Faço votos de recuperação do
ex-deputado federal Gerson Peres, um dos mais longevos políticos paraenses.
Longevo em anos de mandatos consecutivos, assim como por sua bem vivida
existência de 88 anos.
Mandatos de deputado estadual e
vice-governador: Deputado(a) Estadual , PA, Partido: PTB, Período: 1955 a
1959; Deputado(a) Estadual , PA, Partido: PTB, Período: 1959 a 1963;
Deputado(a) Estadual , PA, Partido: UDN, Período: 1963 a 1967; Deputado(a)
Estadual , PA, Partido: ARENA, Período: 1967 a 1971; Deputado(a) Estadual , PA,
Partido: ARENA, Período: 1971 a 1975; Deputado(a) Estadual , PA, Partido:
ARENA, Período: 1975 a 1979; Vice-Governador(a) , PA, Partido: ARENA, Período:
1979 a 1982, quando o governador era o coronel Alacid Nunes.
Mandatos (na Câmara dos
Deputados): Deputado(a)
Federal - 1983-1987, PA, PDS: Deputado(a) Federal - (Constituinte), 1987-1991,
PA, PDS: Deputado(a) Federal - 1991-1995, PA, PDS: Deputado(a) Federal -
1995-1999: PA, PPR, Deputado(a) Federal - 1999-2003, PA, PPB; Deputado(a)
Federal - 2007-2011, PA, PP.
Orgulho do povo de Cametá, é também, orgulho do
povo do Pará que prima por votar em candidatos que se diferenciam pelo seu
comportamento, seja na vida privada, seja na vida pública.
Nos dias de hoje, está cada vez mais
difícil surgirem homens públicos com o caráter e o comprometimento do Dr.
Gerson Peres, homem que tem vivenciado a política sem se locupletar com ela.
Não é exagero dizer que já não se fazem mais políticos como ele.
O Dr. Gerson Peres foi sempre um
político de grupo, defensor de seus ideais políticos com muita firmeza, sendo
respeitado, tanto por seus pares, quanto por seus adversários por conta disso.
Eu mesmo sou testemunha de sua
franqueza, seriedade e disposição para resolver questões coletivas que
estivessem ao seu alcance.
Corria o ano de 1997, segundo semestre.
A economia do município não vivia um dos seus melhores momentos, o que tornava
a vida dos veículos de comunicação difícil. De todos. A Celpa ainda era
estatal.
Aconteceu um encontro do PPR, seu
partido, em Itaituba, no Clube Emoções, na qual o então deputado federal era a
maior estrela. O governador era o Dr. Almir Gabriel.
Eu era diretor da TV Tapajoara, que
estava com dificuldade para manter os pagamentos da fatura em dia, problema que
os outros veículos, sem exceção, também enfrentavam. O que fazer para resolver?
Vamos conversar com o deputado, o que fiz em nome de todos.
Esperei terminar o encontro, e na
companhia do ex-prefeito Sílvio Macedo, que me apresentou a ele, contei a nossa
triste história, que implicava na possibilidade de termos a energia elétrica
cortada, saindo emissoras de TV e de Rádio do ar.
O deputado ouviu tudo atentamente. Quando
terminei de falar, entreguei um ofício contando a situação em todos os seus
detalhes, solicitando encarecidamente do governo do Estado, primeiro, um prazo
e o parcelamento dos débitos para que pudéssemos continuar trabalhando,
segundo, segundo, que pudesse ser celebrado um contrato de publicidade com a
Funtelpa, órgão do governo estadual responsável pela mídia do governo.
“Seu José, (disse o deputado), eu não
posso prometer para o senhor, nem para os seus colegas, que eu vou resolver o
problemas, mas, uma coisa que eu lhe asseguro é que o pleito de vocês vai
chegar às mãos do governador, que é uma pessoa sensível, e creio que ele poderá
atendê-los. Terça-feira eu estarei em audiência com o Dr. Almir, e no final da
tarde eu entrarei em contato com o senhor”, afirmou.
Eu fiquei esperançoso, porém,
acostumado com os políticos, com um pé atrás, achando que poderia dar em nada.
Mas, enganei-me. Na terça-feira posterior, às 18:20, o telefone tocou. Era o deputado
informando que estivera com o governador, que não só atendera ao pedido dele,
como em sua frente havia ligado para o presidente da Celpa, determinando que
não houvesse cortes e para o diretor da Funtelpa, mandando celebrar contrato de
publicidade do governo com todas as emissoras de Itaituba. Eu mal cabia de
contentamento quando liguei para os colegas para dar a boa notícia.
Foi assim que nós passamos todo o
restante de 1997 e todo o ano de 1998 tranquilos quanto à quitação da fatura de
energia elétrica, porque o contrato de publicidade mais que cobria a fatura. E
sem dúvida, essa foi a maior ajuda que um político já deu ao sistema de
comunicação do município de Itaituba.
Depois de tudo consumado, eu procurei
cada um dos colegas. Em 1998 o Dr. Gerson Peres foi candidato a senador. Nós
tínhamos obrigação, não apenas de votar nele, mas, de conseguir votos para ele.
Eu fiz a minha parte, e creio que os demais também se empenharam. Infelizmente,
embora tenha tido uma grande votação, ele não se elegeu.
É por essa gota d’água e pelo muito
que ele fez ao longo de sua longa vida pública que concluo afirmando: já não se
fazem mais políticos como antigamente, ou como o Dr. Gerson Peres.
Saúde, eterno deputado!
Jota Parente