Contudo, o que não se
pode negar é que Valmir acaba de ganhar um adversário de peso, porque seu
oponente tem dinheiro e disposição. Em ambos os casos, ele tem bastante para
enfrentar uma eleição.
Com esses predicados, existe grande
possibilidade de uma polarização entre os dois. Mas, isso vai depender do
desempenho dos outros candidatos, que também não vão brincar de disputar
eleição. Ivan D’Almeida foi muito bem votado na eleição passada, mas, assim
como Valmir, foi muito influenciado pelo fator Eliene, que foi a maior cabo
eleitoral dos dois por sua gestão pífia.
Quanto a Roselito Soares, ele continua
trabalhando para tentar melhorar a imagem do político que foi morar noutro
lugar e depois voltou. É sempre um nome forte que tem muitos admiradores. Por
último, é preciso esperar como vai se mexer o empresário Carlos Braga, o
Carlinhos, porque por enquanto ele só tem se movimentado nos bastidores. É um
nome novo, completamente alheio ao meio político. Vai ter que andar e gastar
muito se quiser tornar seu nome conhecido e viável para a disputa.
Jota Parente