Kakay é um brilhante advogado de esquerda, que se tornou ainda mais conhecida por defender muita gente do PT e da esquerda de um modo geral. Ninguém discute sua enorme competência e saber jurídico, entretanto, quando concede entrevistas ou escreve artigos, não faz nenhum esforço para esconder suas preferências políticas. Na pré-campanha para presidente de 2018, o então candidato Jair Bolsonaro o procurou, mas, ele declinou do convite para defendê-lo por razões de foro íntino.
Foi ele quem disse isso, quando lhe perguntaram se ele defenderia Bolsonaro.
Porque publiquei esse artigo dele sobre o qual discordo de alguns pontos. O principal deles é quando o causídico prega a necessidade de impeachement do presidente da República.
Tenho ficado, às vezes indignado, outras vezes decepcionados com a miopia do presidente no tratamento da crise que aflige o mundo. Para nossa sorte, a pressão que ele tem sofrido de todos os lados tem falado mais alto, e em muitos casos, sua posição tem sido mudada para alívio geral da nação.
Impeachement uma hora como essa, nem pensar! O momento requer união geral. Impeachement é a última ferramenta a ser usada, quando o país está em risco diante de um mandatário que não ouve ninguém. O presidente, mesmo a contragosto, tem ouvido sua assessoria. E ademais, impeachement é um remédio muito amargo, que tem muitos efeitos colaterais. Não é uma sentença que apenas obrigue alguém a pagar cestas básicas. É algo muito tramáutico.
É inegável que tem muita gente que votou em Bolsonaro que só não se arrepende, porque a outra opção, o PT, era apocalípitca. Mas, mesmo que a classe média e a classe alta tenham um bom contingente de pessoas que esperavam mais do presidente, e ele esteja decepcionando essas pessoas, elas, talvez jamais votariam no PT.
Nem mesmo aqueles que algum dia votaram em Lula ou Dilma e chegaram à conclusão de que o projeto do PT estava falindo o Brasil, e faliu, pensam em votar nesse partido tão cedo.
Já os pretendentes à sua cadeira de presidente, todos de direita, esses se beneficiam e torcem pelo seu desgaste. E uma reeleição que com quase três anos de antecedência parecia favas contadas, Bolsonaro para botar a perder. Basta que haja bons nomes na direita. Isso tudo, porque ninguém, em sã consciência, acredite numa mudança brusca de postura dele.
Jota Parente