Por Lauro Jardim - Hoje, durante a discussão que Jair Bolsonaro e João Doria tiveram na reunião com os governadores do Sudeste, Hamilton Mourão sem expressar qualquer palavrar deixou clara sua opinião sobre o arroubo do presidente.
Enquanto Bolsonaro dizia coisas como "vossa excelência se apoderou do meu nome nas eleições", Mourão, que estava ao lado do presidente, olhou para baixo meneou a cabeça com ar de reprovação.
Em seguida, quando Bolsonaro falou "guarde suas observações por ocasião das eleições de 2022, quando vossa excelência poderá destilar todo o seu ódio e demagogia", Mourão bateu levemente a caneta que portava na mesa, fingiu escrever algo e fez novo sinal de reprovação com a cabeça.
quarta-feira, março 25, 2020
Maia sugere que Bolsonaro mudou de postura por pressão de investidores da bolsa
SÃO PAULO e BRASÍLIA – O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, disse nesta quarta-feira durante reunião com governadores dos 26 estados e do Distrito Federal que governadores desviem do debate sobre manter ou não suas populações em isolamento social devido ao novo coronavírus.
Para Maia, a discussão é resultado de pressão de investidores na Bolsa de Valores, que estariam frustrados com as perdas das últimas semanas.
— A gente tem que sair deste enfrentamento sobre abrir ou não abrir (empresas), sair ou não sair do isolamento, porque isso nada mais é do que a pressão de milhares de pessoas que aplicaram os seus recursos na Bolsa (de Valores) e acreditaram no sonho da prosperidade da bolsa com 150 mil pontos, e hoje ela está a 70 mil pontos, por vários problemas — disse o deputado, por meio de videoconferência.
De acordo com Maia, a pressão começou há “quatro ou cinco dias” e teria refletido na mudança do nível de adesão do governo federal às recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS), no que diz respeito às medidas de prevenção à Covid-19.
— A gente foi vendo parte do mercado caminhando pra isso. Eles são assim, eles vivem de estatística, mas todos nós que fazemos política vivemos das vidas. Então é isso que a gente tem que saber equilibrar, as vidas com os empregos — disse Maia.
Maia disse ainda que é preciso “sair desse enfrentamento” e que é preciso apresentar soluções a curto prazo para “garantir emprego e renda para os mais pobres” e “condições para que os Estados e municípios continuem funcionando”.
— Vocês sabem que o ambiente do Parlamento com o governo não é dos melhores, o que pudermos organizar em conjunto, facilita muito — afirmou Maia, aos governadores.O presidente da Câmara também falou, que nesse momento, os governadores precisam ser “objetivos”.
— Não adianta a gente trazer para este debate longo prazo. Precisamos discutir o curto prazo, garantir o emprego, garantir a renda dos municípios e dos estados, para que eles possam continuar funcionando. Emprego e renda para os mais pobres. A gente tem que tratar do curto prazo, daquilo que a gente consegue aprovar na Câmara.
Renda mínima
Por mais de duas horas, Maia ouviu as demandas dos governadores e defendeu a articulação, no curto prazo, de projetos prioritários de atenção à crise do coronavírus. O presidente da Câmara defendeu que se priorize a garantia de condições de vida e renda mínima aos mais vulneráveis e de renda para municípios e estados, além do emprego.
Defendeu também a edição de medida provisória que novamente preveja a suspensão de contratos de trabalho, mas garantindo a remuneração do seguro desemprego. Projeto anterior assinado pelo governo não previa compensação financeira para os trabalhadores e foi abortado após repercussão negativa.
A reunião dos governadores foi articulada pelo governador João Doria (PSDB), no dia seguinte ao pronunciamento mais recente do presidente Jair Bolsonaro, que defendeu na TV mudanças na política de isolamento por causa do avanço do novo coronavírus pelo país.
O presidente defende o isolamento apenas de idosos e grupos de risco, o que especialistas e infectologistas consideram medida arriscada, por ampliar a presença do vírus na população e o risco de sobrecarga à rede pública de saúde.
Os governadores pretendem discutir uma estratégia nacional de contenção do coronavírus sem flexibilizar o isolamento da população e aumentar o risco de propagação da doença.
Desde a noite de terça, governadores têm intensificado a articulação com representes do Legislativo e Judiciário, para discutir formas de minimizar os prejuízos do novo posicionamento do presidente ao enfrentamento da doença.
O Globo
Para Maia, a discussão é resultado de pressão de investidores na Bolsa de Valores, que estariam frustrados com as perdas das últimas semanas.
— A gente tem que sair deste enfrentamento sobre abrir ou não abrir (empresas), sair ou não sair do isolamento, porque isso nada mais é do que a pressão de milhares de pessoas que aplicaram os seus recursos na Bolsa (de Valores) e acreditaram no sonho da prosperidade da bolsa com 150 mil pontos, e hoje ela está a 70 mil pontos, por vários problemas — disse o deputado, por meio de videoconferência.
De acordo com Maia, a pressão começou há “quatro ou cinco dias” e teria refletido na mudança do nível de adesão do governo federal às recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS), no que diz respeito às medidas de prevenção à Covid-19.
— A gente foi vendo parte do mercado caminhando pra isso. Eles são assim, eles vivem de estatística, mas todos nós que fazemos política vivemos das vidas. Então é isso que a gente tem que saber equilibrar, as vidas com os empregos — disse Maia.
Maia disse ainda que é preciso “sair desse enfrentamento” e que é preciso apresentar soluções a curto prazo para “garantir emprego e renda para os mais pobres” e “condições para que os Estados e municípios continuem funcionando”.
— Vocês sabem que o ambiente do Parlamento com o governo não é dos melhores, o que pudermos organizar em conjunto, facilita muito — afirmou Maia, aos governadores.O presidente da Câmara também falou, que nesse momento, os governadores precisam ser “objetivos”.
— Não adianta a gente trazer para este debate longo prazo. Precisamos discutir o curto prazo, garantir o emprego, garantir a renda dos municípios e dos estados, para que eles possam continuar funcionando. Emprego e renda para os mais pobres. A gente tem que tratar do curto prazo, daquilo que a gente consegue aprovar na Câmara.
Renda mínima
Por mais de duas horas, Maia ouviu as demandas dos governadores e defendeu a articulação, no curto prazo, de projetos prioritários de atenção à crise do coronavírus. O presidente da Câmara defendeu que se priorize a garantia de condições de vida e renda mínima aos mais vulneráveis e de renda para municípios e estados, além do emprego.
Defendeu também a edição de medida provisória que novamente preveja a suspensão de contratos de trabalho, mas garantindo a remuneração do seguro desemprego. Projeto anterior assinado pelo governo não previa compensação financeira para os trabalhadores e foi abortado após repercussão negativa.
A reunião dos governadores foi articulada pelo governador João Doria (PSDB), no dia seguinte ao pronunciamento mais recente do presidente Jair Bolsonaro, que defendeu na TV mudanças na política de isolamento por causa do avanço do novo coronavírus pelo país.
O presidente defende o isolamento apenas de idosos e grupos de risco, o que especialistas e infectologistas consideram medida arriscada, por ampliar a presença do vírus na população e o risco de sobrecarga à rede pública de saúde.
Os governadores pretendem discutir uma estratégia nacional de contenção do coronavírus sem flexibilizar o isolamento da população e aumentar o risco de propagação da doença.
Desde a noite de terça, governadores têm intensificado a articulação com representes do Legislativo e Judiciário, para discutir formas de minimizar os prejuízos do novo posicionamento do presidente ao enfrentamento da doença.
O Globo
Helder Barbalho contrapõe discurso de Bolsonaro e pede paraenses em quarentena: 'bom senso'
Governador do Pará se manifestou nas redes sociais após pronunciamento de Bolsonaro, que criticou o isolamento social e a suspensão das aulas.
G1 Belém PA - O governador do Pará, Helder Barbalho, se manifestou a respeito do pronunciamento do presidente da república Jair Bolsonaro, na noite desta terça-feira (24). No discurso transmitido para todo o país, Bolsonaro criticou prefeitos e governadores que fecharam estabelecimentos comerciais para a prevenção ao coronavírus e defendeu que a escolas fossem reabertas.
O isolamento social é a medida de contenção à pandemia defendida pela Organização Mundial de Saúde e adotada em diversos países atingidos pela doença. No Pará, aulas presenciais foram suspensas e estão sendo transmitidas pela TV e redes sociais.
Bares, casas noturnas, restaurantes e similares foram fechados, e eventos públicos estão vetados. Há medidas ainda de restrição de transporte interestadual de passageiros e suspensão de voos internacionais. O estado tem cinco casos confirmados do novo coronavírus.
Pelas redes sociais, Helder Barbalho declarou que o busca, desde o início, as orientações dos técnicos, dos médicos, das autoridades e também dos países que já passaram pelo pior da crise.
Em coletiva realizada virtualmente nesta terça-feira (24), o governador anunciou a construção de quatro hospitais de campanha, que vão abrir mais 720 leitos voltados para o atendimento de doentes do Covid-19.
“São todas ações de emergência. Para evitar a saturação nos serviços de saúde pública do Estado. Também anunciei medidas de apoio à economia, com empréstimos do Banpará, suspensão de corte de energia e água, diminuição de ICMS para insumos necessários no combate à pandemia”.
Ajuda federal
Helder afirmou a parceria com a área da saúde do Governo Federal é funcional e “está andando bem”. Frisou ainda que espera conseguir apoio também na área da economia. “Porque o Governo Federal tem instrumentos de ação, mas as propostas até agora são tímidas”.
“O país tem instrumentos para permitir que pelo menos 100 milhões de brasileiros enfrentem minimamente esta crise, com propostas como a do ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga, que defende o pagamento de um abono de emergência. Os Estados também precisam de auxílio. Temos que agir com celeridade, no sentido de enfrentar o nosso único inimigo: o vírus e suas consequências para a saúde e para a economia”, destacou.
“O caminho que o Governo do Pará buscou foi o do bom senso, o do equilíbrio. [...] Todo o nosso objetivo é aliviar o sistema de saúde para que as pessoas que eventualmente fiquem doentes possam ser tratadas. Por isso, suspendemos, temporariamente, as aulas, festas, o comércio e os bares. Com menos gente circulando, o vírus circula menos e a gente não tem uma multidão batendo nas portas dos hospitais ao mesmo tempo. Este é o objetivo”.
Bandidos roubam caminhão que transportava álcool em gel na Baixada Fluminense
O Globo - Bandidos roubaram um caminhão que transportava álcool em gel no último dia 18 em São João de Meriti, na Baixada Fluminense. O motorista do veículo foi abordado na Avenida do Comércio, no início da tarde, por criminosos armados que estavam em uma moto.
De acordo com depoimento na 64ª DP (São São de Meriti), os criminosos obrigaram o motorista a seguir até a favela do Dick, também no município. Lá, descarregaram o caminhão e a vítima foi liberada. O caso está sendo investigado pela Polícia Civil.
O álcool em gel, produto indicado para higienizar as mãos e objetos no combate ao novo coronavírus, sumiu das prateleiras dos mercados e farmácias desde que começaram a surgir os primeiros casos no Rio. A Polícia Civil tem feito ações para coibir a venda do produto a preços exorbitantes. A Delegacia do Consumidor (Decon) abriu um inquérito para apurar delitos previstos na Lei de Crimes contra a economia popular. Outras delegacias também estão realizando operações.
Na última semana, guardas municipais fizeram uma apreensão de 42 frascos de álcool em gel adulterado em Bangu, na zona oeste do Rio. O produto era vendido a R$ 10 por um ambulante e não tinha rótulo ou qualquer identificação de procedência. De acordo com os guardas, o frasco "tinha cheiro de álcool e impurezas visíveis". O material foi encaminhado para o descarte na Comlurb.
De acordo com depoimento na 64ª DP (São São de Meriti), os criminosos obrigaram o motorista a seguir até a favela do Dick, também no município. Lá, descarregaram o caminhão e a vítima foi liberada. O caso está sendo investigado pela Polícia Civil.
O álcool em gel, produto indicado para higienizar as mãos e objetos no combate ao novo coronavírus, sumiu das prateleiras dos mercados e farmácias desde que começaram a surgir os primeiros casos no Rio. A Polícia Civil tem feito ações para coibir a venda do produto a preços exorbitantes. A Delegacia do Consumidor (Decon) abriu um inquérito para apurar delitos previstos na Lei de Crimes contra a economia popular. Outras delegacias também estão realizando operações.
Na última semana, guardas municipais fizeram uma apreensão de 42 frascos de álcool em gel adulterado em Bangu, na zona oeste do Rio. O produto era vendido a R$ 10 por um ambulante e não tinha rótulo ou qualquer identificação de procedência. De acordo com os guardas, o frasco "tinha cheiro de álcool e impurezas visíveis". O material foi encaminhado para o descarte na Comlurb.
Caiado rompe com Bolsonaro após pronunciamento: “Ignorância não é virtude”
Veja - O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM), ampliou o isolamento político do presidente Jair Bolsonaro em meio ao combate à pandemia do coronavírus. Médico de formação, Caiado rompeu com o agora ex-aliado e demonstrou indignação com o pronunciamento que o presidente convocou na noite de terça-feira, 24, para atacar a imprensa e as medidas restritivas adotadas pelos gestores estaduais.
Caiado afirmou que Bolsonaro foi “irresponsável” e criticou duramente os termos “gripezinha” e “resfriadinho”, usados pelo presidente para classificar os sintomas do coronavírus. A doença já matou 46 pessoas no Brasil e mais de 19.000 em todo o mundo.
“Tanto na política como na vida, a ignorância não é uma virtude”, disse Caiado, em entrevista coletiva no Palácio das Esmeraldas. A frase usada pelo governador faz referência a uma fala de 2016 do ex-presidente americano Barack Obama contra o populismo manifestado pelo então candidato republicano à Casa Branca, Donald Trump. Bolsonaro copia o estilo de governar do atual mandatário dos EUA e emula diversos posicionamentos de Trump na crise, como críticas ao isolamento social e o consequente prejuízo econômico que o combate ao vírus causará.
O governador afirmou que irá ignorar o pedido de Bolsonaro para que escolas sejam reabertas e para que pessoas voltem a trabalhar sem restrições de locomoção. “Com tranquilidade, mas com a autoridade de governador e de médico, eu afirmo que as declarações do presidente não alcançam o estado de Goiás. As decisões em Goiás serão tomadas por mim, com base no trabalho de técnicos e especialistas”, afirmou.
Caiado afirmou que Bolsonaro foi “irresponsável” e criticou duramente os termos “gripezinha” e “resfriadinho”, usados pelo presidente para classificar os sintomas do coronavírus. A doença já matou 46 pessoas no Brasil e mais de 19.000 em todo o mundo.
“Tanto na política como na vida, a ignorância não é uma virtude”, disse Caiado, em entrevista coletiva no Palácio das Esmeraldas. A frase usada pelo governador faz referência a uma fala de 2016 do ex-presidente americano Barack Obama contra o populismo manifestado pelo então candidato republicano à Casa Branca, Donald Trump. Bolsonaro copia o estilo de governar do atual mandatário dos EUA e emula diversos posicionamentos de Trump na crise, como críticas ao isolamento social e o consequente prejuízo econômico que o combate ao vírus causará.
O governador afirmou que irá ignorar o pedido de Bolsonaro para que escolas sejam reabertas e para que pessoas voltem a trabalhar sem restrições de locomoção. “Com tranquilidade, mas com a autoridade de governador e de médico, eu afirmo que as declarações do presidente não alcançam o estado de Goiás. As decisões em Goiás serão tomadas por mim, com base no trabalho de técnicos e especialistas”, afirmou.
Doria cobra Bolsonaro sobre coronavírus: “Não são mortos de mentirinha”
Exame - A reunião virtual entre Jair Bolsonaro e governadores do Sudeste, na manhã desta quarta-feira, 25, foi marcada por cobranças de responsabilidade e bate-boca com o governador de São Paulo, João Doria (PSDB).
O estopim da discussão, que já vinha se intensificando entre os dois nos últimos dias, foi o pronunciamento em cadeia nacional do presidente na noite de ontem.
Na ocasião, Bolsonaro questionou a quarentena imposta por estados, entre eles São Paulo, pelo coronavírus. Bolsonaro defendeu a volta do país à “normalidade”, ignorando recomendações explícitas de especialistas e do próprio ministro da Saúde, Luiz Mandetta, sobre a necessidade de isolamento social.
Doria disse no encontro que o presidente deveria “dar exemplo ao país, e não dividir a nação em tempos de pandemia”. Segundo pessoas que participaram da reunião, Bolsonaro se exaltou com a declaração do governador de São Paulo e chegou a chamá-lo de “leviano” e “demagogo”.
Posteriormente, o governador paulista foi ao Twitter se dizer decepcionado com a postura do presidente. “Presidente, no nosso Estado temos 40 mortos por COVID-19 dos 46 em todo o Brasil. São pessoas que tinham RG, CPF, e familiares que continuarão sentindo sua falta. Não são mortos de mentirinha, presidente. E essa não é apenas uma “gripezinha””, escreveu.
O estopim da discussão, que já vinha se intensificando entre os dois nos últimos dias, foi o pronunciamento em cadeia nacional do presidente na noite de ontem.
Na ocasião, Bolsonaro questionou a quarentena imposta por estados, entre eles São Paulo, pelo coronavírus. Bolsonaro defendeu a volta do país à “normalidade”, ignorando recomendações explícitas de especialistas e do próprio ministro da Saúde, Luiz Mandetta, sobre a necessidade de isolamento social.
Doria disse no encontro que o presidente deveria “dar exemplo ao país, e não dividir a nação em tempos de pandemia”. Segundo pessoas que participaram da reunião, Bolsonaro se exaltou com a declaração do governador de São Paulo e chegou a chamá-lo de “leviano” e “demagogo”.
Posteriormente, o governador paulista foi ao Twitter se dizer decepcionado com a postura do presidente. “Presidente, no nosso Estado temos 40 mortos por COVID-19 dos 46 em todo o Brasil. São pessoas que tinham RG, CPF, e familiares que continuarão sentindo sua falta. Não são mortos de mentirinha, presidente. E essa não é apenas uma “gripezinha””, escreveu.
Presidente, no nosso Estado temos 40 mortos por COVID-19 dos 46 em todo o Brasil. São pessoas que tinham RG, CPF, e familiares que continuarão sentindo sua falta. Não são mortos de mentirinha, presidente. E essa não é apenas uma “gripezinha”.
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Imprensa internacional critica pronunciamento de Bolsonaro
Jornais europeus dizem que falas de Bolsonaro são “difíceis de acreditar” (Adriano Machado / Reuters)
Jornais classificam como ‘inaceitáveis’ e ‘incendiárias’ declarações do presidente brasileiro
As críticas do presidente Jair Bolsonaro às medidas de isolamento que visam mitigar o contágio do coronavírus estão repercutindo no exterior.
Em discurso transmitido em rede nacional na noite de terça-feira, Bolsonaro pediu a reabertura de lojas e escolas, ainda que especialistas de saúde pública recomendem o confinamento para “achatar a curva” de contaminação pelo covid-19.
O New York Times destacou que Bolsonaro vê a questão do coronavírus como “exagerada” e citou os panelaços que ocorreram na terça durante o discurso do presidente. “Enquanto ele falava, alguns brasileiros que estão em casa, em isolamento, protestaram contra o que consideraram como atitude blasé em relação à pandemia”, informa o jornal americano.
Colunista do The Washington Post, outro jornal dos Estados Unidos, Ishann Tharoor diz que Bolsonaro, “ao contrário de Trump”, encara a ameaça do coronavírus com “ceticismo”. “Ele declarou o coronavírus como uma ‘gripezinha’ e criticou governadores do País por instituírem bloqueios em alguns dos principais Estados. E ele divulgou suas próprias supostas proezas atléticas como evidência de que ele poderia suportar o vírus”, escreveu o analista.
O inglês The Guardian, que chama Bolsonaro de “presidente de extrema-direta”, destaca que o mandatário brasileiro “disse que não sentiria nada se infectado com o covid-19”. “As observações incendiárias de Bolsonaro ocorreram quando o Rio de Janeiro e São Paulo foram colocados sob bloqueio parcial pelas autoridades municipais e estaduais, que temem uma explosão de casos nos próximos dias”, diz matéria publicada no portal estrangeiro. “O presidente resistiu a medidas drásticas para impedir a propagação do que ele chama de ‘gripezinha'”, informa outra nota do mesmo site.
Ainda na Europa, o francês Le Monde afirma que Bolsonaro minimizou os riscos do covid-19, “que já matou mais de 18 mil pessoas em todo o mundo e forçou um terço da humanidade a aderir medidas de confinamento”. O portal alemão Deutsche Welle, por sua vez, traz que Bolsonaro é cada vez mais criticado em sua forma de lidar com o coronavírus. “Ele chama de ‘histeria’ e ‘gripezinha'”, diz o jornal.
Sobre o pronunciamento de Bolsonaro, o Japan Times publicou análise do jornalista Dave Graham. “O esquerdista mexicano Andres Manuel López Obrador e o presidente brasileiro de direita Jair Bolsonaro nadaram contra a maré da opinião científica – diminuindo os riscos, delegando responsabilidades e ignorando os conselhos dados ao público”, defende o texto. López Obrador também tem resistido às orientações de isolamento, de olho nos impactos econômicos.
Na América Latina, o argentino Clarín traz análise do editor Ricardo Roa, que cita Bolsonaro e seu posicionamento em coluna intitulada “O vírus da gripe e o delírio”. Já o jornal chileno Emol ressalta que a fala de Bolsonaro foi feita no mesmo dia em que o número de casos de coronavírus no Brasil chegou a 2.201, com 46 mortes.
Jornais classificam como ‘inaceitáveis’ e ‘incendiárias’ declarações do presidente brasileiro
As críticas do presidente Jair Bolsonaro às medidas de isolamento que visam mitigar o contágio do coronavírus estão repercutindo no exterior.
Em discurso transmitido em rede nacional na noite de terça-feira, Bolsonaro pediu a reabertura de lojas e escolas, ainda que especialistas de saúde pública recomendem o confinamento para “achatar a curva” de contaminação pelo covid-19.
O New York Times destacou que Bolsonaro vê a questão do coronavírus como “exagerada” e citou os panelaços que ocorreram na terça durante o discurso do presidente. “Enquanto ele falava, alguns brasileiros que estão em casa, em isolamento, protestaram contra o que consideraram como atitude blasé em relação à pandemia”, informa o jornal americano.
Colunista do The Washington Post, outro jornal dos Estados Unidos, Ishann Tharoor diz que Bolsonaro, “ao contrário de Trump”, encara a ameaça do coronavírus com “ceticismo”. “Ele declarou o coronavírus como uma ‘gripezinha’ e criticou governadores do País por instituírem bloqueios em alguns dos principais Estados. E ele divulgou suas próprias supostas proezas atléticas como evidência de que ele poderia suportar o vírus”, escreveu o analista.
O inglês The Guardian, que chama Bolsonaro de “presidente de extrema-direta”, destaca que o mandatário brasileiro “disse que não sentiria nada se infectado com o covid-19”. “As observações incendiárias de Bolsonaro ocorreram quando o Rio de Janeiro e São Paulo foram colocados sob bloqueio parcial pelas autoridades municipais e estaduais, que temem uma explosão de casos nos próximos dias”, diz matéria publicada no portal estrangeiro. “O presidente resistiu a medidas drásticas para impedir a propagação do que ele chama de ‘gripezinha'”, informa outra nota do mesmo site.
Ainda na Europa, o francês Le Monde afirma que Bolsonaro minimizou os riscos do covid-19, “que já matou mais de 18 mil pessoas em todo o mundo e forçou um terço da humanidade a aderir medidas de confinamento”. O portal alemão Deutsche Welle, por sua vez, traz que Bolsonaro é cada vez mais criticado em sua forma de lidar com o coronavírus. “Ele chama de ‘histeria’ e ‘gripezinha'”, diz o jornal.
Sobre o pronunciamento de Bolsonaro, o Japan Times publicou análise do jornalista Dave Graham. “O esquerdista mexicano Andres Manuel López Obrador e o presidente brasileiro de direita Jair Bolsonaro nadaram contra a maré da opinião científica – diminuindo os riscos, delegando responsabilidades e ignorando os conselhos dados ao público”, defende o texto. López Obrador também tem resistido às orientações de isolamento, de olho nos impactos econômicos.
Na América Latina, o argentino Clarín traz análise do editor Ricardo Roa, que cita Bolsonaro e seu posicionamento em coluna intitulada “O vírus da gripe e o delírio”. Já o jornal chileno Emol ressalta que a fala de Bolsonaro foi feita no mesmo dia em que o número de casos de coronavírus no Brasil chegou a 2.201, com 46 mortes.
Fonte: Agência Estado
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